quinta-feira, 7 de maio de 2015

CONTEXTUALIZANDO...

Estamos a menos de 10 dias do inicio do WCT Rio 2015. Talvez o mais importante de todos os tempos pelo momento vivido pelo surf nacional, não obstante a ignorância da imprensa local.
Temos o campeão do mundo, o líder do atual circuito mundial e o líder do circuito de acesso, isso sem falar em 2 vitórias de atletas nacionais em 3 etapas, sendo que houve presença tupiniquim em todas as 3 finais disputadas até agora...
Desta forma, creio que cabe colocarmos em contexto o que deve se desenrolar semana que vem no Postinho, Barra da Tijuca.
A etapa do Rio de Janeiro será disputada novamente nas ondas do Postinho, com um palanque alternativo no Posto 6 da mesma Barra da Tijuca.
Por motivos óbvios de (falta de) qualidade de onda não é a etapa preferida de 100% dos Tops, mas é de suma importância para as pretensões de 100% dos Tops.
Como se provou ano passado, em condições que podem variar do perfeito ao perfeitamente fechado literalmente qualquer um pode vencer, mas como sempre, há favoritos, dentre os quais deverá estar o campeão do OI RIO PRO:

1 - Gabriel Medina, aparentemente Bruno Medina para a imprensa jornaleira nacional, é o atual campeão do mundo e chega para vencer no WCT Brasil deste ano. A uma porque nunca venceu em casa e a duas porque deve ser um dos caras mais mordidos do momento. Ou alguém pensa que aquele cara que fez o que fez em 2014 não existe mais? Gabriel esta lambendo as feridas e apenas um desastre o tira do dia das finais no Postinho (ou Posto 6). Um alívio dos jornaleiros seria uma boa...como Adriano e Filipe dividirão as atenções é bem capaz que sobre mais tempo para o Campeão do Mundo focar no que quer, a Vitória.





2 - Filipe Toledo, é o surfista mais explosivo do mundo no momento. Não caia nessa tese gringa de que é o "melhor surfista de ondas pequenas do mundo", porque esse é, sempre foi e sempre será Victor Ribas. Filipe Toledo é bem mais atirado do que 90% dos caras do tour e possui um diferencial que "o melhor surfista de ondas pequenas do mundo" nunca teria. Filipe possui um histórico de notas no critério excelente em praticamente todas as etapas onde o circuito passa. Ele tem no mínimo um 8 em cada lugar, seja Fiji, seja o Postinho. Até o ano passado era normal ele perder uma bateria com um 9 alto no bolso, coisa que foi devidamente corrigida por ele e Ricardinho, tornando-o virtualmente invencível. Qualquer um que pretenda vencer o virtuoso de Ubatuba terá que, obrigatoriamente, arrancar médias acima de 16 pontos. É minha aposta para fazer a final contra Medina. Como bem disse Taj em Bells "eu nunca vi alguém tão confiante na vida...ele esta andando por aí como se fosse o melhor do mundo, e ele é!". Os resultados de Mineiro não desceram bem para Filipe, a prova disso foi a vitória em Trestles, onde parecia competir com motor 1.6 enquanto todos usavam 1.0...


3 - Mick Fanning, é o segundo do mundo no momento e não perdeu um pingo de seu foco e concentração com os resultados do Mineiro. Nada disso o afeta e continuará atras de seu objetivo como um caçador na floresta. Calmo, silencioso e fatal.


4 - Kelly Slater, não fez nada digno de nota em 2015 até o momento e é justamente por isso que ele consta desta lista. Pelas entrevistas que concedeu em Trestles, não está lá muito preocupado com o circuito de 2015, mas continua gostando de vencer baterias, e aqui no Brasil só não tem torcida do seu lado quando enfrenta um nacional. Se estiver tubular e com rampinhas pode ser tão fatal quanto Mick, Filipe, Medina, etc...



5 - Julian Wilson, finalista na Gold Coast, creio que Julian vê 2015 como uma chance de beliscar um título mundial. Isso aliado ao seu surf que mescla o tradicional com o inovador, temperado com um estilo plástico e que agrada aos olhos, vejo a Diva como um dos favoritos a tirar o doce da boca dos brasileiros.


6 - Joel Parkinson, à exemplo do careca, não fez nada demais neste ano, tirando talvez sua primeira apresentação em Margareth clássico, mal lembro dele em Bells e na Goldie, contudo, é um cara que costuma ir bem por aqui, e uma vitória pode faze-lo se interessar pela corrida ao título, o que, confesso, seria interessante para o esporte.



7 - Jordy Smith, a lacraia sul africana já venceu por aqui e apesar de (dizem) não gostar daqui encaixa bem seu surf com as valinhas da Barra. É bom de tubos e de aéreos, basicamente o que a onda requer para a juizada soltar a nota...



8 - Taj Burrow, é o Macaulay desse geração. Pode nunca ganhar o campeonato do mundo, mas tem mais vitórias na terrinha do que qualquer outro, e é até difícil imagina-lo fora do dia da final. Ano passado era o cara para vencer. Foi, inclusive, quem conseguiu a melhor sintonia com o oceano em 2014, só não soube capitalizar tal vantagem na semi final contra Bourez, que o venceu com esperteza e sangue frio, voltando de um aéreo rodando improvável. Esse ano chegará por aqui após uma vitória de um QS em Keramas...quer rip melhor?


9 - Adriano de Souza, líder isolado (mais muito isolado) do circuito. Uma semi final e duas finais até agora. É de longe o cara que mais baterias disputou no ano, tem quase 8.000 pontos de vantagem para o segundo colocado (Mick) e dificilmente perde a liderança do circuito no Brasil. Mineiro é um cara que não se deixa abater pela pressão, então é possível imagina-lo no mínimo nas quartas de final na próxima etapa do CT, isso se não encontrar seus fregueses contumazes (KS, Medina, Toledo...) pelo caminho.