quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

PARA ESQUECER DA ASP...SÓ COM MUITO SURF

Ainda bem que a ASP não pode mudar o SURF, o esporte, sua cultura e sua beleza...
Nas regras de competição estão fazendo lambança atrás de lambança...
A maioria não gostou das mudanças. As discussões estão acaloradas em vários blogs especializados como CASTRO ZONE e TROMBONEDEVARA.
Convido a todos a participarem das discussões. Só com muita conversa para criarmos idéias e saídas que desatem o nó cego que se tornou o Mundial de Surf da ASP.

Segue filme devidamente furtado do blog amigo SurfOnLine

Lógico, aprecie sem moderação, com tela cheia e som alto.


Gripping Stuff I from Gorilla on Vimeo.


Atualizando: quem vê 1, vê 2, não é?
Segue outro.




SURF MADNESS! from pinchmysalt.tv on Vimeo.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

VIDEO NO FRIO

Neste segundo dia de verão, no pais bonito por natureza, abençado por Deus e climatizado pelo Diabo, segue videozinho no frio para resfriar um pouco os animos.


Just South Of The Border from Luke Pilbeam on Vimeo.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

PIPE!!!!

A temperamental rainha do North Shore havaiano tem mostrado sua fúria.
As vezes sobre a bancada, as vezes sobre surfistas. Pedro Manga fraturou a bacia lá esses dias. Video e relato no waves.
Após o Pipemasters a máquina foi ligada e imagens de tubos sensacionais e vacas assustadoras começam a pipocar na net.

Videozinho que peguei lá do http://trombonedevara.wordpress.com/wp-comments-post.php



Consegui identificar uma boa do Guigui e pintou uma prancha colorida ali, parecida com aquelas do Calunga, não sei...
Top o videozinho.

sábado, 17 de dezembro de 2011

BSP 2011 - TOMAS HERMES LEVANTA O CANECO

Durante 2011 critiquei em várias oportunidades o BSP.
E, infelizmente, continuarei na mesma linha de pensamento.
A saída do Super Surf deixou o circuito nacional órfão e somado ao sucesso dos brazzos no mundial, os últimos anos do circuito brasileiro podem ser chamados de melancólicos, não obstante 25 anos de história preenchida apenas e tão somente de campeões da mais alta classe.

 
Tomas Hermes entra para a história e integra a seleta galeria
de Campeões Brasileiro de Surf. Merecido.
foto: http://brasilsurfpro.com.br/site/?cat=17

  • 1987 - Paulo Mattos SP
  • 1988 - Jojó de Olivença BA
  • 1989 - Pedro Muller RJ
  • 1990 - Tinguinha Lima PR
  • 1991 - Ricardo Toledo SP
  • 1992 - Jojó de Olivença BA
  • 1993 - Tinguinha Lima PR
  • 1994 - Peterson Rosa PR
  • 1995 - Ricardo Toledo SP
  • 1996 - Joca Jr RN
  • 1997 - Victor Ribas RJ
  • 1998 - Fabio Gouveia PB
  • 1999 - Peterson Rosa PR
  • 2000 - Peterson Rosa PR
  • 2001 - Tanio Barreto AL
  • 2002 - Leo Neves RJ
  • 2003 - Leo Neves RJ
  • 2004 - Renato Galvão SP
  • 2005 - Fabio Gouveia PB
  • 2006 - Jihad Kohdr PR
  • 2007 - Jihad Kohdr (Renato Galvão no tapetão) PR
  • 2008 - Gustavo Fernandes RJ
  • 2009 - Messias Felix CE
  • 2010 - Jean da Silva SC
  • 2011 - Tomas Hermes SC
Não chego a dizer que os atletas que ainda correm o circuito nacional sofrem de síndrome de Peter Pan, como Alex Guaraná cravou em sua coluna na revista Fluir deste més, mas concordo com ele quando diz que a fórmula esta desgastada.

Já falei sobre isso aqui no blog. Apesar de termos opiniões bem distintas, tanto eu quanto o colunista da Fluir buscamos no passado soluções para os problemas do surf atual. Enquanto Guaraná acha que deviam voltar os festivais de surf com 10 dias de competição, inscrições livres e um grande premio no final.
Eu já acho que deveríamos voltar à fórmula do meio dos anos 90, quando as etapas do nacional valiam para o mundial e as etapas dos estaduais valiam para o brasileiro.

De uma forma ou outra, cada vez mais vemos menos atenção da mídia em geral e dos meio especializados para o campeonato nacional e consequentemente, para seus campeões.

O fato de chegarem a última etapa com 12 atletas com chance de título tem mais a ver com a pequena quantidade de etapas, do que com a competitividade em si, mas o grande trunfo do BSP é o nível dos atletas.

Nenhuma etapa do Alas Tour disputada fora do Brasil, por exemplo, tem 1/10 do nível de surf apresentado em qualquer etapa do BSP.


Messias Felix, lutou pelo bicampeonato nacional até o fim. Mais um que deveria focar no mundial. foto: http://brasilsurfpro.com.br/site/?cat=17

Os atletas precisam se envolver nas decisões do circuito, mudanças são necessárias, ainda mais quando já se conta com grandes patrocinadores como SKOLL e PETROBRÁS, muito mal utilizados, diga-se de passagem. (um pequeno exemplo, no dia da decisão do título em Floripa e Skoll promove um dia de surf e música com um dos mais famosos surfistas/músicos do mundo, Donavan, só que no Rio. É falta de visão de marketing do pessoal da Skoll ou falta de moral para o pessoal do BSP? Vai sabe...)

Acho que os atletas tem que se conscientizar que a grana é curta e que reduzir o número de atletas na elite nacional é uma necessidade. Se utilizassem as etapas do estaduais como classificatória para o BSP e as etapas do brasileiro como parte do mundial, podíamos alavancar vários atletas que são sucessos locais em realidades mundiais.

De qualquer sorte, neste 2011, Tomas Hermes e Diana Cristina levantaram o caneco com todos os méritos.

Diana, já falei antes, é um dos pecados da industria brasileira de surf. A menina tem surf para ser top 5 do mundo e mal tem apoio para seguir o BSP...LAMENTÁVEL. Adorei a sugestão o DJMB na locução do BSP. Diana é uma nativa brasileira, índia legítima. A empresa Natura poderia muito bem fazer uma campanha com ela. Brasileira Natural.


Jano Belo, campeão carioca 2011. Também lutou muito pelo título brasileiro. Ficou nas cabeças, mas deve focar no mundial em 2012. foto: http://brasilsurfpro.com.br/site/?cat=17

Tomas Hermes é um cara que já vinha beliscando resultados há algum tempo. Venceu a última etapa do BSP 2010, quando seu conterrâneo Jean da Silva levantou o caneco (curioso que os dois únicos campeões nacionais de SC sejam do norte do Estado, Jean de Joinville/São Chico e Tomas de Barra Velha) e manteve o forte ritmo em 2011. No WPrime e WStar, apesar de ter disputado varias etapas só obteve um resultado verdadeiramente expressivo em 2011, em Zarautz, naquele 6 estrelas que o Medina humilhou, digo, ganhou.


Tininha. Campeã sem patrocinio. Triste realidade.
Seria top 10 do mundo com facilidade.
foto: http://brasilsurfpro.com.br/site/?cat=17



Diana venceu o título e a etapa no feminino. No masculino a grande final foi disputada entre Wilian "Panda" Cardoso e Halley Batista.
Me pergunto o que Panda ainda faz no BSP. Deixou de participar de uma etapa decisiva do WStar na Australia (6 estrelas vencido pelo Kolohe) e despencou do Hawaii para participar da ultima etapa do nacional.
Alguém precisa direciona-lo para as prioridades, afinal ele é o segundo suplente do WT 2012 e tirando pela indecisão do careca sanguinolento e o número de lesões em 2011 ele correrá várias etapas em 2012 e os pontos obtidos podem classifica-lo definitivamente.

Halley tem apoio, mas não é um apoio que permite seguir o mundial. É um cara alto e que voa com facilidade. Destaco a altura pela facilidade que este atleta teria para se adaptar a onda maiores e sua facilidade aerea cai como uma luva nos novos critérios above de lip da ASP. Merecia além do logo na bóia um bom contrato que lhe permitisse atacar o mundial por ao menos duas temporadas. Se eu ganhasse na megasena patrocinava esse maluco...retorno garantido.

A final foi bem disputada. Willian optou pelas ondas em frente ao palanque enquanto Halley se apossou da vala à direita. Pauladas sulistas pra cá, voadas nordestinas pra lá e vantagem para Batista na sua primeira vitória na elite nacional.



Willian Cardoso usou seu power back atack para fazer mais uma final na Joaca. foto: http://brasilsurfpro.com.br/site/?cat=17

A prática da a moral da história. Os dois vencedores da etapa vivem abaixo do que podem e merecem, cabe a um ou dois empresarios de visão para mudar isso. Surf, treino e vontade de vencer esses atletas já demonstraram que tem.


Halley Batista faz jus ao nome e voa para a primeira vitória no BSP. Foto: http://brasilsurfpro.com.br/site/?cat=17

ps: deixei as fotos gigantes e fora de proporção porque estão muito maneras, aqui tem mais!

Masculino
1 Thomas Hermes (SC) - 2.610
2 Simão Romão (RJ) - 2.410
3 Halley Batista (PE) - 2.400
3 Odirley Coutinho (SP) - 2.400
5 Jano Belo (PB) - 2.360
6 Messias Félix (CE) - 2.340
7 Renato Galvão (SP) - 2.310
8 Flavio Nakagima (SP) - 2.260
9 Bruno Galini (BA) - 2.160
10 Alan Jones (RN) - 2.030

Feminino

1 Diana Cristina (PB) - 3.860
2 Juliana Quint (SC) - 3.320
3 Suelen Naraisa (SP) - 2.930
4 Gabriela Leite (SC) - 2.690
4 Claudia Gonçalves (SP) - 2.690
6 Gabriela Teixeira (RJ) - 2.680
7 Tais de Almeida (RJ) - 2.580
8 Tita Tavares (CE) - 2.360
9 Luana Coutinho (SP) - 2.290
10 Nathalie Martins (PR) - 2.220
10 Bruna Queiroz (SP) - 2.220

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

SURF AO VIVO AGORA - BSP FLORIPA - ÚLTIMA ETAPA 2011

http://www.tvjam.com.br/live/bsp/

BSP tem seus problemas, mas competitividade não é uma delas.
12 cabras com chance de levar o caneco!!!
Mas a briga mesmo deve ficar entre Tomas Hermes, líder do ranking, Simão Romão, vencedor da última etapa, Jano Belo, atual campeão carioca e o mais constante entre os líderes, Messias Felix, ex campeão nacional e Odirley Coutinho, fininho e com gana de vencer mesmo sem patrô.
BOA SORTE A TODOS!

PIPEVIDEO

Pipevideo..
Muitos ainda virão...

domingo, 11 de dezembro de 2011

PIPEMASTERS 2011 - ÉPICO

Épico é a palavra que define bem este Pipemasters 2011. Realizado em apenas 3 dias de competição, aproveitando um consistente swell com cerca de 15 pés de pico para iniciar o evento com condições espetaculares.



O primeiro dia do Pipemaster de 2011 merecia um filme a parte. A imensa maioria dos Tops foi massacrada pelos locais e convidados. E TODOS OS SURFISTAS PERDERAM PARA O MAR e a temperamental rainha do North Shore. O blog parceiro trombonedevara fez um pequeno resumo do esculacho que Pipe deu nos melhores surfistas do mundo.

Inclusive poucos embates foram realmente disputados. Mesmo quem vencia, acaba vencendo por pouco. O mar estava realmente grande e difícil e mesmo monstros sagrados do Hawaii como Shane Dorian, não conseguiram mais do que 7/8 pontos na soma de suas duas melhores ondas na primeira fase.
A parada era SOBREVIVENCIA. Se sobrevivesse ao expresso pipelineano a vitória poderia ser uma consequencia, poderia...

Estes 3 dias de Pipemasters foram recheados de personagens. Teve o suicida Laurie Tower, o esforçado Kolohe Andino, o estiloso Mason Ho, os contundidos Adriano, Miguel e Alejo, o win or wall Julian Wilson, o eficiente Evan Valiere, o mineiro KS, o menosprezado Jadson, a pipepromessa Medina, o sortudo KP, o eyes of tiger Parkinson, o espetacular Jamie O e o supremo João João.

talvez a imagem mais bonita do evento. filhote Perrow
vibrando pela vitória do pai. foto: fotos do evento
Infelizmente o time verde amarelo não conseguiu passar bateria alguma, a exceção de Gabriel Medina, de quem eu falarei mais a frente.

Willian teve uma chance de ouro na mão. Graças a diversas contusões o caterinense, 35º do mundo foi agraciado com um convite para este Pipemasters. De cara pegou uma lenda viva do esporte, Patrick Shane Dorian. Nem sei se o Panda pensou nisso quando entrou no mar, pois o real adversário era o Oceano. E "ele" esta furioso. Ondas de 15 pés fechando implacavelmente sobre a bancada.

O próprio Dorian, após uma vaca cabulosa mudou de tática e começou a buscar ondas menores, justamente para somar pontos e avançar e o fez com pouco mais de 6 pontos de somatório. Willian sentou lá fora e buscou uma grande, achou, desceu retoside e só. Fica para a próxima com a lição de que como a mutante transformação oceânica, as táticas tem que ser revista, no mínimo, a cada 5 minutos. Conhecendo o retrospecto do grandalhão de Balneário Camburiu, ficou a sensação de que ele poderia ter ido a frente. Melhor sorte em 2012.



Miguel Pupo tinha 3 adversários em sua bateria. Um experiente local, Evan Valiere, o mar, cabulosas séries de 12 a 15 pés, e uma recente lesão no joelho. Considerando tudo isso, achei os cerca de 3 pontos do paulista um ato de heroísmo. Ele me lembrou muito Binho Nunes na suas tentativas (não mostradas no video abaixo), ao dropar a onda já buscando a trilho do canudo, sem "perder" tempo na base da onda, colocando-se com muito estilo para dentro de grandes tubos fechados. Além de não conseguir achar a saída dos tubos, Miguel tomou a vaca demonstrada no video, partindo a bóia. O que conta no Hawaii são atitudes, e encarar de cabeça erguida os 3 adversários acima citados concedeu alguns pontos de respeito no North Shore ao jovem Pupo, que pode surpreender incautos do WT em esquerdas grandes e tubulares do tour 2012, duvida?



Raoni Monteiro já é uma lenda. Já faz parte da história do esporte com o seu curriculum e principalmente suas atuações em ondas de consequencia. Sua vitória em Sunset 2010 só veio coroar um surfista que SEMPRE busca as maiores e o mais crítico. Honra a cidade de onde vem com um surf de encher os olhos dos mais exigentes críticos do surf mundial e é um dos brasileiros mais respeitados no tour. Sua bateria contra Jamie O foi semelhante a do Panda. Ao invés de caçar as cracas, visando simplesmente passar o heat, acho que Monteiro devia ter arriscado em algumas menores que passaram. Evidentemente que é muito fácil "gralhar" aqui, sentado na frente do PC, sequinho e sem morras assassinas quebrando sobre minha cabeça. Mas diante do potencial de Raoni e o fato de que o hot local não ter conseguido mais de 6 pontos de somatória, a chance do brasileiro passar a bateria parecia estar ao alcance das mãos.
Encerra o ano de altos e baixos, com seus altos sempre coincidindo com condições de oceano desafiadoras. Acho que a única coisa que falta a Raoni é constância. E precisa encontra-la urgentemente.



Jadson André fez uma das únicas baterias verdadeiramente "bem disputadas" do evento. Onde, apesar do mar cabuloso, os dois atletas (Jadson e CJ Hobgood) realmente se enfrentaram e a decisão ficou a cargo dos magistrados do surf. Acho justo dizer que a colocação do potiguar no ranking não reflete o nível de seu surf. Talvez tenha sido o atleta que tenha perdido mais disputas apertadas no ano, sendo injustiçado em diversas oportunidades (como na sua primeira onda deste heat) e costumeiramente perde surfando bem.
Ninguém pode pensar que Jadson é "one trick poney" ou maroleiro. Pode não ter dado sorte nos eventos com big surf, mas em todos representou muito bem, botando para baixo sem medo de ser feliz, caçando canudos sinistros. Pena que depende da caneta para avançar. Surf tá sobrando. Tomara que não desanime, pois é nome para figurar entre os top 10 ou acima.



Adriano de Souza é outro que chamo de Herói. Ele e Pupo deviam ganhar uma medalha da Dilma! A ASP não podia pedir por um competidor melhor. Aplicado, confiante, brigador, surf no pé e abusado. O tour não é um concurso de popularidade e Mineiro sabe disso. Por isso, mesmo não sendo o melhor do dia, ele pode vencer no final. Neste Pipemaster, visivelmente travado pela lesão no joelho esquerdo (já tinha uma lesão em processo de cura no direito) não conseguiu avançar, mas deu uma "dura" em Jamie O que novamente passou com somatória ínfima. Torço muito para que Adriano passe as férias tratando suas lesões. Talvez a saúde seja a única capaz de barrar a gana de vencer de Adriano de Souza, herói do Brasil.



MEDINA

Gabriel Medina afastou de vez o possivel burburinho que surgiria se fosse mal em ondas de consequencia. Se não fosse bem em Pipe certamente os corneteros de plantão (gringos) diriam que é bom só em beach break e aereos.
Bom, rolou o inverso do que a macumba gringa pretendia.
Em meio a boatos (fofocas) de que Gabe estava abusando da hospitalidade havaiana, dando voltas e rabeando geral em suas caídas (coisa que duvido muito), desde a coletiva de imprensa, a sensação do surf mundial se mostrou extremamente humilde e sem caras e bocas, sem extravagancias, entrava para suas baterias buscando aprendizado, conhecimento e com sorte alguns tubos para a memória.

Já de cara, vendeu uma kombi para o sul africano Travis Logie. A VW já colocou plaquinha na fábrica do ABC Paulista de vendedor do ano para Medina e lançará programas de financiamento para os endividados gringos que viciaram no simpático utilitário alemão.



Em seguida, mesmo ficando em último na bateria do NO LOSERS, ganhou mais kilometragem nos canudos e fez um somatório que venceria 99% das baterias da primeira e segunda fases. Além de km, Gabe, começa a enfileirar admiradores. Reconheceu que nunca tinha caído em Pipe nas outras 5 vezes que visitou Oahu por conta do crowd, e mesmo o mais recalcado dos críticos gringos teve que reconhecer que o moleque demonstrou atitude e principalmente, uma semente na rainha do North Shore. Gabe ainda vai vencer em Pipe. É a impressão que ficou.



Impressão esta que só aumentou após a vitória sobre Shane Dorian. Num mar já menor, mas ainda com picos de 6 a 8 pés, com perdidas de 10 pés eventualmente, Gabriel não teve respeito pelos mais velhos e menos providos por cabelos no couro cabeludo e despachou o ícone havaiano com a simplicidade que Pipe requer, descer, entubar e sair. Importante: fez isso com estilo e inteligencia, usando a prioridade como poucos. Pode ter parecido um erro, liberar a prioridade para Shane faltando 3 min para o fim. Mas foi um ato de defesa bem executado, na minha opinião. Até porque Patrick Dorian só fez vacar neste heat, o que demonstra também que a cobra ainda fumava a ponta do swell em Banzai neste momento.
Dorian deve ter saído tonto do heat. Sua vaca na tentativa para backdoor foi assustadora. É o dilema de pranchas. Se estivesse com umas 3/4 polegadas a menos de bóia, era capaz de completar o drop e quem sabe? virar a bateria.





Se for para perder, que perca para o campeão, não é? Gabriel ficou próximo de fazer uma semi final na sua estréia em Pipe. Faz a gente viajar em como ele (e os outros brazzos) pode ir bem nas canhotas perfeitas que o itinerário do WT fará em 2012.
Em qualquer situação começar perdendo de muito é um complicador a mais e a nota 9 de KP na primeira onda foi justa e deu o norte da disputa.
Gabe foi bravo e não abaixou a guarda. Deu o troco com outra onda excelente. Um bomba de 8 pés plus com dois tubos. Deram 8 alto, mas merecia mais. Nada que influenciasse o resultado, já que o aussie estava iluminado. Inclusive vindo na onda imediatamente atras para fazer o back up de seu 9.
Quando KP conseguiu sair daquela craca para backdoor, só uma onda muito boa para virar o placar e a que veio fechou. Brilhante a estréia do Golden Boy em Pipe. Vai dar casamento isso, vai vendo...



FINAIS

Merecimento? Não tem a ver com esporte de julgamento subjetivo. Eficiencia, tem. E KP foi o mais eficiente, por isso levou.
A verdade é que adoramos quando um underdog vence, quando temos uma surpresa com o resultado.
Mesmo tendo imensas restrições ao surf de Kieren Perrow, tenho que dar o braço a torcer de que foi mto legal ve-lo vencer o Pipemaster.


felicidade genuina. contagiante. foto: fotos do evento
Acho que se voce for reconhecidamente bom em apenas um aspecto do esporte, no surf o melhor é ser reconhecido como bom em morras, casca grossa, ou seja, aquele que se destaca quando o oceano desafia apenas os melhores e destemidos. Tem gente que é reconhecidamente bom em merrecas, Kieran é reconhecidamente bom big rider e tube rider, especialmente quando a situação esta over control.
Pelo menos de minha parte, é um prego em todas as outras condições de mar. Estilo feio e desconjuntado, mas acabou de entrar para a história como Pipemaster.

Foi definitivamente um premio para o articulado KP, que chamamos de "conspirador" pelas influencias (nem sempre positivas) que tem em determinadas decisões dos cartolas do esporte.
Tenho certeza que o magrelo aussie será presidente da ASP um dia. Aliás, ficaria extremamente feliz se ele resolvesse largar a competição e virar cartola de uma vez. Desculpem, mas acho o surf do KP uma poluição visual e não ter que ve-lo passando baterias com batidinhas e rasgadinhas e por mérito do adversário que não achou nada, seria um alívio para este humilde escriba.
Se virar Presidente da ASP a primeira missão teria que ser a de melhorar as premiações e promover o circuito mundial de ondas grandes. Competir lá seria uma ótima.

O surf competição tem muita coisa do futebol. Clichê absoluto, mas o surf competição é uma caixinha de surpresas.
Este campeonato não era de KP ou Joel. Nem do KS e do Bourez. Era do João João e Jamie O. Esses é que tinham que ter feito as finais.
Os caras que eram para ganhar, arrepiaram durante a competição. Coisa de filme mesmo. Se pegarmos apenas as ondas de JOB e João João Florence, dá uma parte de filme das mais iradas, mesmo que coloquem valsa como música de fundo. Mas pecaram no timing. Explodiram cedo demais.
Jamie O tinha tudo para faturar seu segundo pipemaster, mas foi derrotado pelo morning sickness. foto: http://vanstriplecrownofsurfing.com/billabongpipemasters2011/photo_gallery/bpm_day_3

Jamie O quebrou no evento todo e perdeu para o morning sickness de Pipe, pois Parko não fez nada demais para levar a primeira quarta de final.

Já João João...

Diogo Alpendre, editor da SurfPortugal, via twitter, comentava que KS não esteve no ritmo certo em nenhuma disputa deste Pipemasters e não obstante este fato, foi melhor do que Jamie O e João João. KS é o mestre no quesito "hora certa" dentro de um evento.

Até digo que KS só não levou o campeonato porque "teve" que explodir antes da hora, senão perdia para um infernal João João nas quartas. Na realidade ele já começou a esquentar as quilhas contra Kalani Chapman, mas a bateria contra o João Polaco foi algo a mais, algo espetacular. Mais um capitulo do livro de mágicas do careca sanguinolento. Privilégio da nossa geração esse Floridiano. Nossos netos vão lamentar não estarem vivos nestes anos que finalizaram o século 20 e iniciaram o 21.
KS em mais um dia de finais em Pipe. Agora quer ser jogador de golf profissional. Ok então, né? foto: globo.com

João João contribuiu, ao entregar a prioridade no momento errado. Diferentemente de Medina x Dorian, KS não esta no line up, ou seja, Florence não precisava entregar a prioridade. Entregou, KS não perdoa. Vai ter gente dizendo que deram a virada. Mas achei justa a nota final do careca.

SEMIS

Após essa bateria do KS com o João João, meio que rolou um heat bom e outro apagado.
A primeira semi foi excelente a segunda nem tanto.

Na primeira, Joel e KS fizeram um duelo de gente grande. Vira vira novamente, só que desta vez contra o careca sanguinolento. Joel conseguiu achar a saída de algumas esquerdas impressionantes. Parecia que tinha um turbo na sua prancha que o empurrava para fora do canudo fechado. KS abrilhantou a vitória com uma atuação soberba.
KS já anunciou que vai pegar leve em 2012, como já fez em outras ocasiões, o lance é que se ele for bem nas primeiras etapas (na primeira melhor dizendo) ele vai querer o décimo segundo título com certeza. Mas se for mal em Snapper talvez tenha chegado ao fim esta segunda passagem do KS no tour.

João João primeiro de 10 títulos da Triple Crown.
Quer apostar? foto: fotos do campeonato
A segunda semi foi bem morna, apesar do 10 do KP mais nada apareceu para ajudar os caras a melhorarem. Esta bateria definiu o título da Triplice Coroa em favor do João João. Bourez ainda tinha chance caso fizesse a final. Mas, convenhamos, o título descansa muito melhor nas mãos do Florence.

FINAL

Mesmo sendo severamente mal julgado, KP passou por cima de Joel com extrema eficiencia. Sua segunda final consecutiva no pico mais famoso do mundo.

Foi bela e merecida a vitória de um dos Pipemasters mais eletrizantes da história.

Em breve aqui no blog, análise dos Tops para 2012.
Aguardem.



quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

RASTA TRIP

Roubei na cara dura do site do Innersection...
Pena que a qualidade da imagem não fica lá essas coisas...
Mas surf é surf...ainda mas essa pira de matemática, com quilhas e pranchas distintas.


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

PARCERIA SURFOCRACIA E FALA TURISTA

A partir de agora publicaremos algumas dicas e links do site parceiro FalaTurista. Segue o primeiro texto deles, sugerindo surf trips para Florianópolis, Rio de Janeiro e Fortaleza. Nada mal, hein?

SURFANDO NO RIO DE JANEIRO, FLORIANÓPOLIS E FORTALEZA

Quem pratica o esporte sabe: surfar é sempre uma delícia, e mais ainda quando as praias são paradisíacas e maravilhosas. Altas ondas fazem acontecer, mas nada como uma bela composição para deixar o ambiente perfeito. Por isso, fizemos um apanhado de três cidades brasileiras que fazem da prática do surf uma experiência única: Rio de Janeiro, Florianópolis e Fortaleza.

No Rio de Janeiro, quem nunca surfou pode aprender em uma das muitas escolinhas de surf espalhadas pela orla carioca. Se já pegou a manha e quer se aventurar, os novos e velhos surfistas vão contar com várias opções de onda.
Esta onda fica no meio da Baía da Guanabara. Prova de que existem todos os tipos de onda no Rio de Janeiro, basta disposição. Marcelo Trekinho curtindo o juice carioca. foto: blogbigsurf.com

As melhores praias para surfar no estado carioca são o próprio Arpoador, praia de Itaúna, Itacoatiara, Leblon, São Conrado, Barra da Tijuca, Reserva, Recreio, Macumba, Prainha, Grumari, Ilha Grande, Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo. Lembre-se ao reservar hotel Rio de Janeiro que nem todas essas praias ficam na capital carioca, então defina seu destino e reserve hotel de acordo com os picos que escolher. O site da FalaTurista oferece diversas opções de hotéis na região. Vale a pena conferir.

Em Florianópolis, a praia da Joaquina é parada obrigatória para todos os surfistas, principalmente os profissionais. Além das ondas magníficas, a praia é lindíssima e muito bem frequentada. No seu hotel em Florianópolis peça um guia das melhores praias. Os nativos costumam dar como dicas para iniciantes as praias da Barra da Lagoa, Ingleses e Armação.

Boa e Velha Joaca. foto: guiaquatroestacoes.com.br
Para quem já é expert, a praia Brava é uma boa pedida, assim como Ingleses e Santinho, considerada esta última a melhor praia para surf no norte da ilha. No sul da ilha existem várias outras opções interessantes, como Campeche, Morro das Pedras e Matadeiro. Aí já está uma boa localização para saber que hotel Florianópolis dá pra reservar se o passeio for só pelo surfe.

Também procure hoteis em Fortaleza para não deixar de fora um dos melhores destinos para a prática de surfe no país, já que a cidade conta com um litoral bastante recortado e com diversos píers. Dicas de praia para a prática do esporte em Fortaleza são o píer da Ponte Metálica, a praia de Iracema, dos Diários, Meireles, Titanzinho e praia do Futuro.


SNI voando no Ceará. foto: olhares.aeiou.pt

Para o pessoal que curte o vento, o Wind e Kite Surf são muito praticados na região, com facilidade para encontrar um bom equipamento para alugar e ventos constantes praticamente o ano todo.

Escolha seu destino e boas ondas!    

sábado, 3 de dezembro de 2011

PRIME SUNSET - FINAL - FLORENCE VENCE

No automobilismo existem algumas corridas, ou grandes prêmios, especiais. São corridas tradicionais e vencer uma dessas significa muito mais do que o Premio em dinheiro, o troféu ou o momento de glória, vencer ali é entrar para a história do esporte.
As principais são GP de Mônaco, GP de Indianápolis e 24 Horas de Le Mans (G. Hill é o único a conseguir vencer as três), mas as 24 Horas de Daytona, 12 Horas de Spa, Suzuka e Nurburgring também tem seu prestigio em alta.

Florence vence em casa. foto: asp/cestari

No surf, temos as mesmas tradições e certos eventos são realmente especiais. Particularmente acho que o Pipemasters, o World Cup em Sunset e o Bells Easter Classic são a Tríplice Coroa sagrada do surf.
Vencer um evento desses é entrar para a história do Surf.

Deixar Sunset fora do circuito principal da ASP é uma coisa que nunca entendi direito. O Hawaii é o templo sagrado do esporte e merecia sediar mais que uma etapa do WT por ano.

O World Cup deste ano foi presenteado com dois swells com tamanho e proporcionou um show incrível para as centenas de pessoas que acompanhavam tudo ao vivo e para os milhares de internautas espalhados pelo globo.




No primeiro texto desta cobertura sobre o campeonato em Sunset, mencionei um video do site do evento, com imagens do passado e atuais, que mostravam que a abordagem dos atletas na onda de Sunset mudou pouco nos últimos 30 anos, que o volume da onda exigia um surf sem firulas, com o base lip imperando sobre o above de lip.

Realmente 90% das ondas surfadas foram assim, batidas e rasgadas ao invés de aéreos e suas variações. Nos 10% restantes vemos o que efetivamente foi mudando no decorrer dos anos nas competições em Sunset. As pranchas.




Lembro de uma coluna do Bocão, acho que foi em 92/93, em que ele descreve a experiência que teve como caddie de Teco Padaratz na bateria em que o catarinense garantiu o primeiro título mundial do WQS da história (seria bi em 99), e como pode surfar com ela depois da bateria. Não lembro o tamanho, mas era menor que o "normal" da época, mas tinha reações de uma merrequeira, com trocas de bordas rápidas e muito drive.




As pranchas hoje em dia estão menores ainda. O modelo mais usado no dia final deste World Cup foi a 6´10. Como resultado direto disso os caras de hoje estão fazendo tubos melhores do que antigamente. É um evolução e tanto numa onda tão dificil quanto Sunset. A mais dificil eu diria. A ponto do careca sanguinolento jamais ter conseguido uma vitória no lugar. Os tubos de Dusty, Ola e John mostram do que estou falando.

BRASILEIROS

O Brasil foi representado por Jessé Mendes e Raoni Monteiro no último dia do World Cup 2011.
Jessé caiu na primeira do dia, com o mar ainda acordando, o famoso morning sickness, o jovem paulista foi eliminado por Evan Valiere e Jordy Smith, deixando Jamie O para trás. Este último, inclusive, descolou o troféu vaca do campeonato neste heat ao praticar salto ornamental numa besta de 10 pés em cima da bancada do inside ball. O´Brien tinha uma boa onda no bolso, mas após esta vaca, ainda tomou uma série inteira na cabeça.




Raoni Monteiro defendia o título do campeonato e estava adorando as condições. Não é por acaso que em todas as vezes que Raoni apareceu na mídia em 2011 foi por ter se destacado em condições de mar em que poucos gostaria de surfar.
No campeonato mais assustador já realizado no Tahiti foi dele a primeira nota 10 do evento.
No campeonato mais assustador já realizado em Saquarema ele estava na final.
e quando o mar realmente subiu no Hawaii, novamente, Monteiro estava lá.

Começou fazendo uma dobradinha da O´Neill (que deixou de patrocinar este evento) com John Florence nas oitavas, eliminando Coleborn (quase se levanta no final) e Reynolds (voltou a competir como Dane).

Depois dominou amplamente as ações da terceira quarta de final, contra CJ, Gaskell e Centeio. Nesta bateria Raoni soube ler as mudanças do oceano. Na bateria anterior a dupla de Maui Ola Eleogram e Dusty Payne tinha dado um show de tubos, sempre na bancada do inside. Na bateria seguinte, os tubos já não abriam tanto e eram menos frequentes. Raoni buscou as maiores e na ausência de canudos procurou manobrar sempre no critico e com força. Já na primeira arrancou um 7,5 e ficou tranquilo para procurar outra boa, fechando a fatura com uma da série destruída com duas manobras fortes.




Na semi final, contra J. Florence, Gaskell e Ace, algo aconteceu já na primeira onda, quando um pequeno desiquilibrio custou toda uma sessão no inside e logo após, em sua melhor onda, o mesmo aconteceu na finalização. Erros como esses numa bateria deste nível são fatais.

De qualquer sorte esta sólida atuação de Raoni prova que a vitória do ano passado nada teve a ver com o tamanho das ondas, mas com a qualidade do atleta.

GRINGOS

John Florence é um fenômeno, compete nos eventos da Tríplice Coroa desde 13 anos, entuba como pouquíssimos e encara as ondas com um estilo que beira o descaso, mas sempre com objetividade e power.
Entrou por acaso no WT após a primeira rotação, graças a lesão de Yadin Nicoll, e desde que entrou tem arrancado boas notas e feito excelentes baterias.

Ter entrado ainda este ano pode ter ajudado John a não se tornar um Jamie O da vida. Que logo se cansou das merrecas wqesseanas e desistiu da busca a vaga no WT. Florence entrará em 2012 já sabendo uma coisa ou duas sobre o tour e se o pessoal da ASP continuar com a sorte de ondas durante eventos que teve em 2011, a chance de se coroar o quarto campeão mundial havaiano é grande. (terá que derrubar o careca sanguinolento, os queridinhos estabelecidos, Taj, Joel e Mick, além da Brazilian Storm, é claro).




Adam Melling tem que ser destacado. Não sou muito fã do surf dele. Parece um remendo de vários estilos e me parece um Bourez piorado, faz força demais para um surf de menos. Mas nesta tríplice coroa ele tem sido o cara. Duas finais consecutivas e sua vaga no WT 2012 garantida. Acho que ele sempre será um daqueles coadjuvantes. Que aproveite seus 15 minutos de fama.

Kekoa Bacalso e Olamana Oleogram foram dois dos caras mais atirados do evento. Ola chegou a semi, mas gastou tudo que tinha nas quartas, com um 10 unanime merecido. Kekoa nem estava no dia da final, mas perdeu no espirito go for it.

Por fim, vale destacar as atuações de backside de Nat Young, Ace Buchan, CJ Hobgood, Matt Wilko e Jessé Mendes.

Até o Pipemasters.

WORLD CUP 2011

1 - John Florence
2 - Michel Bourez
3 - Adam Melling
4 - Hank Gaskell
5 - Adrian Buchan
5 - Olamana Eleogram
7 - Raoni Monteiro
7 - Dusty Payne

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

PRIME SUNSET - 3º DIA - CHUTA QUE É MACUMBA

Um dia muito difícil para os surfistas brasileiros no Evento Prime disputado nas pesadas direitas de Sunset, HI. A direção da ondulação melhorou em relação a domingo, último dia grande, mas o vento não ajudava e o campeonato rolou com ondas balançadas de 10 a 12 pés.




O time brasileiro esta fazendo tudo certo nesta temporada havaiana, chegaram cedo, prepararam as pranchas, focaram nos eventos, etc, mas esta faltando sorte.
Após a notícia da lesão de Alejo Muniz, soube-se que Miguel Pupo se machucou e que Adriano saiu mancando de sua bateria em Sunset.

CHUTA QUE É MACUMBA! SAÍ URUCA!
Esses gringos tão batendo cabeça...abre o olho!

Brincadeiras a parte, além da falta de sorte em relação as lesões, com a honrosa exceção de Jessé Mendes, todos os atletas que ainda tinham chance de classificação para o WT 2012 foram eliminados. Jr. Faria, Willian Cardoso e Tiago Camarão, terão que continuar remando nas etapas do WStar e WPrime no primeiro semestre de 2012 para tentar uma classificação na rotação do meio do ano que vem.Se as regras de ranking permanecerem as mesmas, o seeding obtido com certeza ajudará.

BATERIAS

Jr. Faria foi o primeiro brazzo a cair na agua, na segunda do dia. Seu problema foi o mesmo de vários, escolha de ondas. Jr. tem um surf de linha muito bonito e merecia melhor sorte. Fez umas manobras, mas a onda não colaborava na sessão seguinte. Adam Melling esta mostrando uma vontade impressionante. Como a bruxa esta solta no North Shore, é bem capaz dele competir em Pipe e se bobearem, levantar a Tríplice Coroa. Não seria a primeira vez que uma zebra levanta o caneco. Rommelse e Durbidge já levaram.




Wiggolly Dantas e Jessé Mendes caíram na quarta bateria e enfrentaram Kerr e um dos Gudauskas. Wiggolly começou muito bem, passando as sessões balançadas com fluidez e segurança, enquanto Jessé despencava em vacas sinistras. Parecia que Guigui avançaria e a disputa pelo segunda vaga ficaria entre os gringos. Do meio para o final da bateria após outras vacas, Jessé começou a se levantar completando manobras incríveis no olho de Sunset. Ao mesmo tempo Kerr acha alguns tubos e vira tudo, deixando Guigui de fora do evento.
Jessé ganhou mais do que sua vaga para a próxima fase. A exemplo de Ricardinho dos Santos na primeira fase, Mendes ganhou respeito no North Shore. Vale mais que 1000 troféus...




Mineiro caiu na nona bateria da fase contra outro Gudauskas, gemeo do Pat que esta no WT, Tonino Benson, destaque da primeira fase e Dale Staples, que esta bem no ranking pro Jr. Todos queriam um pedaço do quinto melhor surfista do planeta e um dos poucos a desafiar o careca sanguinolento.
Adriano foi mal julgado nas suas duas ondas que contaram. Na primeira, um 3,5, foi incrivelmente underscore, ao menos 1,5 ponto. Tentaram usar a lei da compensação no 3,3 de uma manobra só, mas não foi o suficiente.
É justo falar que Mineiro cometeu um erro estratégico ao pegar essa onda 3,3. A remada de volta ao pico é longa, ainda mais quando a onda fecha e não houve tempo para achar outra.




Jadson André entrou logo em seguida contra dois havaianos casca grossa e Kolohe Andino. O rei dos 6 estrelas parecia meio assustado e escolhia as menores, ao contrário dos outros 3 que se jogavam no que aparecesse.
Desde o inicio André mostrou que é carne de pescoço, voltando de uma batida completamente no ar e surgindo do meio da espuma. Recebeu um 6,33, nota alta para o dia. Buscando fazer uma segunda nota para somar, o potiguar escolheu uma bomba de mais de 10 pés e se jogou lá de cima, proporcionando uma das vacas mais assustadoras do dia.
Jadson acabou não achando a onda que precisava e passando um pequeno sufoco na bancada do inside, mas é outro brazuca que vai ganhando respeito nas ilhas.




Willian Cardoso, encarou Damien Hobgood, Lincoln Taylor e Gabe Kling. Hobgood esbanjou conhecimento e classe para passar em primeiro, enquanto Taylor mostrou o mesmo go for it que o levou as finais do Prime de Saqua. Cardoso fez uma bateria muito parecida com a de Jr. Faria, até conseguia umas manobras, mas a onda não ajudava na sessão seguinte. De bom mesmo, só a derrota do Kling.




Camarão entrou na décima terceira e perdeu para Davo, recém casado e inspirado e Mitchel Coleborn, estrela dos filmes do Kai Neville que esta surfando muito de costas para a onda em Sunset. Thiago rabiscou bonito numa bomba, mas na hora do tubo no inside a onda fechou. Sorte é preciso. É justo falar que o brasileiro pecou na escolha de ondas. Glenn Hall demorou para escolher a boa, mas no finalzinho veio numa das mais perfeitas do dia. Era fácil imaginar Camarão destruindo aquela direita e passando para a próxima fase. Fica para a próxima.




Raoni Monteiro venceu a décima quarta bateria do dia, mesmo com os juizes tentado ajudar Sunny e Fred P. A primeira onda do brasileiro, nota 6, valia ao menos um 7,5 e o que foi a última dele? Cavou e bateu numa parede de 10 pés como se estivesse numa valinha de meio metro! Orgulho de Saqua continua defendendo seu título!




O líder do circuito brasileiro profissional, Tomas Hermes caiu na última do dia e tanto ele como os outros dois integrantes da bateria não tiveram qualquer chance. Dane Reynolds encarnou o anti-Slater e ninguém venceria ele ali. Ninguém! Hank Gaskell, local, usou da experiência para passar em segundo, sem muito esforço, já que Wilson, vice ano passado e Hermes não acharam nenhuma realmente boa durante a bateria.




O último dia do World Cup tem tudo para ser épico, como Sunset merece.
Apenas Raoni Monteiro e Jessé Mendes representam o Brasil no último dia, com este último ainda alimentando chances de ingressar no WT na rotação pós Pipe.
Jessé entra na primeira do dia, contra Jordy Smith, Evan Valiere e Jamie O´Brien.
Raoni entre na última da fase 4, contra Mitchel Coleborn, J Florence e Dane Reynolds.

o atual campeão do evento, Raoni Monteiro, mostrando como é que se faz. foto: http://vanstriplecrownofsurfing.com/vansworldcupofsurfing2011/photo_gallery/day_7_vwcs