segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

MUNDIAL PRO JR - FINAL - IBELI LEVANTA A TAÇA

Após um campeonato de ondas ruins, uma derrota prematura, um empate improvável e um meio de desempate curioso, o paulista Caio Ibeli levantou o mundial Pro Jr de 2011. 


Com a mudança do local de competição, de um beach break para um point break, esperava condições melhores para o evento, mas com um período de espera inexplicavelmente curto, varias baterias foram disputadas em condições sofríveis, com vários dos favoritos sendo derrotados mais pelas condições do oceano do que pela qualidade do seu adversário, como ocorreu com o próprio Caio, Peterson Crisanto e Jack Freestone.







O campeonato no dia final realmente pegou fogo nas quartas de final, quando logo nas duas primeiras baterias da fase dois candidatos ao título caíram, Freestone e Gouveia, desta forma a terceira bateria das quartas recebeu contornos de final de mundial, já que se Garret Parkes vencesse seria campeão mundial e se Filipe Toledo vencesse, a disputaria ficaria aberta. Se Toledo vencesse a etapa levantava também o título do circuito, se perdesse antes aconteceria um empate entre Garret Parkes e Caio Ibeli. Já falo do desempate.


Numa bateria espetacular, após um inicio fulminante, Parkes viu o brasileiro se levantar no final da bateria e virar na última onda com uma nota 9,27. Filipinho foi com moral para a semi, onde encararia o jovem havaiano Nathan Carvalho, que vinha apresentando um surf bastante conservador, passando as baterias com uma melhor escolha de ondas.






Durante a última das quartas e a primeira das semis muito se discutiu na internet sobre a possibilidade de derrota de Toledo e da legalidade da realização da bateria desempate, já que o rule book da ASP é silente sobre o aspecto (surpresa) e Caio tinha uma vitória na temporada contra nenhuma do australiano.


Numa semi final nervosa e de poucas séries o havaiano colou no brazzo e toda vez que Filipe descia uma onda lá estava Carvalho na imediatamente atrás. Nessa tática, durante ao menos 3 oportunidades Natan conseguiu pegar uma onda maior e com mais parede do que a do brasileiro. No surf a diferença entre ambos é gritante, mas os juizes valorizaram em demasia a escolha de ondas em detrimento da qualidade do surf e equivocadamente, deram a vitória ao havaiano.






Os juizes não tem que julgar a onda, mas o surf apresentado. Não estamos falando de um mar grande, onde um procurou as séries e outro fugiu das mesmas, se abrigando na segurança do inside, mas de um metrinho safado, onde Filipinho destruía e voava em ondas de um metrinho, enquanto o havaiano deu algumas batidas em ondas 15 cm maiores. A nota que deram para a onda de virada do havaiano foi brincadeira de mal gosto...


Com isso a bateria final foi totalmente ofuscada pela necessidade de realização da inédita bateria Extra, que decidiria o título mundial de 2011. No fim, o vencedor do trials e ilustre desconhecido, Wade Carmichel levantou a taça da ultima etapa do mundial Pro Jr 2011, numa apresentação que ficaria melhor coroada se tivesse vencido o melhor do evento na final, ou seja, Toledo.





A bateria Extra também foi bem emocionante e...mal julgada. Caio merecidamente levanta o caneco do confuso circuito mundial Pro Jr de 2011. Deve aproveitar muito bem os arregos que receberá nos Primes 2012 e quem sabe, figurar entre os 32 melhores em 2013.


P.S: Alguém sabe me dizer porque aquele evento da Hurley (de $100.000,00!) que o Peterson Crisanto venceu não contou pontos para o circuito? E aquele que o Kimmerson venceu? 






P.S1: Destaques Gringos: Freestone, Vasco Ribeiro e Parkes

P.S2: Destaques Brazzos: Gouveia e Toledo.


Em breve, pitacos sobre as decisões da magnânima ASP...



domingo, 22 de janeiro de 2012

CAIU NA NET IV - QUIK MOVIES

Ainda honrando a tradição de copiar e distribuir vídeos de surf entre os amigos, segue 2 videozinhos (curtos) da quiksilver.

Moments



Chypher Vision, esse acho que veio numa revista uns tempos atrás...





Tela cheia e som alto. Bom filme.

sábado, 21 de janeiro de 2012

MUNDIAL PRO JR - 1º DIA

O primeiro dia da última etapa do Mundial Pro Jr de 2011 (sim, o título refere-se ao ano passado, apesar de disputado em 2012) começou com boas ondas de cerca de 1 metro no point break de Burleigh Heads.
Demonstrando o altissimo nível da competição, mesmo contando com 8 dos melhores Pro Jr brasileiros, metade terá que disputar a repescagem, inclusive o lider do certame, Caio Ibeli.

Filipe Toledo mostrou a que veio logo na estreia. foto: http://billabongpro.com/wjc11/photo-gallery-gb/day-1-boys-round-1


Deivid Silva, Caue Wood e Lucas Silveira são os outros brazzos que perderam na primeira fase e disputarão a repescagem.
Ibeli precisa passar poucas baterias para sagrar-se campeão mundial Pro Jr. Perdeu muito apertado em sua bateria e acho que atropela Eli Steele (quem?), assim como os outros brasileiros escalados na repescagem.

Peterson Crisanto não teve vida fácil contra o local Parkinson. Fez a melhor média da fase e passou. foto: http://billabongpro.com/wjc11/photo-gallery-gb/day-1-boys-round-1


Filipe Toledo, Peterson Crisanto, Marco Fernandez e Ian "só na capa" Gouveia fizeram bonito e passaram direto para a fase 3 do evento. Destaque para os dois primeiros. Filipe colocou seus dois adversários em combinação, mesmo caindo bastante da prancha e Crisanto fez a maior média da fase para derrubar Mitchel Parkinson (primo do Parko, acho) numa bateria homem a homem, (o americano Kalani David não correu a bateria), em que o australiano foi bem agressivo na disputa de remada. Mas vindo de um dos picos mais crowd do sul do Brasil, Crisanto sabe que cara feia é fome e tratou de colocar o gringo no bolso.

Já saiu o primeiro video de melhores momentos. Tomara que tenha o heats on demand. A transmissão esta legal, e o nível espetacular.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

FUNDOS ARTIFICIAIS / PISCINAS DE ONDAS - FUTURO DO SURF?

Durante um bate papo com amigos iniciou-se uma salutar polemica sobre nosso querido esporte.
A massificação do surf é uma coisa positiva ou negativa? Não conseguimos uma unanimidade, mas me parece que as opiniões tendem para a resposta positiva.

Em muitos lugares do mundo, o crowd beira o insuportável, prejudicando a pratica do esporte e tornando-o desnecessariamente perigoso. Verdade.

Em contra partida, com a massificação do esporte, a movimentação financeira em torno do surf aumentaria muito, assim como o investimento em tecnologias, tendo como resultado provável a descoberta da piscina de ondas definitiva (KS esta trabalhando nisso, vai sair!) e meios de criação de fundos artificiais com mínimo impacto ambiental.

Aliás, a popularização das piscinas de ondas poderia diminuir o crowd, em especial o de novatos, que aprenderiam na segurança da agua clorada antes de aventurar-se nos domínios de Netuno.

E a aplicação esportiva/comercial das piscinas de onda? Sem fim. Já pensou ver uma final entre Medina e Mineiro em ondas de 8 a 10 pés dentro de um estádio lotado? Com horário para vir as séries a TV perderia sua principal reclamação contra o Surf.



Wavegarden invites pro surfers and kids to test the wavepool from wavegarden on Vimeo.


E o mesmo pode se dizer dos fundos artificiais.
Imagine todo o crowd de fim de semana do Arpex e Itacoatiara juntos. Agora imagine este mesmo crowd espalhado em 20 picos diferentes distribuídos pela reserva da Barra da Tijuca e pela região oceânica de Niterói. Faixas de areia com ondas que em geral fecham a partir de um metro (Niterói acho que só tem onda mesmo em Itacoatiara).

Ainda na imaginação, fantasie com a criação de bolsões de estacionamento e terminais de ônibus espalhados no entorno destas praias, com bikes a disposição para galera chegar ao pico sem transito, com melhorias significativas para os bairros envolvidos, seus moradores e frequentadores.

Imagine, por fim, que em todos esses 20 picos o fundo artificial instalado não só trouxe ondas de qualidade, como criou um habitat perfeitamente compatível com o meio ambiente.



India's First Multi-Purpose Reef Goes Off from ASR Limited on Vimeo.


Em especial nas regiões sul e sudeste do Brasil, onda há abundancia de ondulação e escassez de fundos, a criação de ondas de qualidade poderia transformar o local num pólo surfistico internacional. Aquelas ressacas de 10/15 pés fechando poderiam se transformar em pistas perfeitas do mesmo tamanho ou ainda maiores. E não precisamos ficar apenas imaginando. Basta visão.

Falando em números, se pegássemos 1/3 da grana gasta em 1 estádio da Copa da Mundo (Maracanã esta na terceira reforma em 10 anos!) já teríamos alguns fundos protótipo em algum beach break do nosso país.
E eu nem toquei na questão do turismo...

Esse video abaixo ajuda a provar a fissura da galera quando não tem onda, apesar de ter achado o meio barulhento e poluente. Mas vale pela criatividade...


River Wave Surfing - Rough Cut from Simon "Shagga" Saffigna on Vimeo.


quer saber mais sobre o assunto? CLIQUE AQUI

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

CAIU NA NET III - TAJ BURROW´S FAIR BITS

Copiar e distribuir vídeos de surf entre os amigos é uma das tradições mais legais da surf culture.
Todos sabem que é obrigado ter aqueles avisos chatos no inicio dos filmes, mas o que os caras esperam mesmo é que a molecada copie e distribua seus vídeos. Lembram do Black & White? KS é que estava certo...
Tradições legais tem que ser mantidas...
Filme do Taj...Gostei da trilha.

Tela Cheia e som alto...as always.




Fair Bits Complete from Taj Burrow on Vimeo.


Honrando a tradição: layback.com

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

BACKDOOR SHOOTOUT - VIDEO III

Saiu o terceiro video. Vi primeiro no portalsurfcam.com
Os vídeos estão maneros e tudo mais, mas o que menos se vê são imagens do campeão...
Reef McIntosh venceu a peleja...

Reef, o campeão. foto: surfermag.com


Toda vez que leio algo desse Reef lembro desse episódio do jet ski: http://youtu.be/yVMjZeKzW9Q ou daquela onda que o KS colocou no tubo em Waimea, já que o careca, na mesma onda em que fez o tubo do campeonato, rabeou Reef.

É legal "ver" um cara diferente vencer.

RESULTADOS:

1. Reef McIntosh $30,000
2. Jamie O’Brien $20,000
3. Marcus Hickman $10,000
4. Bruce Irons $5,000
5. John John Florence $2,500


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

CAIU NA NET II - CLAY COMES TO STAY

Mais um video disponibilizado na grande rede.
Esse Clay é maluco, todo mundo encapotado na agua gelada e ele no pelo...
Gostei do filminho. Destaque pra ultima sessão (queria ver o Bruno Santos ali). Esquerda assassina. Shaun Cansdell que o diga...
Como sempre: tela cheia e som alto...



Clay Comes to Stay from Tom Jennings on Vimeo.


13/01 - atualizando
Mais um video do Dane Reynolds goofy, ou seria o Dane um Clay Marzo regular?
18/01 - atualizando, olhando bem esse Clay é um bom discipulo do Fabinho Silva (CE), é não?





Clay Marzo - Any Kine from Heavy Mayo Westside Pride Media on Vimeo.







quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

BACKDOOR SHOOTOUT - VIDEO II

Aparentemente os havaianos democratizaram um pouco o evento anteriormente descrito como "locals only".
Dean Morrison e Anthony Walsh são australianos e estão em destaque no video abaixo.
Não lembro se o KS participou de alguma edição do Shootout, mas ele tem uma mania de vencer ao menos uma vez cada evento que já disputou.
Abre o olho! Se deixarem o careca sanguinolento entrar, já viu né?
Essa "mania" talvez explique sua presença na lista de baterias do evento de ondas grandes de Marvericks (o careca já foi vice lá, salvo engano). confira o evento em Marvericks neste link.
Destaque para o havaiano filho de brasileiros Kiron Jabour. Deve ser o primeiro cabra que fala a língua de Cabral a participar do Shootout.
Tem muito video desse Shootout brotando na net.




2012 Da Hui Backdoor Shootout Day2 Highlights from Prickett Films on Vimeo.

SURF AO VIVO AGORA - 4 STAR CHINA

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

BACKDOOR SHOOTOUT - VIDEO

Enquanto isso em Pipe...





atualizando: mais um videozinho...o som é que não é la essas coisas...
mas o surf...




sábado, 7 de janeiro de 2012

A ONDA PREFERIDA DO CARECA - BARBADOS

Acho que todo mundo já viu várias e várias vezes imagens dessa direita em Barbados. Soup Bowl.
É uma das ondas preferidas do careca sanguinolento. Devido a proximidade com a Flórida, toda a região do Caribe é o jardim dos fundos dos americanos, pelo menos na época em que eles tinham grana para viajar, todo fim de semana o crowd yankee invadia os picos da região.
Agora, o que poucos tinham visto eram imagens desse pico quebrando clássico. Clássico mesmo, tão bom quanto pode ficar. Eu nunca tinha visto.
Já vou até iniciar o trabalho de convencimento na patroa. Trip to Barbados...


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

CAIU NA NET - LOST ATLAS

Novamente bebendo de fonte alheia (SurfOnLine)
Surf Moderno a flor da pele.
Particularmente achei a trilha meio chata...mas o surf...
Recomenda-se tela cheia.

atualizando: ele foi sequestrado da net...quando achar outro link posto aqui.

não é a mesma coisa, mas vale, né?

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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

TOP 34 2011/2012

Para iniciar 2012 no Blog, segue, nas próximas linhas, uma "breve" e despretensiosa análise de cada atleta que compõe os Top 34 da ASP para este ano. Desde que Derek Hynd começou a fazer isso, estas reportagens tem sido minhas favoritas e a cada ano espero ansioso os exemplares das revistas especializadas que contém a análise dos caras e a previsão (pitaco) para o ano seguinte. 

No fim do ano passado a ASP divulgou a suspensão da rotação semestral do ranking do Circuito Mundial de Surf.. Pelos comentários que li até aqui a questão é bem controversa, com muitos achando uma boa medida, saudosos do sistema QS/CT e outros achando uma péssima medida, tomada por surfistas ultrapassados e com medo.

Medo até certo ponto injustificado. A rotação do meio do ano passado foi aproveitada exclusivamente por moleques abaixo de 25 anos que ingressaram na elite competindo como se fosse outro evento qualquer, arrancando scores altos e consequentemente resultados. Mas isso não quer dizer que a rotação de 2012 não poderia ser aproveitada por veteranos do WT que desde o inicio do ano correram atrás dos pontos dos Primes e Stars.

Acredito que este alto índice de novatos se aproveitando da rotação muito se deveu a inercia dos "operários" da elite. Caras que em outros tempos corriam eventos de qualquer tamanho, sempre trocando pontuações e garantindo sua manutenção no mundial da elite com os resultados obtidos na "segunda divisão" (QS). Esses operários, por um motivo ou outro, justamente em 2011, em pleno ataque da nova geração, ficaram acomodados, disputando apenas as valorizadas etapas do WT. E o resultado se viu a partir de Trestles.

Ao mesmo tempo em que a rotação me pareceu uma medida salutar, que promoveu uma renovação interessantissima no mundial de 2011, o sistema de ranking duplo nunca me pareceu correto o suficiente. Entenda-se ranking duplo como o Ranking WT (que conta com os pontos obtidos em provas do WT) e Ranking Unificado (que conta com os pontos obtidos em todas as provas sancionadas pela ASP, ou seja, WT, Prime e Star). Em minha opinião, ao final do ano, com os resultados no papel ficou ainda mais evidenciado a confusão de rankings alardeada por Bobby Martinez. "Como um cara que nem compete comigo esta na minha frente no ranking?" bradava o americano. E ele estava certo! Um exemplo? Ranking Final Medina x Ranking Final Mineiro.

Medina acabou na frente do compatriota na soma dos pontos obtidos em provas do WT e Prime. É possível compara-los? Adriano disputou poucos Primes enquanto Medina disputou quase todos.

Como Medina atingiu o espetacular quarto lugar no World Rankings (Unificado), os feitos de Adriano de Souza no Ranking WT ficaram um pouco de lado. Já é uma tradição nacional isso, não?
Certamente, se Mineiro tivesse igualado ou ultrapassado a marca histórica de Victor Ribas de 1999, o ranking que veríamos estampado em todos os sites e blogs nacionais seria o do Ranking WT e não o Unificado, mesmo com Medina em quarto lugar no ranking unificado.


Aliás, a econômica nota da ASP não esclareceu como fica a questão dos rankings. Diante do silencio da entidade me permito concluir que o ranking unificado permanece ativo e irá definir quem serão os 34 melhores do mundo em 2013. Caso contrário, desde já deveria decidir quantas vagas o pessoal que corre os Primes e Stars estão disputando e em que posição do ranking os caras do WT devem ficar se quiserem permanecer na elite.


Apesar de ser favorável à rotação, a verdade é que há bons argumentos na mesa, tanto PRO quanto CONTRA as alterações de sistema promovidos pela ASP. Gostei da opinião ponderada de Tulio Brandão. De fato,  parte é culpa do tipo de esporte que o surf é, parte por falta de discussão ANTES da implantação do novo sistema, parte por não se testar o sistema por mais tempo, parte por pura incompetência da ASP. 


O mais significativo da mudança anunciada é a sensação de que a ASP não passa de um navio sem capitão, dirigindo-se aos corais com as máquinas a todo vapor. Se ninguém assumir o comando, o naufrágio será inevitável. O surgimento de uma Liga ou nova entidade para reger o surf é uma possibilidade real e talvez necessária.

A sorte dos surfistas profissionais é que este esporte é tão fascinante e apaixonante que, mesmo após anos de lambanças dos cartolas os números de fãs só aumentam e as transmissões dos campeonatos tem evoluído a cada ano que passa, o que nos traz um pequeno alento. Independente da direção que a competição siga, haverá SURF! E considerando o material humano á disposição, a qualidade e o nível do surf apresentado estão garantidos.

Mesmo sem maiores definições sobre os circuitos da temporada 2012 e seguintes, e ainda com muitas dúvidas, vamos as verdadeiras estrelas do circuito, os 34 melhores surfistas do mundo para a temporada 2012 de Surf Profissional:



Yadin Nicoll - 34 - Ganhou o convite da ASP por lesão. Vem tentando ingresso no WT há alguns anos e este ano, quando finalmente conseguiu, se lesionou seriamente numa surf trip para o Japão. Era o jeito divino de interferir. Pode ser? Fato é que sua lesão proporcionou a entrada antecipada (e festejada) de João João. Yadin vem de uma região da Austrália com tradição na criação de big riders, e é estrela de vídeos de surf desde sempre. Pode dar trabalho, mas tem tudo para ser mais um operário do tour. O US Open demonstrou bem o tipo de competidor que é...





Kai Otton - 33 - Num ano tão bom de onda esperava mais do australiano. É o Michel Rommelse dessa geração. Brilhou em Saquarema num mar cabuloso e no WT por várias oportunidades não conseguiu transformar a melhor onda da bateria numa vitória. Dono de algumas das notas 10 mais merecidas em anos. Pode voltar a se firmar em 2012, se realmente estiver a fim. Este ano abriu mão de alguns eventos que acabaram fazendo falta no fim.





Travies Logie - 32 - Esse foi o cara que ia passando por média a cada bimestre com uma ajudinha do professor que trocava uma prova por um trabalho ou algo do tipo. Estava mal das pernas, mas devido a contusões e desistências acabou competindo em vários WT como convidado. Sua história durante o evento do Tahiti poderia facilmente virar filme. Estava aguardando as ondas para a disputa de um Star na Europa quando foi convocado as pressas para substituir alguém em Chopes, chegou lá exausto, sem pranchas e num mar cabuloso arrancou na raça um terceiro lugar (não sem antes a ASP praticar das suas ao reiniciar uma bateria com resultado fechado, lembram? Travis x Jordie). Surf ultrapassado, não deve ir longe pelo WT. Pode até figurar na lista de 2013, mas graças aos Primes e Star. Soltou rojões com a noticia do fim da rotação semestral.


Em minha opinião o Travis faz um de seus últimos anos na elite. foto: boardriders-week.com


Dusty Payne - 31 - Estrela de filmes de surf e autor de algumas baterias sensacionais, costuma competir mal e perder em fases que distribuem poucos pontos. Começou bem o ano em Snapper, mas seu ponto alto na temporada foi a semi no US Open, quando perdeu para KS numa bateria sensacional. Surf tem. Falta competir melhor (menos marra, mais concentração?). Ou virar free surfer...Vai querer mostrar serviço, João João o inspirará ou o atropelará.






Patrick Gudauskas - 30 - Tipico operário. Consegue completar manobras bem malucas, mas não enche os olhos de ninguém. Vai curtir a vida no tour uns anos ainda. O caçula do clã esta beliscando a vaga. Talvez com a cia do irmão consiga subir um pouco mais no ranking. Venceu o Prime com melhores ondas do ano, em Ballito, Africa do Sul (evento em que os brazzos quebraram também).






CJ Hobgood - 29 - Campeão mundial de respeito, sem patrocínio há mais de ano, contudo. Ano de altos e baixos para o simpático americano. Quando esta a fim é jogo duro para qualquer um, como mostrou no Prime de Azores . O lance é se ele esta mesmo com vontade de seguir o mundial ou ficar em casa curtindo a familia. Dizem que foi convidado para o WT de São Chico do Norte e recusou. Pelo menos no Pipemasters mostrou a vontade de costume e deu show.



Mal saiu e já voltou? CJ permanece onde tem que ficar, na elite do surf mundial. foto: espn.estadao.com.br


Kolohe Andino - 28 - Esperam muito dele. Isso pode até ser um problema. Mostrou na perna brasileira que não tem medo de cara feia vencendo 2 eventos seguidos ( mesmo com alguns empurrõezinhos), mantendo o ritmo no outro lado do mundo, AUS, onde abocanhou seu terceiro 6 estrelas em sequencia. Foi o melhor nesta classe de campeonatos, ou seja, eventos de terceiro escalão. Nos Primes não fez nada demais e na chance que teve no WT, se jogou. Ok, um ponto para ele, mas foi só isso. Definitivamente um cara que é bom na série C não chegará arrebentando na série A. Vai se manter com os pontos obtidos fora do WT. Talvez com os anos se transforme em tudo que esperam dele, mas no ano de estréia não. Isso é coisa para gente de outra estirpe...Pode ser inclusive que ele se torne um operário, ou pior, um farsante...a ver. Já é muito melhor do que seu pai jamais foi. Durante o ano deu várias declarações elogiosas aos brasileiros, com quem pretende aprender alguns truques. Humildade não faz mal a ninguém.



November 2011- Hawaii from Kolohe Andino on Vimeo.


Adam Melling - 27 - A Ovelha Dolly do Fanning mostrou raça em 2011 e se garantiu no WT mostrando muito sangue frio nas disputas no Hawaii, completando uma Tríplice Coroa dos sonhos, pela primeira e provavelmente última vez na carreira. Outro trabalhador padrão tipico da ASP. Desde o inicio da temporada percebeu que caras como ele tem sua batata colocada para assar com constância no novo WT. Correu atras e se deu bem. Se não tomar cuidado será atropelado pela molecada em 2012.


Melling. Continuará garimpando. Bom surfista e bom competidor, nada além disso. foto: surf.transworld.net


Miguel Pupo - 26 - O filho do vala chegou lá. E chegou causando estragos. Venceu 2 Primes na Califórnia e no WT, apesar de nenhum resultado expressivo, já mostrou do que é feito. Merece uma medalha por ter se jogado em Pipe mesmo lesionado. Tem, na minha opinião, o estilo mais bonito desta nova safra canarinho e desfilará seu classe no WT 2012 rumo aos Top 10, principalmente se evoluir em ondas tubulares para direita, talvez seu único ponto fraco.






João João Florence - 25 - Já é um dos melhores do tour, especialmente em ondas de consequencia. Pelo visto gostou da brincadeira de viajar com os melhores do mundo surfando ondas fantásticas. Se Netuno continuar com a boa vontade é Top 10 fácil em 2012, e provável Top 5. Em verdade, pelo nível do moleque, é candidato a título, mas erros como o que cometeu nas quartas do Pipemasters ainda o tiram da lista dos favoritos ao caneco. Se aprender a vencer eventos será dificil segura-lo. Aposto que vence uma etapa este ano. Tenho uma Hardcore antiga na casa da minha mãe, onde o autor da coluna final (acho que foi Reynaldo Andraus) profetiza uma final em Pipeline entre Mineiro e João João. Pode acertar na mosca!






Raoni Monteiro - 24 - Outro que teve um ano de altos e baixos no WT, mas manteve-se sempre bem no ranking com alguns resultados expressivos, como o vice no Prime de Saquarema, a semi em Sunset e o quinto lugar em Teahupoo. Quem acompanha a carreira do Raoni (no meu caso desde que ele venceu uma final contra Marco Polo no Brasileiro Amador em 93 ou 94. O mar da Barra da Tijuca estava indigesto e o moleque de 12 anos quebrou tudo) sabe que não é por acaso que seus melhores resultados tenham ocorrido em mares de consequencia. Se encontrar a constância necessária vira top 10 fácil.


Raoni na primeira onda nota dez do campeonato mais sinistro do ano. foto: globoesporte.globo.com


Tiago Pires - 23 - Nosso camarada portuga não teve um de seus melhores anos. Numa jogada surpreendente largou um patrocínio histórico da Billabong para fechar com a concorrente Quick por 10 anos (dizem). Até a final do Prime Santa Cruz o gajo pouco tinha arranjado. Deixou de competir em alguns eventos chave que poderiam ter lhe dado um fim de ano mais tranquilo. Deve entrar em 2012 mais escaldado. Acredito que Pires ainda tenha alguns anos de tour, mas para quem começou como uma promessa, decepcionou ao acostumar-se com a vida de operário do tour.


Tiago Pires não teve um ano muito bom. Mas aprende rápido e deve melhorar em 2012. foto: surfermag.com


Jadson André - 22 - Provavelmente o cara mais mal julgado do ano. Parecia até represália dos juízes pela vitória no ano de estreia (vale lembrar que Jadson sofreu duras criticas ao seu surf APÓS a vitória em Imbituba. A história do One Trick Poney. Jadson nunca foi, e provou isso ainda em 2010 com vitórias convincentes em mares que teoricamente não seriam sua especialidade). Em 2011, a única chance que tinha era quando realmente destruía o adversário, não deixando dúvidas de quem era o vencedor. Se fosse precisar de pouco para passar a bateria era garfado. Surfou bem em todos os lugares que o circuito passou, principalmente nas primeiras fases (perdeu poucas vezes na primeira fase). Sua bateria com Fanning em Bells entra para o hall das melhores do ano. Acredito que 2012 consiga ficar entre os top 16 sem grandes sustos, mas seu lugar de direito é bem mais acima no ranking.



Jadson André, campeão do Billabong Pro 2010 - Vídeo das melhores ondas do campeão from Emfocosurf.com.br on Vimeo.


Taylor Knox - 21 - O vovô do circuito renovou-se junto com a primeira rotação do tour. O segundo semestre de 2011 foi o melhor da carreira de Taylor. Achava que o garoto de 40 anos largaria o tour em 2013, mas se iniciar 2012 no mesmo ritmo que terminou 2011, ele continua mais um tempo. Até porque sua linha continua impecável. Torço pela sua permanência. É um exemplo de atleta. O surf profissional precisa de caras como Taylor.


Taylor Knox, o mais velho do tour. Deu trabalho no segundo semestre. Sou capaz de apostar que o gas acabou e que este é o ultimo ano do veterano. Fará falta. foto: cisurfboards.com


Matt Wilkinson - 20 - O criativo australiano de Copacabana - AUS (sim há outra Copa, google it...) finalmente conseguiu chamar atenção também pelo seu surf. Especialmente em Teahupoo, onde conjurou a melhor performance de sua carreira. Suas roupas de borracha personalizadas também foram uma bela sacada de marketing. Empobreceu um pouco sua participação com boatos sobre sua conduta noturna estar um tanto quanto exagerada. Coisa que definitivamente não combina com grandes resultados (nem com bons patrocínios). Pode se manter em 2012, assim como pode despencar no ranking e ter que recorrer aos Primes. Tem um dos melhores Blogs do ramo.



Teahupoo from Matt Wilkinson on Vimeo.



Brett Simpson - 19 - Tem gente que acha esse cara um farsante. Surfando na ponta dos pés, bracinhos para cima e movimentos que juizes adoram, mas quase sem pressão. Creio que mudou a opinião de muitos após sua atuação em Teahupoo. É um operário bem normalzinho e nunca descolará nada demais a nível de resultado, mas também esta longe de ser um farsante. Provou que pode surfar bem em qualquer condição, entubando fundo e manobrando no critico (mas sem força). Se surfasse com power seria do nível do Dane Reynolds. SE...do verbo: nunca...



Simpo's Scene from David Lee Scales on Vimeo.


Heitor Alves - 18 - Não teve um ano recheado de vitórias como 2010, mas manteve o nível de performance. O que o prejudicou de verdade foram as lesões. Suas atuações em Peniche e Trestles foram algo de espetacular. Deve ser o brazzo com maior legião de fãs entre os gringos após a entrevista que deu em Trestles. Desde o inicio do ano mostrou evolução naquilo que seriam seus pontos fracos. Esta surfando de costas para onda melhor do que nunca, e durante as baterias esta saindo de tubos impossíveis e voltando de manobras aéreas cada vez mais elaboradas. Esta chegando a hora de sua primeira vitória na elite...vai vendo.




10 dias em Margaret com Heitor Alves from Pedro Felizardo on Vimeo.



Adrian Buchan - 17 -Talvez o backside mais estiloso desde Occy. De costas para a onda ele conseguiu seu único resultado digno de nota em 2011. Um terceiro em J. Bay. Costuma competir bem, mas não foi uma ano para guardar na memória. Outro que pode se beneficiar do ingresso de Fiji no calendário. Segundo Nuno Jonet, Adrian é um escritor infantil de relativo sucesso com alguns título publicados. Acho que esse será o robbie dele ainda por um tempo. O articulado goofy aussie ainda tem muito surf para mostrar na elite.



Ace Buchan // Hawaii // 1:33 from SURFING Magazine on Vimeo.



Bede Durbidge - 16 - Já o comparei a Damien Hardman. Tem a mesma frieza competitiva, mas sem a estrela do Bi campeão mundial. Começou 2011 muito mal, perdendo baterias que não costuma perder, mas se levantou no Brasil, com um pódium, resultado que só voltou a repetir em Portugal. Bede é osso duro em qualquer condição. Espero melhores dias para ele em 2012.



Bede deve ter dias melhores no WT 2012. foto: surfbahia.com.br



Kieren Perrow - 15 - De longe o pior estilo do tour. Se não fosse tão influente e tão go for it com toda a certeza ele já teria recebido o cartão "não te queremos aqui" da ASP, como Neco e Cory. Articulou-se como nunca em 2011, o que lhe valeu o "carinhoso" apelido de Conspirador. Como relata Julio Adler da Hardcore, por um dia o WT J Bay não termina clássico, graças ao Kieren. Sua vitória no Pipemasters só teve a ver com sua imensa disposição para se jogar em cracas. Merecido. O Mundial de Ondas grandes podia usar os talentos do Conspirador, dentro e fora da agua.




Kieren Perrow scoring world class winter waves around the Byron shire from Tim Davies on Vimeo.



Damien Hobgood - 14 - o gemeo do campeão do mundo de 2001 continua com a precisão e go for it que o caracterizam mas teve um ano abaixo de sua média, com um quinto lugar como melhor resultado (J Bay). Seu posicionamento do ranking reflete sua regularidade, embora tenha passado mais baterias polemicas que o recomendado. Recebe Fiji de braços abertos. Assim como seu irmão, é um homem de fé. Coisas boas tendem a acontecer para pessoas assim.







Jeremy Flores - 13 - Após a épica vitória no Pipemasters 2010 quase nada deu certo na vida competitiva do melhor Francês da história do esporte. Logo no inicio do ano envolveu-se numa polemica briga na AUS (envolvendo seus amigos Sunny Garcia e filho). Em seguida lesionou com relativa seriedade seu joelho. Voltou a competir no Brasil, em grande estilo, com um pódium, mas lesionou-se novamente em casa e desta vez de forma mais grave (tornozelo, acho). Se resolver seus problemas fisicos, pode sim disputar um lugar entre os Top 5.








Gabriel Medina - 12 - Freak Medina. Ponta de lança da Brazilian Storm. Veio, viu e venceu. Tem olhar de matador, de campeão. Mas precisa muito acreditar que não venceu nada e continuar com sua rotina, especialmente com as mesmas companhias. Medina parece muito responsável e centrado, mas não esqueçamos que ainda é adolescente. Excessos no tour sempre foram e ainda são uma realidade e parasitas que se entitulam amigos também. Charles deve estar ligado nisso e deve blindar o moleque em 2012. Se entrar no mesmo ritmo do segundo semestre de 2011 o primeiro de muitos títulos mundiais é a consequencia natural das coisas.







Mick Fanning - 11 - Profissional que é, surfou bem em todos os eventos que disputou. Não raro, seu adversário fazia a melhor média da fase para vence-lo. Meio que chutou o balde após perder a final de J Bay. Pode até ser considerado a decepção do ano. Acredito no macaco albino. Se ele sentir fraquezas no careca sanguinolento pode surgir surpreendendo a todos, inclusive a nova geração. O tricampeonato cairia bem no curriculum de Fanning.







Alejo Muniz - 10teve um ano muito especial. Surfou bem em todos os lugares, mesmo naqueles onda jamais havia surfado antes, fez um 10 no Tahiti (9,8 foi maldade), resultados em point breaks (quinto em J Bay e Snapper) em beach breaks (terceiro em São Francisco e NY) ficando em haver apenas no Hawaii, onde acabou não competindo por lesão.
O único lugar em que não achei o surf dele tão bom foi em Hossegor e mesmo assim ele passou as baterias. É o que os gringos chamam de "pacote completo". Juntamente com Pupo forma a dupla mais estilosa vinda da America do Sul desde Fabio Gouveia. Disciplinado, acho que se mantém ou sobe no ranking. Viu que não é dificil fazer resultado. Dificil é ser constante. Trabalhando nisso, o hermano catarina ainda dará muitas alegrias ao Brasil e porque não? a vizinha Argentina também.









Julian Wilson - 9 - após bater na trave alguns anos, finalmente a promessa australiana conseguiu sua vaga no WT. Não decepcionou nenhum de seus fãs, com performaces inovadoras sempre que entrou na agua. Seus videos na internet são uma atração a parte. Tomou uma dura de Alejo Muniz pela disputa do Rookie of de Year. E só venceu seu companheiro de equipe graças a final na França e a lesão de Alejo no Pipemasters, pois o brazzo foi mais constante durante o ano. Teve que amadurecer durante a temporada. Sofreu algumas derrotas amargas, como a de Trestles, que lhe ensinarão uma coisa ou duas sobre as competições do Tour. Surge como candidato ao título já a partir de 2012, com ou sem careca no Tour, o que é muito significativo. Tem tudo para substituir com louvor os collie kids.



JULIAN WILSON 2011 WRAP UP from Julian Wilson on Vimeo.






Josh Kerr - 8 - e não é que finalmente a promessa voadora australiana (que mora na califa) desencantou? Após entrar no WT e sair, quase desistindo de competir e voltar, neste ano Kerrzy conseguiu mostrar nas competições o que vem mostrando em seus videos há anos. Quando teve a oportunidade voou a torto e a direito completando manobras cinematograficas durantes suas baterias. Além disso, ganhou o respeito de toda a comunidade do surf com suas atuações em Teahupoo. Se pegar gosto pela coisa será dificil tirar um lugar entre os top 10 dele.









Jordy Smith - 7 - Identidade. Acho que é isso o que esta faltando para o magrelo sul africano. Após despontar nas competições como uma cópia de Joel Parkinson e esnobar a maior empresa de produtos esportivos do planeta, parece que o Lacraia esta meio perdido (amargurado talvez?). Seu estilo não é mais parecido com o do Parko, e esta bem feinho e desconjuntado. Após ver que a aposta da Nike não era blefe, deve ter se arrependido um pouco ao ter fechado um contrato longo com a O´Neill. Em 2010 disputou a título com o careca sanguinolento, mas em 2011 foi uma sombra de si mesmo, demonstrando um brilhareco na vitória em casa. O mar mexido acabou ajudando, já que Fanning surfou mais que ele a semana toda. Como consegue completar todas as manobras inovadoras imaginaveis, acho que leva pequena vantagem por conta de seu tamanho, já que faz as mesmas loucuras em ondas de 2 a 12 pés. Se encontrar sua identidade é cara para disputar o título.









Michel Bourez - 6 - Força demais, harmonia de menos. Acho que o tahitiano fica sempre a centimetros de acertar A manobra, as vezes a prancha vai e o corpo não acompanha, as vezes é o inverso. São inegáveis as várias virtudes de Michel, o que evidencia ainda mais que não precisa fazer tanta força para surfar igual aos outros. 2011 foi de longe o melhor ano dele no tour, com uma constância invejável. Acho que desce a ladeira do ranking ano que vem. Muita gente melhor que ele chegando.










Adriano de Souza - 5 - Pode não ter ultrapassado Vitinho no quesito melhor brasileiro rankeado da história, mas entrou de vez para as escrituras do surf nacional ao quebrar mais uma barreira e liderar o mundial de 2011. Mineiro não tem o estilo mais amado do mundo, base aberta, braços esticados e corpo meio duro, contudo, coloca a prancha em lugares que poucos igualam, e mais, faz tudo com extrema força e pressão, sempre conseguindo manter a velocidade do movimento. Para mim, Adriano é um novo Peterson Rosa, não ganha fãs só pelo surf, mas pela raça. Determinação é sua palavra de ordem e poderá chegar ao titulo máximo justamente por conta disso.
Chris Mauro, escreveu um texto para criticar Dane Reynolds e usou Mineiro como exemplo. Muitos acharam uma critica ao brasileiro. Eu já achei uma comparação até bem justa entre Mineiro e Reynolds. Um tem pelo que lutar, veio do nada e tudo o que tem veio do esporte, maximizando todo seu talento sobre uma prancha enquanto o outro (Dane) teve sempre tudo de mão beijada e (segundo Mauro) desperdiça seu talento ao sair do tour...
A melhor frase do ano sobre Mineiro veio de Julio Adler (para variar) "KS ganhou de todos em 2011, menos do Mineiro. Adriano ganhou de todos em 2011, inclusive do careca."
Resume perfeitamente o ano do brasileiro, que juntamente com Owen, foram os dois melhores humanos a disputar o WT 2011 por completo.








Taj Burrow - 4 - O rei do quase. Não dá nem para dizer que é o novo Cheyne Horan, já que só tem 2 vices (Parko tem 4!). Taj é o rei do quase, porque ele quase sempre é o melhor do campeonato e quase sempre perde antes da final, (ou na final). É o maior fregues do KS. Quebra em 70% de suas baterias, conta com a simpatia judicial em outros 25% e perde melancolicamente nos 5% restantes, quase (de novo) sempre, perde surfando muito e de virada. Tentará novamente ser campeão do mundo e acho que quase será...quem sabe um dia.


Será que agora vai? Acho que não...foto: surfermag.com


Owen Wright - 3 - Surpreendente. Owen surgiu para o mundo competição (pro) vencendo seguidamente o careca sanguinolento. Ninguém fez isso de graça. Tem que ter um motivo. 2011 foi a explicação de tudo. Owen é, na minha opinião, a maior promessa australiana dessa geração. E o cara que melhor bate na onda de backside no mundo. Occy concorda. Acho que foi garfado em uma das finais e em verdade venceu o careca em Trestles e NY (Chopes não). De qualquer forma mostrou que pode fazer finais seguidamente e disputará novamente o título, primeiro contra o careca e depois anos e mais anos contra os amigos brasileiros, Jadson, Gabriel e cia, e não por acaso, vencerá alguns...vai vendo.



Owen Wright SEVEN WAYS from Jon Hechtkopf on Vimeo.



Joel Parkinson - 2 - Após uma perna européia apagada foi até um tanto quanto surpreendente ve-lo terminar pelo quarto ano em segundo lugar no ranking mundial, igualando o feito do conterraneo Cheyne Horan. Suas derrotas prematuras em Chopes (para Simpo) e na França (para o wild card) foram os resultados destoantes de um ano muito constante do australiano, especialmente ao considerarmos os dois segundos lugares nos dois últimos eventos. É um extra série, sem dúvida alguma, a questão é saber se tem estrela para um dia levantar o caneco (Fanning tem). Se o sanguinolento realmente baixar a guarda, Parko esta ali, de malas prontas para subir mais um degrau no ranking. Resta saber também, se agora já não é tarde demais. Quando seus opositores costumazes levantam o pé do acelerador, novos concorrentes famintos chegam. Ele mesmo surgiu assim. Era 99, J Bay, como convidado Parko surpreendeu o mundo e venceu. Desde então provou muitas e muitas vezes ser um dos melhores do mundo. Em tese já deveria ter um título no bolso. A idade ainda não é problema, surf tão pouco, mas sorte...essa nunca foi muito amiga de Joel. Já merece seu título mundial, mas merecer quase nunca é o suficiente para a vitória.

atualizando 10/01: relendo, não fui justo com o Parko. Na primeira versão que escrevi ao menos eu mencionava a espetacular vitória dele em Bells (esse ano e na 50º edição da parada! mole...) e por lapso na versão final sumiu. Mas o pior mesmo foi esse videozinho que tinha colocado. Na moral, ta todo mundo cansado de ver o malandro abusar das direitas da Gold Coast. 
Mencionei 4 vices do mundo...não mencionei 3 titulos em Sunset. 
KS e Curren, são exemplos de campeões do mundo que NUNCA venceram na volumosa onda havaiana.
Resumindo, mudei o video.







Kelly Slater - 1 - Se Robert "careca sanguinolento" Slater fosse um corredor ou piloto, seria daqueles que largam mal, ficam rondando os 5 ou 6 primeiros lugares durante a corrida toda e no finalzinho, após uma arrancada fenomenal e algumas ultrapassagens atordoantes cruza a linha de chegada por primeiro. Acho que é um dos poucos (o único?) que tem o que eu chamaria de reserva tecnica. Quando é realmente preciso ele tem um algo mais para mostrar. Durante seus muitos anos de competição, desenvolveu uma técnica de encarar um campeonato de surf que, aliado ao seu imenso talento, o tornou o mais bem sucedido surfista da história. É dificil analisar um personagem desses. Ao mesmo tempo que os 11 titulos mundiais evidenciam sua fome por vitórias (e evidentemente o desgosto por derrotas), já ha algum tempo ve-se no careca uma feição, uns gestos, uma linguagem corporal de quem já esta de saco cheio (Fiji este ano mostrou bem isso), de quem já não sabe mais porque quer tanto ganhar (humilhar?) os outros. Se vencer Snapper, segue mais uma ou duas etapas, se os resultados aparecerem briga pelo décimo segundo, senão aparecerem, deixa a encrenca para os outros e vai curtir a vida.










Esse merece dois videos, né?
Segue mais um.




Slater no Deserto from Grupo Sal on Vimeo.