quinta-feira, 25 de abril de 2013

CAIU NA NET XLVII - BLUE HORIZON

Filme clássico do diretor Jack McCoy.
Filme que marcou negativamente a vida de AI, segundo sua viúva. Aparentemente ele não gostou da forma como foi retratado. Não se achava a máquina competitiva que realmente era. Entre 2002 e 2005 AI era sim a máquina competitiva mais eficiente do mercado.
De qualquer sorte é um filme muito irado, fazia tempo que não o via...aproveitem enquanto não tiram do você tubo...



terça-feira, 9 de abril de 2013

CAIU NA NET XLVI - WAVE OF THE WINTER: THE MOVIE

A Onda do Inverno, o filme...
Gostei! Ainda mais porque Ricardo dos Santos venceu os 25.000 dinheiros americanos oferecidos para quem pegasse a Onda do Inverno!





WAVE OF THE WINTER: THE MOVIE from Surfline on Vimeo.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

WCT 2013 - BROKEN BELLS

Adriano de Souza, entra para a história do surf competição ao vencer o evento mais tradicional do circuito mundial de surf, em Bells Beach, eternizando seu nome no trofelzinho de sino mais famoso do mundo.

O troféu quebrou...Adriano também.




Brazilian Storm: domination at Bells from Viní­cius Maciel on Vimeo.


Desde novembro de 2011 os apaixonados torcedores de surf brasileiros não comemoravam uma vitória. Ficamos mal acostumados. Passar o ano inteiro de 2012 em branco não estava nos planos de ninguém e já tinha gente reclamando e dizendo que a Tempestade tinha acabado, que os brasileiros fizeram papelão na primeira etapa da Gold Coast, com os mais exaltados (exagerados?) prevendo um ano difícil para a trupe de brazzos no tour.

Não só vencemos com Adriano, mas vencemos (e como?!?) com Raoni, Willian e Toledo...foi uma atuação em conjunto boa, ou melhor, venerável, porque os brasileiros encantaram até os mais carrancudos gringos, mas vamos por partes.

Adriano esta se transformando no maior surfista da história do Brasil. Em resultados já é o maior, equiparando-se ao mestre Gouveia com 4 vitórias na elite mundial ao conquistar a 21ª vitória brasileira no circuito mundial de surf.

Mas aquilo que até os gringos concordam é que o surf do Adriano de Souza se transformou. De um inicio de estilo duvidável e manobras rápidas e "quebradas" para um surf de linha, com arcos longos e bem definidos, sem meias manobras, nem meias cavadas. Sólido! Isso sem falar no lado competidor, certo? O que foi aquela rabeada no CJ? Bem no CJ Chorão de Fiji! Solene, com o livro de regras em baixo do braço, entrou naquela que seria a melhor onda do adversário. Regras escritas praticamente para (contra?) ele, para diminuir as disputas de remada em baterias de 3 atletas.

Na base da perseverança Mineiro esta conseguindo atingir um nível jamais visto num surfista tupiniquim, minto, visto em Medina, mas já falo dele...





Mineiro não é só top 5 do mundo, é contumaz concorrente ao título mundial, rondando o número um do mundo há ao menos 3 anos. Pode sair do Brasil, em maio, na liderança do circuito mundial pela segunda vez. Mineiro não é mais um underdog, como ele mesmo disse, é um dos concorrentes ao título.

Posso estar enganado, mas observei que Adriano venceu o campeonato na fase 2 contra o inexpressivo convidado indonesiano. Vejam que não há a necessidade de derrotar alguém foda para levantar a moral de um atleta. Adriano venceria qualquer um ali. Ele gostou do próprio surf e ganhou confiança para as próximas baterias sem pensar no adversário...como se deve.

Voltando à Bells, pela segunda vez neste ano, a trupe nacional no tour fez bonito.

Sim! Fizeram bonito na Gold Coast também. O leitor mais aflito pode questionar este frase, já que nenhum deles passou da fase 3 naquela oportunidade...pouco importa, já que o surf apresentado foi de alto nível. Ninguém perdeu surfando mal, ao contrário.

Por isso, sou daqueles que não acham que a Brazilian Storm acabou, nem vai acabar por um revés ou outro...a parada é uma realidade. Tão real quanto as normais e eventuais derrotas que o batalhão sofrerá em uma etapa ou outra.





Bells este ano foi uma etapa atípica, o que não tem nada a ver com a vitória do Adriano. O campeonato começou normal, com os cabeças de chave levando e tudo mais. Mas da fase 3 em diante, em excelentes condições, os líderes do mundial, que se tratam do campeão e vice do ano passado, perderam surfando bem.

Esses descartes darão um colorido a mais na próxima etapa do mundial, a ser disputada aqui no Rio de Janeiro, em maio.A derrota precoce garante a vinda do careca sanguinolento ao Rio de Janeiro, e ele chegará aqui querendo resultado, não me surpreenderá se levantar o caneco, inclusive, o mesmo vale pro Joelito.

Falando em etapa brasileira, a transmissão do Rip Curl Pro deu, na minha opinião, boas alternativas para a transmissão. Coisa óbvia, mas inserir videos da competição anterior, dando a chance do espectador analisar a performance do mesmo atleta em anos diferentes de disputa no mesmo pico é muito legal.

O pessoal do Billa Pro Rio podia já ir separando e editando os videos dos caras no ano passado para jogar no meio da transmissão, no intervalo de séries ou enquanto os atletas se posicionam no outside. Poderia, inclusive, incrementar esses clipes com imagens da história do surf no país, boa oportunidade para relembrar e honrar ídolos do passado.

BRASILEIROS

Adriano de Souza - Perfeito. Como ele mesmo disse em diversas entrevistas e no podium, começar o ano "procurando" patrocínio não foi fácil. Pelo visto Adriano achava que ao sair da Oakley arranjaria rapidamente outro patrocinador. Mas as coisas foram mais complicadas para Mineiro, que ofereceu seu projeto para vários empresários antes de fechar com a Pena. Junte a isso uma série de maus resultados e a confiança de qualquer um se abala. No melhor estilo volta por cima venceu um evento foda, com boas ondas e se reintegra à luta pelo título mundial de surf. Não é nem preciso falar que foi um golaço da Pena esta contratação.


Willian Cardoso - Na primeira etapa, achei que faltou velocidade e projeção ao Panda, as duas fotos abaixo exemplificam bem o que quero dizer. O que faltava era o panda mostrar o seu surf, que eu falo faz tempo que é surf de WCT. Num dia em que o critério da juizada era porrada ou nada, em detrimento até dos tubos (que estavam apertados, apesar do tamanho das ondas) Panda fez a diferença. Sobre Willian o renomado colunista Alex Guaraná falou, via twitter, que o Careca deu uma de Dick Vigarista logo no inicio da bateria, e que isso teria tirado KS da sintonia com as séries. Apesar de respeitar a opinião do Guaraná, acho que isso é o mesmo que falar que o careca que perdeu e não o Willian que ganhou, o que não é verdade. O catarinense mereceu vencer no surf, escolheu as melhores ondas e não aliviou um centímetro tanto no surf, quanto na competição, utilizando inteligentemente a prioridade sobre o sanguinolento ao final da bateria. Mais legal ainda foi que Willian não ficou só na vitória contra o careca. Os pontos das quartas de final farão bem ao somatório do catarinense no final do ano.

 
Foto: © ASP / Will Hayden-Smith.

Foto: © ASP / Kirstin.



Raoni Monteiro - Em meu último post sobre o WCT 2013 perguntei aos árbitros o que era necessário para que soltassem nota para o brasileiro, uma vez que identificava no surf do brasileiro atributos como variedade, força e estilo, necessários para merecer uma nota descente a qual teimava em não ser dada, mesmo quando Raoni acertava a finalização, que é, sabidamente, um ponto fraco do atleta. A pergunta se mantém, já que em Bells não achei que o surf do Raoni mudou. A juizada soltou a nota porque não tinha como não soltar. Não havia dúvidas. Quebrou! O que nitidamente mudou foi a confiança do homem sobre a prancha. O surf resultante dessa combinação foi nada menos que espetacular. Muito provavelmente a vitória de Willian sobre o careca na bateria anterior foi determinante para a atuação do local de Itaúna. Raoni pode ser um cara de altos e baixos, mas ao menos nesses dois últimos anos, seus altos tem sido memoráveis! Sua atuação em Fiji ano passado e venceu a melhor bateria do ano, segundo mestre Carroll.


Filipe Toledo - Ah moleque! Em minha opinião foi o cara mais espetacular do evento. Nem Jordy, nem Mineiro foram tão ESPETACULARES, assim em caixa alta mesmo. Bells serviu para mostrar ao mundo uma combinação que ainda vai dar muito samba. Manobras de linha com aéreos altos e variados. Rasgadas e desgarradas na pressão, sem perder o timing de uma onda bem surfada. Não é fácil combinar isso. E Filipe Toledo vai fazer essa combinação com uma graça e inventividade jamais vista. O power virá tempestivamente com a idade. O estilo já esta lá. Será um dos maiores do esporte. E tenho dito!





Gabriel Medina - A atípica atuação na primeira fase tem que servir de alerta! Achar que o mar esta ruim e chegar atrasado para sua bateria custou algo muito importante ao Gabriel durante uma disputa. Fome. Medal é um faminto incorrigível. É uma das coisas que o tornam tão mortal numa competição. Outro fator que culminou no segundo 13º seguido, num achismo assumido desde que vos escreve, é que Gabriel, quando de backside, é julgado para baixo. Suas atuações para a esquerda são tão celebradas, que mesmo com o paulista mostrando manobras de costas para a onda honestissimas, com velocidade, projeção e tudo que o manual manda, a nota não sai com a mesma facilidade. Junto com o careca é o favorito para levantar o título aqui no Rio...vai vendo.


Alejo Muniz - Surf em dia, sorte nem tanto. Como o grande Nelson Rodrigues decretou, com sorte tu atravessa o mundo, sem sorte não atravessa a rua. O azar do catarinense não foi cair no final de sua melhor onda, o que garantiria ao menos 1 ponto a mais na avaliação final (8 e cinquenta e pouco). Seu azar foi o que temos de mais severo no surf, a dependência da natureza. Simplesmente Netuno parou de mandar ondas. "Foda-se, não mando mais", disse o velho barbudo...e Jordy, que surfava muito e já tinha suas 2 ondas boas no somatório,  agradeceu penhoradamente, já que Alejo, como bem falou mestre Adler, estava surfando na "ponta dos cascos" e poderia facilmente atingir os 9 e tal que precisava para a virada.

 

Tiago Pires - Imperdoável a falha deste blogueiro ao "esquecer" do agregado Tiago na análise da primeira etapa. Em Bells nosso amigo Portuga voltou a mostrar suas qualidades e é muito legal ver alguém como Tiago surfar um point como Bells como se deve. Base lip com manobras de verdade. Venceu a bateria dos cascas grossas contra Bourez e perdeu para um inspirado Fanning que começou o heat com nota acima de 9, emendando com outra nota acima de 8 praticamente em seguida.


GRINGOS

Jordy Smith não foi o melhor atleta em campo, mas foi o segundo melhor. Perdeu uma semi muito disputada para Mineiro que o deixou precisando de nota alta no fim. O vento já havia entrado e as paredes já não estavam tão lisas quanto antes. Numa onda da série o sul africano surfou muito, mas suas rasgadas já não conseguiram ser tão velozes e críticas, impressionando menos e não recebendo a nota da virada.


Nat Young mostra que chegou para incomodar. Como falei no inicio do ano, Nat é um moleque com uma base sólida, especialmente de backside. Suas atuações em Sunset já chamam a atenção faz tempo. Imaginei que ele iria bem em Bells, mas não apostaria nele como finalista. Definitivamente um dos melhores backsides do mundo e exagerando um pouco, não via ninguém bater na onda tão bem de costas para a onda desde Occy.




Taj Burrow, Mick Fanning, CJ Hobgood e Kai Otton foram os demais destaques gringos. Como destaques negativos KS, Joel e os jovens ozzies Julian Wilson e Owen Wright. Julian até fez um resultado na Goldie, já Owen ainda esta zerado no WCT 2013. Olho nesses 4 aqui no Rio.



Adriano De Souza Wins The Rip Curl Pro Bells Beach from Surfing Life on Vimeo.

p.s: deixei de falar das quartas Mick x Mineiro, sem motivo aparente, com uma boa onda no bolso lembro daquela bateria como um momento tranquilo e certo da vitória do brasileiro. Ainda mais comparado com a sensação do potencial de vitória que a onda de Jordy tinha nos minutos finais. A estranha instabilidade do albino com vacas sequenciais desde o inicio da bateria só reforçaram esta impressão.

Resultado 2ª Etapa WCT 2013

1 Adriano de Souza (Bra)

2 Nat Young (EUA)
3 Jordy Smith (Afr)
3 Taj Burrow (Aus)
5 Filipe Toledo (Bra)
5 Willian Cardoso (Bra)

5 Mick Fanning (Aus)
5 Kai Otton (Aus)

9 Raoni Monteiro (Bra)
13 Gabriel Medina (Bra)
13 Alejo Muniz (Bra)


Ranking do WCT 2013


1 Kelly Slater (EUA) - 11.750 pontos
2 Mick Fanning (Aus) - 11.700
2 Taj Burrow (Aus) - 11.700
4 Adriano de Souza (Bra) - 10.500
5 Joel Parkinson (Aus) - 9.750
5 Nat Young (EUA) - 9.750
7 Jordy Smith (Afr) - 8.250
8 Michel Bourez (Tah) - 7.000
9 Julian Wilson (Aus) - 6.950
9 Bede Durbidge (Aus) - 6.950
9 Kai Otton (Aus) - 6.950
9 Filipe Toledo (Bra) - 6.950
13 Josh Kerr (Aus) - 5.750
13 Jeremy Flores (Fra) - 5.750
13 C. J. Hobgood (EUA) - 5.750
16 Matt Wilkinson (Aus) - 5.700
16 Willian Cardoso (Bra) - 5.700
18 Adrian Buchan (Aus) - 4.500
18 Travis Logie (Afr) - 4.500
18 Brett Simpson (EUA) - 4.500
18 Raoni Monteiro (Bra) - 4.500
18 Adam Melling (Aus) - 4.500
23 Gabriel Medina (Bra) - 3.500 pontos
23 Alejo Muniz (Bra) - 3.500
31 Miguel Pupo (Bra) - 1.000