quinta-feira, 30 de março de 2017

SURF OF THRONES


O mundial de surf de 2016, mais que a maioria dos anos, foi marcado por polemicas envolvendo julgamento. Seja entre os concorrentes ao título mundial, seja entre os operários, lutando pela sua simples sobrevivência no circuito, os erros de julgamento deram um norte à realidade do tour 2016.

Isso é histórico, não se engane. Não é de hoje que escândalos arbitrais definem o futuro do esporte e, creio, não será em 2017 que veremos mudanças neste sentido.

A política de "ocultação" arbitral tende a continuar. Os juízes não são conhecidos do grande público, não aparecem quase em nenhuma oportunidade, e consequentemente, não vêem muitos dedos lhes apontando a culpa. Um xingamento ou outro por parte dos atletas e fica por isso mesmo...para os juízes, já que os atletas são, costumeiramente, multados.

É necessário chama-los à responsabilidade pelo que fazem ou deixam de fazer, não acham?

Bom, dito isso, vi uma semelhança na arte política do circuito mundial de surf e a aclamada série GOT, da qual sou fã, e fiz o comparativo abaixo.

Quem acompanha GOT sabe que a única certeza da série é de que ninguém, nenhum personagem esta 100% seguro. Qualquer um, e digo qualquer um mesmo, pode sofrer uma morte repentina e violenta, do Ator principal ao figurante, todos podem morrer, e a qualquer hora.

Na WSL percebo um parâmetro similar. Qualquer um pode ser garfado, JJ (foi em Jbay), Medina (foi em Tresltes) ou Jadson (foi em Portugal), depende dos interesses ocultos da corporação. De modo que achei pertinente a comparação.

As relações com os personagens, infelizmente, só serão percebidas por quem acompanha a série, contudo, saibam que tentei sim fazer uma relação entre a agressividade do personagem no GOT e a agressividade (ou passividade) do surfista, o mesmo para opção sexual, política e religiosa, mas mesmo assim, espero que gostem da brincadeira:


TOPS WCT TURMA 2017

34 – OWEN WRIGHT – 


Acho que já falei isso, mas ainda considero Owen o melhor goofie a sair da Austrália desde Occy. Seu ano de 2017 é uma incógnita visto que duvidavam que voltasse a surfar, tamanha a gravidade da lesão cerebral que sofreu, (bateu a cabeça, foi dormir e acordou “diferente”). Se voltar a 80% do que era já garante um Top 10. No GOT o “duro de matar” do Gregor Clegane

33 – BEDE DURBDGE – 

O outro “duro na queda” do tour volta ao CT mas já com algumas baterias de 2016 nas costas. Impressionante, diga-se, a recuperação de Bede. Treino, treino e mais treino. Ajudou JJ nas etapas da Austrália no ano passado e acho que esse é um caminho bom para ele seguir. Sua carreira esta estagnada e não o vejo fazendo muito estrago no CT. Em 2017, será operário, como sempre foi. No GOT, pelo brio seria Brienne de Tarh.


32 - EZEKIEL LAU -  


Este havaiano "ganhou" a vaga de um amigo e companheiro de equipe. Kanoa Igarashi (já falo dele) fez o impensável em Pipe e se classificou pelo próprio ranking do WCT, liberando uma vaga do ranking do WQS para Lau. História de cinema! Nessa, tenho que concordar com o slogan da WSL, você não consegue inventar isso. De fato. Uma história linda, que nos presenteia em 2017 com um surfista que tende a dar show em muitas oportunidades mesmo estando no estado de vulnerabilidade do seed dos calouros. Espero um bom ano do novato, e o vejo como forte candidato ao Rookie of the Year. No GOT, Lau seria o guerreiro do norte Tormund Giantsbane.



31 - JACK FREESTONE - 


Na conta do chá. Esse foi o resumo do ano de Jack. Faltou 2 etapas por lesão, mas tirando a final do Rio, não fez nada além de uma coleção de 25º e 13º lugares. Se fosse brasileiro já tinha perdido o patrocínio principal há tempos. Tem na namorada sua maior força promocional já que o surf está mais comum que o prometido na sua era de pro jr (onde foi vice do mundo, atrás de Caio Ibeli) e nas insistentes aparições nos vídeos da marca que o apóia. Para mim é daqueles que quando for (e irá em breve) não fará falta alguma. No GOT, já estaria morto e seria o esquisito do Viserys Targaryen.


30 - IAN GOUVEIA - 


Lembro de Ian surfando com o irmão as marolas do inside do Arpex durante as finais do WCT 2001. Era nítida a diferença entre os irmãos. Embora o mais velho não fosse ruim, dava para ver que quem levava jeito mesmo era o mais novo. Anos mais tarde víamos o mais velho um freesurfer que foca mais nos aéreos e o mais novo um voraz competidor, mesmo que com um estigma de Luke Egan, ou seja, esta sempre entre os melhores, mas quase nunca vence o evento. Demorou para levar o primeiro, salvo engano, na Prainha em São Francisco do Sul. Ian tem a realeza no sangue e diferente de seu pai, teve a oportunidade de desde muito cedo conhecer e surfar ondas de verdade. Fará bonito em mares grandes e tubulares para a esquerda, mas neste primeiro ano, creio, sofrerá como quase todos os novatos. Tem possibilidades reais de se manter pelo próprio CT, mas acho que deva reservar datas para o QS. No GOT, seria o filho perdido do Rei, Gendry.

29 - JADSON ANDRÉ - 


Das boas histórias de 2016 nenhuma se compara a de Jadson. A melhor de todas, com dramas (lesão), injustiças (o garfo dos garfos em Portugal), e voltas por cima (seu final de ano no QS e principalmente no Hawaii), tendo como cereja do bolo um presente dos deuses numa onda em Sunset que esta sendo por muitos considerada como o melhor tubo jamais surfado naquele pico. Não é pouco. Jadson surgiu como uma promessa de novos tempos para o mundial. Naquele tempo, seus adversários (não todos, mas muitos) vendo que nem com reza braba o venceriam em determinadas situações, partiram para a covardia, e foram direto nos maleáveis e influenciáveis juizes para diminuir o jovem potiguar. Hoje, com os aéreos valendo próximo do que devem, vemos como Jadson foi injustiçado anos a fio, já que fazia isso anos atrás, e vemos também em como ele teve que evoluir seus pontos fracos (surf nas direitas) e melhorar os pontos fortes (tubos). Hoje Jadson é um dos melhores em Chopes e tem uma das melhores patadas de costas para a onda do tour. Pelo menos algo bom surgiu da inveja alheia. No GOT ele seria o impossível de matar Sandor "Cão de Caça" Clegane.

28 - JEREMY FLORES - 


A vida operária não é fácil para ninguém, mas creio ser mais difícil ainda para aqueles que viraram operários depois de um certo estrelato. Jeremy foi rookie of the year em 2007, quando terminou a temporada de estréia entre os top 10 do mundo. Esperávamos dele uma carreira semelhante a de Adriano, mas a realidade foi diferente e inobstante vitórias em lugares históricos como Pipe e Chopes, Jeremias rala ano sim e ano também apenas para se manter na elite, como todo bom operário. A exemplo de Jack, se fosse aqui do bananal já tinha perdido o logo no topo da prancha há tempos, mas como, por muito tempo, foi o único de seu país no circuito e tem uma mídia grande atrás de si na Europa deve ter um polpudo contrato apesar dos resultados medianos. Quando esta com a cabeça no lugar é perigoso em qualquer condição, mas no geral é alvo fácil para os melhores rankeados, especialmente nas fases anteriores ao round 3. 2017 promete mais do mesmo. No GOT, já estaria morto e seria o guerreiro bisexual Oberyn Martell.

27 - LEONARDO FIORAVANTI - 


O primeiro italiano no circuito vem com credenciais. É mais um dos exemplos que uma lesão grave vem para melhorar o atleta (como KS, Fanning e Medina), já que após a grave lesão de 2015 (coluna em pipe) o cara só melhorou. Disputou algumas etapas do CT 2016 com grande sucesso (para um wild card) especialmente quando havia ondas. Vi detidamente seu surf aqui no Rio em diferentes situações de surf e o moleque é dos bons. Estilo bonito, manobras variadas entre o moderno, o clássico e o ultra moderno. Acho que chega no nível de Lau para disputar o Rookie of the Year. Preocupa-me um pouco seu relaxamento no final de 2016, visto que liderou grande parte do ano o QS e após garantir a vaga relaxou. As vezes um relaxamento desse custa o inicio do ano seguinte. Tomara que não, pois o jovem Leo não aparenta ter medo de grandes nomes e pode dar graça aos eventos da Liga. No GOT seria o fiel escudeiro (malandro com as mulheres) Podrick Payne.

26 - JOAN DURU - 


O retorno do batalhador Francês. Joan é bom surfista, mas sou obrigado a repetir Cap. Nascimento: "Jamais será!". A vantagem de Joan é a fidelidade de seus patrocinadores. Serei repetitivo, paciência, e insisto, se fosse da terrinha já estava de prancha branca há muito tempo. Vem para ser saco de pancadas do round 2. Tem um surf potente de costas para onda e entuba direitinho, mas fica nisso. No GOT já estaria morto e seria Meistre Aemon, pela experiência em QS (deve ter mais bateria no QS que qualquer outro).

25 - FREDERICO MORAIS - 


Temos que comemorar a entrada de um cara como Fred Morais no circuito. Alias, dessa turma de novatos 2017 é quem eu aposto mais. Treinado pelo ex top Richard "dog" Marsh, Fred tem todas as características que prezo num bom surfista. É versátil, estiloso e power. Nesse inicio pode ter alguma dificuldade em picos como Fiji e Tahiti, mas creio que compensará a todos com performances acima da média em Bells, J Bay e Margareth River. Minha boa impressão dele vem de além do surf, mas de sua força mental. No GOT seria o guerreiro Grey Worm.

24 - ETHAN EWING - 


Recém coroado campeão mundial pró Jr, Ewing vem para preencher um espaço deixado por Taj. Será muito em breve concorrente direto ao título mundial e deve levar algum um dia, mas não me surpreenderei se, como Taj, não beliscar nenhum. E isso pode acontecer, já que na fila temos ninguém menos que Medina, Toledo, Wilson, de Souza e Slater. E a exemplo do que Slater fez na década de 90, vários talentos e promessas ao caneco ficaram chupando o dedo, como Machado, Beschen, Powell e Burrow. A vida não será fácil para o jovem Ewing. Não pelo surf, nem pela competição, mas creio pela pressão. E esse fator costuma mudar tudo. Promessa, mas como ele já vimos vários. No GOT, até pelo futuro promissor no seriado, seria Bran Stark.

23 - CONNOR O´LEARY - 


O simpático australiano, vendedor de loja de surf, que ficou na porta ano passado, desta vez entra no circuito com status de campeão mundial do WQS. Neco Padaratz já dizia que "ganhar o QS pode ser mais difícil que ganhar o CT" e quem sou eu (nós?) para discordar? Connor enche os olhos de muita gente, mas não os meus. Chego ao exagero de compará-lo a Stuart Bedford-Brown. Acho sinceramente seu surf (do Connor, e do Stuart tbém) ultrapassado. Apesar de chegar como campeão do QS, sofrerá como todo calouro e salvo um ou outro tropeço dos tops melhores rankeados, Connor tende a ficar pela fase 2 e 3 durante o ano. Eu, se fosse ele, apostaria no bi do QS como objetivo de vida. No GOT seria Lorde Varys pela sabedoria durante a competição, o melhor nem sempre é quem vence, não é? E certamente Connor não é o melhor.



22 – MIGUEL PUPO - 


Ah, Miguel, Miguel...o que fazer contigo? Surf lindo, tem de tudo, veloz, inovador, bom de tubos, com um talento imenso para surfar mas talvez, não para competir. Pupo, pelo que vi nas primeiras imagens que soltou em 2017, perdeu seu patrocínio principal (desvantagens de ser brazzo – engraçado que quando era patrocinado praticamente não soltava imagem nenhuma, vai entender) o que geralmente traz uma dificuldade extra para o ano que se inicia (vide Jadson). Já falei isso antes e repito, acho sinceramente que Pupo seria muito mais feliz no free surf, contratava um bom film maker, esquecia esse negócio de título mundial e nos presenteava com imagens de seu fabuloso surf. No GOT já estaria morto e seria Renly Baratheon, aquele que achava que tinha direito a ser Rei, se coroou e morreu antes de reinar.

21 – WIGGOLLY DANTAS – 


Dois quintos lugares foi o melhor que Guigui conseguiu esse ano. Longe do que seu talento e principalmente seu surf podem conquistar, mas ao menos foram quintos lugares em lugares que demandam qualidade do atleta para conseguir arrancar bons scores da juizada. Bells e Fiji. Apenas comprova o que venho falando desde sempre sobre Dantas. Seu forte são as ondas boas, de conseqüência, e que exigem linha. O potencial de surf já esta ali, falta é conciliar o surf com a competição. Sejam moles táticos ou falta de sorte, talvez seja a hora de Wiggolly arranjar um Leandro Breda ou um Glen Hall da vida para direcioná-lo. No GOT seria Davos Seaworth, pela ginga.

20 – KANOA IGARASHI – 


O amaricanjapa estava mal das pernas no CT até chegar ao Hawaii. Garantiu sua permanência tranqüila na elite pelo QS, como bom rookie que é (era). Mas algo aconteceu na cabeça do moleque, quando viu a situação de seu melhor amigo, Lau, ficando um lugar abaixo do necessário para qualificar-se ao CT. Digo que algo mudou na cabeça, porque o surf é estritamente o mesmo. A situação podia ser alterada por ele próprio, arrancando um resultado impossível no Pipemaster.Quem apostou nele na final do ultimo pipemasters é maluco ou vidente. Fato é que ele competiu como nunca vimos antes e o resultado veio. Comecei a olhar o japa com outros olhos. Aquele operário prometido pode crescer, virar gerente, nunca será o dono (campeão), mas tende a dar mais trabalho do que o esperado. Ótimo! No GOT seria Theon Greyjoy, a quem dávamos como morto e resolvido na série, mas ainda foi capaz de ser crucial e útil.



19 – STU KENNEDY – 


Para quem lembra, este ozzie era tido como o novo Fanning. Vimos que a realidade é longe dessa. Não que Stu seja ruim, é muito bom, mas acho seu surf repetitivo. Um excelente resultado no inicio do ano, ainda como convidado, uma boa perna européia, somado a um quinto em Trestles mantiveram o australiano no CT pelo próprio ranking do CT. Mas sinceramente, não vejo muito futuro para Stu no tour. Salvo outro ano de ondas ruins, o destino dele deve ser a luta diária do QS. De mérito mesmo a coragem de testas novos modelos de prancha em competições. No GOT já estaria morto e seria Jojen Reed, servindo apenas para abrir os olhos de alguém mais talentoso.

18 – CONNER COFFIN – 


Este sim. Veio para ficar. O discípulo de Gerlach chegou a dar um susto em seus fãs com um meio de temporada abaixo da expectativa, isso após dois excelentes resultados nas primeiras etapas do ano. Contudo, não deixou barato na perna européia, chegando a final, após derrotar Jordy numa das melhores baterias do ano. Chegou perto do título do rookie of the year, mas foi vergonhosamente garfado em Pipe quando competia contra um certo careca. Vai longe, tem o estilo e a carinha bonita que os dirigentes da WSL hoje em dia prezam tanto quanto dinheiro na conta. Só falta a consistência e, porque não, um pouco mais de inteligência durante suas baterias. No GOT seria Daario Naharis, agressivo, mas de segundo escalão.

17 – MICK FANNING – 


O tricampeão mundial em seu ano sabático ficou por pouco de fora dos míticos top 16. Com uma ajudinha da entidade em JBay, especialmente na final, venceu uma etapa no ano, somou com uma semi em Bells e um quinto em Fiji e foi curtir a vida adoidado. Desbravou ondas frias, geladas e congeladas e continua surfando muito. O que me pergunto é se um ano sabático desses não tira de uma vez por todas o ímpeto do sujeito para ser campeão do mundo novamente. Curren fez isso em 89 e voltou pra ser campeão do mundo em 90, mas Curren é Curren visto que nem KS conseguiu isso com a mesma facilidade. Fanning pode encontrar um panorama semelhante ao que KS encontrou em seu retorno, quando viu um AI quase imbatível. Agora Fanning não tem um AI, mas tem vários (JJ, Medina, Toledo e KS pra ficar em poucos exemplos) então posso concluir que se vier um próximo titulo esse é o da consagração, mas tenho pouca fé nisso. No GOT já estaria morto e seria Eddard Stark, porque já foi principal, morreu, achávamos que faria falta e nem fez.

16 – CAIO IBELLI – 


O campeão mundial pro jr foi o melhor estreante do ano. Surpresa para muitos, mas não para este escriba, senão vejamos: “Ibelli é desde já um dos melhores do circuito em ondas de verdade. Podia constar como uma casca grossa, mas como é estreante resolvi coloca-lo aqui, como promessa.... aposto alto no Caio, e acho que finaliza nos top 16 no ano de estréia.” “Na mosca”, é a expressão que esta procurando. O surf competição é imprevisível, mas quando alguém é taxado como bom de onda boa, num circuito que procura boas ondas e dá prazo de espera para elas aparecerem, a tendência é que esse alguém vá bem, assuste e surpreenda. E foi exatamente o que Caio fez. Para mim ele já merecia um troféu em Margies quando fez o atual campeão do mundo chorar. Nesse ano ele tem que tomar cuidado para não cair nas armadilhas do segundo ano do tour, como Ítalo e Guigui, mas uma vitória não é pedir demais. No GOT seria Arya Stark, pela capacidade de ser mais perigoso do que parece.

15 – ITALO FERREIRA – 


Cheguei a surtar e afirmar que Ítalo era o melhor surfista do mundo quando o vi ser o melhor do freesurf em quase todos os dias do CT no Rio. Ítalo me lembra um pouco Peterson Rosa. Quem leu o relato de Teço Padaratz sobre sua vitória na França/94, lembra que Peterson era daqueles caras que a turma (do CT) se reunia para ver, especialmente quando o mar estava grande e torto, pois Peter era (é) daqueles que não aliviam um cm sua abordagem na onda por conta do tamanho do mar. Ítalo é bem assim, seja em Fiji 10 pés ou meio metro no Grumari. Sua vida melhorou sensivelmente, fechou patrocínio com uma gigante da surfwear e com outra gigante da industria automobilística. Duas semis seguidas na Austrália me deram a impressão que o moleque vinha em busca do título mundial, mas pequenos detalhes nas baterias fizeram com que não arrancasse nada melhor que 13ºs lugares da quinta a última etapa do ano. Seu surf é de outro planeta e se não se perder no mundo do tour será candidato ao título. No GOT seria Bronn, pela versatilidade de lutar a qualquer hora, contra qualquer um em qualquer situação.

14 – ACE BUCHAN – 


Já tem uns 2 ou 3 anos que falo que o surfe dele é ultrapassado e tirando o talento para tubos e um backside estiloso, não vejo mais nada no Adrian, contudo, é um cara família, atleta, se cuida e o resultados surgem. Fez valer sua experiência em Fiji e no Tahiti arrancando duas semis que lhe deram tranqüilidade e uma vaga nos top 15 do mundo. Enquanto não arrancarem ele dali, como fizeram com Kai esse ano, ele segue a vida no tour sossegado. No GOT já estaria morto e seria o Lorde Comandante Jeor Mormont, pela breve importancia, morreu e não fez falta.

13 – JOSH KERR – 


Esse pegou no tranco em 2016, seu primeiro resultado digno de nota só veio na quinta etapa, arrancando para uma boa seqüência de campeonatos que lhe garantiram mais um ano no Tour. Josh é completo, aparece em vídeos e fotos mais que a maioria, mas acreditem, logo, logo só será lembrado como pai da melhor surfista do mundo, Sierra Kerr, aguardem. Seu melhor momento no ano nem foi no CT, mas nas morrancas de Todos os Santos. É uma incógnita para 2017, já que pode estourar, permanecer na mesma ou sumir. Perder o patrocínio que o bancava há tempos pode ser um bom motivador. No GOT já estaria morto e seria Stannis Baratheon, por parecer que ia causar e, ao contrário, não causou e impressionou pela queda.

12 – SEBASTIAN ZIETZ – 


O simpático havaiano é bem melhor que a maioria surfando, mas competindo...deixa a desejar. Levou seu primeiro CT neste ano, mas o resto do ano foi bem inconstante. Junto com Ítalo, era dos melhores no freesurf pré campeonato no postinho e no grumari. Top 12 do mundo é pouco para seu surf, mas é muito para o competidor Zietz. Enquanto achar a coisa mais legal do mundo estar como número 2 do mundo (vide entrevista pós vitória em Margareth), jamais será campeão. No GOT já estaria morto e seria Rickon Stark, simplesmente porque quase ninguém lembrava dele até morrer.

11 – ADRIANO DE SOUZA – 


Foi uma queda e tanto para o campeão do mundo. Esperava ao menos um top 10 para ele num ano em que naturalmente, podia relaxar mais. Segundo o próprio, o ano não foi o que pretendia por falha na sua preparação, já que mesclou lua de mel e comemoração pelo título (leia-se responsabilidades de campeão), justamente na época em que normalmente estaria se preparando para o ano. De qualquer modo teve bons momentos no ano, se apresentou muito bem na primeira etapa e na etapa caseira, além de boas apresentações em Fiji, Jbay e Portugal. 2017 creio que volte a incomodar e se recolocar no seu lugar natural, entre os top 5 do mundo. No GOT seria Tyrion Lannister, pela esperteza e influencia que exerce no CT.

10 – FILIPE TOLEDO – 


A exemplo de ADS, seu lugar natural e de direito é entre os top 5 do mundo, mas temos que dar uma colher de chá para o jovem Toledo num ano tão atribulado. Uma lesão grave logo na primeira etapa, justamente quando humilhava 31 dos 32 melhores do mundo com um surf nunca antes visto, a ponto de discutirmos quem será o vice do Filipe em 2016. Parecia coisa divina mesmo. Deus parou o moleque antes que ele saísse, inadvertidamente e espontaneamente, da Matrix. Essa lesão só pareceu de fato curada em Trestles, na 8ª parada do circuito, ou seja, com suas chances de título já completamente liquidadas. 2017, o jovem pai de família tem sim muito a se provar e é minha aposta para título mundial. No GOT seria Jon Snow, porque é a estrela da bagaça, mesmo com os haters reclamando, até ressuscitado já foi.

9 – JOEL PARKINSON – 


Achei que ia parar, não parou. Pior que isso, surfou melhor que no ano anterior. Ainda sem aquela gana que o levou ao título e inúmeros vice campeonatos do mundo, mas, sem dúvidas, com um surf de primeira. Ele, assim como KS e Fanning, ainda podem dar um caldo na criançada, mas não acredito. Não me surpreenderei se fizer como Taj, no meio da bagaça anunciar que vai pra casa, sem grilos ou traumas. No GOT já estaria morto e seria Benjen Stark, pelo mesmo motivo do Mick.

8 – JULIAN WILSON – 


O tempo esta passando para La Diva. Em 2016 teve resultados tão irregulares que uma vaguinha nos top 8 veio como um premio. Com 4 derrotas na fase 2 do ano, o eterno candidato ao título não poderia querer mais não é mesmo? Se manteve mais um ano como dono da empurrada mais escrota da temporada, desta vez sobre Jadson. E mais uma vez perde uma oportunidade de ao menos não comemorar um resultado duvidoso. Talvez seja essa frieza que ainda o credencia e vôos mais altos no mundial. Espero que não, sinceramente, pois penso que um campeão se faz com mais do que vontade de vencer. No GOT, evidentemente, seria Loras Tyrell, o cavaleiro das flores.

7 – KELLY SLATER – 


Quando um cidadão com 11 títulos do mundo vem dizer que ano que vem quer mais um, o que você faz? Duvida? Eu não. Creio piamente que o maior desafiante de JJ ano que vem não tem cabelos no couro cabeludo. Aparentemente tem treinado até quando não há ondas no Hawaii e esta a fim, só isso é meio caminho andado. E como a WSL vem fazendo seu Game of Surfing, eu não duvido nada, de uma empurradinha ou outra, mesmo que ele esteja melhor que os outros ano que vem. No GOT seria o Alto Pardal, pela influencia e poder.

6 – MICHEL BOUREZ – 


O taitiano inicia o ano de 2017 após ser consagrado no Hawaii. Já venceu as três etapas da Tríplice Coroa Havaiana, para muitos, inclusive este escriba, isso já seria motivo para se aposentar com as mais altas honras do esporte e polpuda remuneração de aposentadoria, além de cargo vitalício no Ministério do Esporte de seu país. Seu surf, a meu ver continua fora de timing, muita força na hora errada da onda. Quando acerta, de fato, tem um dos melhores carvings do negócio, assim como as melhores batidas da peleja, o que se soma a uma afinidade natural nos tubos, quando acerta, de fato, surge um atleta perigoso, mas, em minha opinião, sem estrela. Não acho que repita o top 6 ano que vem. No GOT já estaria morto e seria Khal Drogo, pela força que possuía.

5 – MATT WILKINSON – 


Liderou a maior parte do ano o circuito mundial, venceu o mesmo número de etapas do campeão do mundo e terminou entre os top 5 do mundo. Creio que nem nos seus mais loucos sonhos embriagado Wilko pensou que alcançaria isso após um ano (2015) em que só conseguiu um 3º e dois 9º lugares. Neste ano após um inicio devastador (que nunca mais se repetirá) mostrou em Fiji que é capaz de mais, mas não conseguiu manter o foco e cedeu à pressão. E que pressão, diga-se. Parecia que era o mundo contra Wilko em determinado momento do ano. E era. Como Bourez, não fica em 2017 sequer entre os top 10 do mundo, mas tem um sino e muita história para contar sobre 2016, o melhor ano de sua vida. No GOT já estaria morto e seria Ramsay Snow, por ter morrido na praia como ele.

4 – KOLOHE ANDINO – 


O ex-frangohe. Sim, após anos praticando bulling escrito contra o filho do Dino me rendo ao seu talento, mais que isso, me rendo ao seu esforço. Kolohe chegou aos top 5 do mundo na base do esforço, aprendendo com seus erros e competindo cada vez melhor, em todo tipo de onda. Isso tudo somado a uma regularidade impressionante, especialmente na parte final do circuito. Reparem que do Tahiti em diante o guri não soube o que é perder de cara, já que seu pior resultado nesse período foi um nono (justamente na sua prova caseira) e os melhores foram 3 semi finais seguidas na perna européia e (pasmem) Pipe. Tiro o chapéu para o Frangohe, digo, Andino, top 5 com méritos. No GOT seria Jamie Lannister, o assassino do Rei, beleza que não põe mesa.


3 – GABRIEL MEDINA – 


Após seu título em 2014, este é o segundo ano consecutivo que ele que ele termina entre os 3 melhores. Coaduno com a opinião de Charles quando este aponta o ponto fraco do moleque nas etapas iniciais do circuito. Ao contrário de Wilko, Gabe tem a força mental necessária para não só segurar a pressão de ser o número 1, como usar esta pressão para crescer ainda mais no certame. Neste ano, em especial, mostrou que podia vir atrás do caneco mesmo com um inicio de ano longe do ideal, mas foi covardemente impedido pela WSL. Exercitando o “se”: Se vencesse em Trestles (palco de um garfo cuja vergonha ecoará por décadas, tipo a batida do Prost no Senna em 89), certamente Gabriel abalaria a confiança do Russo Havaiano e é bem provável que Pipe tivesse um desfecho diferente. Dito isso, segurem Gabe em 2017, se puderem. No GOT seria Daenerys Targaryen, por ser, como ela, o prometido, o profetizado melhor de todos os tempos.


2 – JORDY SMITH – 


Após um ano com a luta polarizada entre Wilko, JJ e Medina, é difícil não desmerecer o vice de Jordy. Foi inesperado. Seu ano não pode ser considerado irregular, ele teve muitos bons momentos, 2 finais, uma semi, dois quintos e dois nonos e um surf acima de sua própria média. Parecia que após algumas derrotas marcantes em sua carreira ele não seria capaz de voltar a lutar pelo título. Enganei-me? Talvez, se iniciar bem o ano pode surpreender muita gente. No GOT já estaria morto e seria Hodor, grande e forte e só.

1 – JJ – 

No ano passado falei que torcia para que JJ conseguisse juntar suas performances de free surf de seus vídeos nos campeonatos, além de melhorar competitivamente. Era o que faltava. JJ foi o melhor do ano, sem dúvidas, mas teve seu título marcado por intervenções pontuais e desnecessárias da juizada. Mas ele próprio não deixou de ser vitima dos garfos da WSL, vide final em JBay. O ano de 2017 vai mostrar o quão duro o circuito pode ser para o atual campeão do mundo. Torço para que o quarteto KS, JJ, Medina e Toledo se engalfinhem e nos dêem o melhor ano competitivo de surf que já vimos. Acho que nunca mais será campeão do mundo e se aposenta quando vencer o primeiro Pipemasters. No GOT ele já estaria morto e seria Robb Stark, o Rei do Norte.

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