sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

CAIU NA NET XXXVII - ANALOG MOVIE

Filme da Analog



quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

SURFOCRATA NA HARDCORE


Pois é rapaziada...saiu na Revista Hardcore de novembro/12 (http://hardcore.uol.com.br/18529-hc_de_novembro) uma nota deste humilde escriba na matéria de autoria de Matias Lovro - "Tour Delirante".
A idéia era fazer um texto sobre o que seria o campeonato ideal de surf...
Viajei na idéia...rsrs
Segue texto que enviei para a revista:





O campeonato de surf ideal vai rolar daqui uns 200 anos.
Após a massificação e a popularização do esporte e a evolução das piscinas de onda, deixando para trás as primitivas piscinas redondas desenvolvidas pela lenda do esporte Robert Kelly Slater, 40 vezes campeão do mundo e alien confesso, agora temos grandes arenas aquáticas capazes de simular ondas famosas ao redor do globo, como G-Land, Pipe, J-Bay, Itaúna, etc, com perfeição e com o diferencial de que a onde surge quando o atleta acena para o arbitro indicando que esta pronto, como no secular circuito mundial de skate half pipe.

Aliás, este foi um dos motivos da popularização do esporte, com todos os atletas tendo às mesmas chances do adversário a competição tornou-se mais justa e concentrada no surf. As ondas, embora muito semelhantes não são exatamente iguais, como no oceano, e a quantidade de abordagens é infinita, o que fez com que o esporte caísse rapidamente no gosto popular.

Os lugares paradisíacos, continuam paradisíacos e bem cuidados, aproveitados pelos free surfers como desde sempre, a moda verde/ecológica pegou no mundo todo bem a tempo e crimes ambientais embora aconteçam, são raros. A competição raramente vai a lugares onde a camaradagem deve imperar.

Imaginando um circuito mundial com as citadas arenas em grandes cidades, viajo em uma das várias instaladas aqui no Brasil, como a Arena Silvana Lima, instalada no centro de Fortaleza, logo ao lado da Praça Tita Tavares, ou Tita´s Square como os gringos a chamam. Essas grandes casas de espetáculo não poluem e são de uso público nos dias sem campeonato. As vezes ficam meio crowd (filas), mas sempre temos as piscinas do Careca (redondas), instaladas em todos os bairros para passar o tempo, sem falar no marzão, mais limpo e belo do que nunca.

Temos vários atletas entre os melhores do mundo e o espetáculo, como é de se imaginar, deixa todos boquiabertos. O circuito mundial é muito bem pago por todos os espectadores, os presentes e aqueles na internet e TV mundo afora, direitos de imagens e publicidades. Os fãs ajudam a bancar o surf, marcas e mais marcas lutam por espaço nas pranchas dos prós e nas disputadas placas de publicidade da Arena e dos intervalos da transmissão ao vivo.

O julgamento ainda é feito como antigamente. Por mais que tenha se tentado outras formulas, como o julgamento do público, nada deu certo e ainda temos que discordar da decisão dos árbitros eventualmente, mas como diria o inesquecível Nelson Rodrigues, se escrevesse sobre surf, “A arbitragem normal e honesta confere às baterias um tédio profundo, uma mediocridade irremediável. Só o juiz gatuno, o juiz larápio dá ao surf uma dimensão nova e, se me permitem shakesperiana. O espetáculo deixa de se resolver em termos chatamente técnicos, táticos e esportivos.”



domingo, 16 de dezembro de 2012

WCT PIPELINE - CARECA PERDE

Joel Parkinson é campeão mundial de surf. Isso mesmo! Aquele moleque atrevido que venceu J Bay em 1999, como convidado, finalmente chegou ao título máximo do esporte, eliminando o estigma de vice que o perseguiu por uma década.

É difícil não ficar aqui rasgando elogios a Parko só porque virou campeão mundial e Pipemaster. É evidente que o cara é um puta surfista, tem estilo impecável, sabe fazer desde o base lip até aéreos estratosféricos, além de, evidentemente, entubar muito. Mas isso tudo todos já sabiam. Assim como todos já sabem o que Parko fará na sua próxima onda.




O atual campeão mundial tem um surf lindo, mas extremamente previsível, ainda mais se compararmos com as firulas que a molecada não para de inventar. (valeu Trombonera!)

Enfim, Parko merecia, embora merecer não tenha nada a ver com isso...




O último dia do Pipemasters 2012 foi legal. Poderia ter sido épico, mas não foi. Longe disso. O dia escolhido não foi lá aquilo tudo. Tinha onda, mas não estava grande e clássico como esperávamos, ainda mais com vários dias de janela pela frente.

Com alguns empurrõezinhos aqui e ali (seguraram a nota do Dorian para Slater passar e alargaram as notas de Parko com o mesmo objetivo) tudo se encaminhava para uma clássica bateria final onde tudo seria resolvido. Mas logo no inicio da segunda semi Josh Kerr (que já tinha visitado o hospital mais cedo e duvido muito que pudesse realizar o exame antidoping) arrancou um 9,2 colocando Kelly Slater na posição que mais odeia na vida.





E o mar simplesmente resolveu colaborar com Parko, não produzindo mais nada de decente pelo resto da bateria, apesar de inúmeras tentativas de ambos os atletas.

Título decidido e finalizado, assim como a graça do evento.

Acredito que esta derrota do careca tenha sido bastante doída...talvez não tanto como aquela de 2003, mas próxima. Dizem até que chorou...será? De qualquer sorte ele é culpado por sua derrocada em 2012.




Cansou de dar chance ao azar, mas os pontos que faltaram no final certamente foram aqueles que ele dispensou ao deixar de vir ao Brasil. Segundo ele próprio, por conta do machucado no pé, era capaz de entubar normalmente, mas não conseguia manobrar.

Para seu azar, tirando o primeiro dia que foi disputado nas esquerdas Arpexerianas, o restante do campeonato rolou em ondas tubulares no Postinho.

Fora isso, 2 brasileiros tiveram grande contribuição na vitória de Parko. Ricardo dos Santos derrotou o careca no Tahiti, numa bateria com altas ondas surfadas por ambos. E Raoni Monteiro venceu o sanguinolento em Portugal numa bateria com poucas ondas surfadas por ambos.

Num ano em que tudo conspirava ao seu favor, até na hora dos descartes, aparentemente mesmo sem ele pensar em perder, Netuno e um dos surfistas mais subestimados do circuito (Kerr) colocaram tudo a perder.

Ele vai parar? Não tenho a mínima idéia. Espero que não, pois se por um lado sai derrotado, por outro sai como o principal desafiante ao título.

BACKDOORMASTERS?

Voltando a Pipeline, logo no inicio da transmissão do último dia do Pipemasters 2012, a lenda Gerry Lopez, ao ser questionado sobre suas façanhas na temida canhota havaiana comparado com o que a garotada faz hoje em dia, falou que hoje em dia temos surfistas muito melhores do que naquela época.

Não foi apenas a humildade que demandou que o velho Gerry soltasse isso. É um fato. Diferentemente do futebol, onde haverá a eterna discussão sobre o que os antigos jogadores conseguiriam fazer em campo hoje em dia caso estivessem em forma, no surf a evolução do esporte nos levou a ter cada vez melhores e mais habilidosos atletas.





O que deixa a desejar hoje em dia em comparação com antigamente é a pequena presença de verdadeiros "water man" no grupo de competidores do mundial, o que era praticamente regra antigamente.

Dito isso, vemos que a evolução no esporte também ocasionou certas mutações em campeonatos clássicos, como o de Pipeline.

Como bem disse Guaraná via twitter o campeonato deveria deixar de se chamar Pipemasters para BackdoorMasters, tamanha a vantagem que se leva ao atacar a fechadeira direita ao invés da clássica esquerda.

Vantagem que os regulares também tem aproveitado de forma evidente, bastando verificar os últimos vencedores do evento. O último goofie a levantar o caneco ali foi Rob Machado em 2000.

Os melhores goofies em 2012 foram os irmãos Hobgood que deram bastante trabalho até serem derrotados pelo atual campeão do mundo. Os gêmeos da Flórida, não por acaso, são 2 dos melhores backsiders na fechadeira direita de Pipeline.




Lembro que em 92, quando KS ergueu seu primeiro caneco em Pipe (chegou já campeão do mundo no Hawaii, foi coroado na Barra da Tijuca), Liam Macnamara, mal perdedor que era, declarou que KS não era um Pipemasters de verdade, mas um Backdoormaster, já que naquela edição do evento poucas esquerdas surgiram para desespero do havaiano. Foram palavras proféticas.


BRASILEIROS & AGREGADO


MIGUEL PUPO - O jovem Miguelito foi quem mais me impressionou no Pipemaster. Muitos vão perguntar e o Medina? Ora, Medal já tem a mídia do seu lado para puxar-lhe a sardinha, surfou muito, mas não se jogou em Backdoor como Pupo. Foi legal perceber que Miguel é capaz de qualquer coisa, desde que devidamente estimulado. Quando estava para perder sua bateria contra Flores, remou para uma onda. Dorian, percebendo a insegurança do jovem atleta gritou, vá pra direita, e ele foi, dropou no limite, entubou, saiu e virou. Mas o mais importante, viu que era possível. Contra KS repetiu o feito de forma bem mais crítica, numa onda maior, entubando mais fundo. Deu um susto no careca, mas faltou a segunda boa.

GABRIEL MEDINA - Como mencionei acima, surfou muito, no estilo, saiu de bons tubos e mostrou-se o guerreiro de sempre, especialmente contra KS, de quem aparentemente não nutre muita simpatia (certo ele) e pelo visto a parada é recíproca. Até a prancha quebrada do careca revidou no garoto, atrapalhando numa onda decisiva. Bizarro. Tem que cuidar para não cair no erro de Mineiro e comemorar qualquer ondinha como se fosse algo notável, como fez na sua única tentativa para Backdoor. Gabriel pode muito bem se tornar o primeiro brasileiro Pipemaster, mas para isso tem que manter a atitude competitiva e quem sabe inovar, como por exemplo, permanecer no Hawaii, ou retornar pra lá depois das festas de fim de ano (já me falaram que a melhor época para ir ao Hawaii é final de janeiro e fevereiro, menos gente, mais ondas). Ninguém vira Pipemaster surfando num lugar que não seja Pipe. Indo é lindo, a galera de Puerto é demais, mas onde se aprende a vencer Pipe é em Pipe. Um segundo lugar na Tríplice Coroa devia estimula-lo a fazer justamente isso.




ADRIANO DE SOUZA - Irreconhecível. Declarou que optou permanecer no Brasil se preparando para a temporada havaiana, já que ano passado, quando optou competir toda a Tríplice Coroa acabou se machucando antes do Pipemasters. Bom, pouco adiantou já que sua participação nos eventos havaianos durou exatamente 30 minutos. Não chegou nem perto de Dane, seu adversário. Fez uns tubinhos para Pipe, mesmo quando a melhor opção era Backdoor, chegando a comemorar a saída de uns em que mal permaneceu na boca do tubo, enfim, lamentável. Não entendo como alguém pode se preparar para o Hawaii em São Paulo. Era melhor dizer que não estava a fim de ir antes, pois já não tinha chance de título e precisava firmar uns contratos a mais...Deve ter batido o recorde de menos tempo nas ilhas.

RICARDO DOS SANTOS - Se você não for, nunca saberá...esse é o lema do catarinense. É talvez hoje em dia, ao lado de Bruno dos Santos e Gabriel Medina, o brasileiro mais admirado pelos gringos e faz por onde. No melhor estilo Carroll dropou a maior onda que apareceu na primeira fase, cavou e se jogou num tubo branco para sair após a baforada. Deu azar na segunda fase ao cair na sua melhor onda, mas ficou evidente que se vier a onda, seja o tamanho que for, ele vai. Deve ganhar o trial de Teahupoo pela terceira vez em 2013 e se tiver a chance irá longe no Pipemasters do ano que vem. 

ALEJO MUNIZ - Pegou osso duríssimo logo de cara, mas não fez feio. Dorian dominou amplamente a disputa, mas Alejo saiu de alguns tubos para Backdoor e arriscou, mas ficou evidente a falta de segurança do catarinense no mar. Nem de longe parecia aquele franco atirador de uma semana antes, em ondas muito maiores, em Sunset. Se resolver e conseguir treinar no pico tem um grande futuro a frente em Pipes por vir.

JADSON ANDRÉ - Ao menos dropou uma bomba. Assim poderia ser resumida a despedida do potiguar do tour mundial. Se ao menos ela tivesse rodado...mostrou disposição, como quase sempre. Jadson foi "convidado" a se retirar do tour, algo que já vimos com Neco, Polo, Cory, etc, etc...simplesmente não importa o que se faça, a nota não sai e em não saindo, não se passa bateria e cai no ranking. Mas ao contrário dos que citei, André parece ter acreditado que seu potencial diminuiu na mesma medida que suas notas. Ele começou a arriscar menos e cair mais. Mesmo naqueles aéreos rodando que são sua marca registrada o potiguar começou a erra-los com uma frequência nunca vista antes. Deve voltar rapidamente ao tour, mas deve focar na melhora e aumento de seu arsenal de backside e estilo, se quiser fazer com sua volta seja permanente.



HEITOR ALVES - Pode-se dizer que não foi dos momentos mais sagazes da história competitiva do cearense. Precisava de resultado, pegou um osso duro (o atual campeão do evento), demorou para escolher a primeira e quando faz se coloca numa tremenda de uma interferencia. A qual, aliás, coloca em dúvida a total eficiência do sistema de duas baterias simultâneas, mas isso é outro papo. De qualquer forma Heitor já passou por isso, e quando saiu do CT fez sua melhor temporada da carreira no ano seguinte. Espero grandes participações de Alves no QS e Prime de 2013.

TIAGO PIRES - Outro que precisava de resultado e não conseguiu. Não fez praticamente nada digno de nota em sua bateria. Vide placar. Sua angustia foi longa. Apenas quando Yadin Nicoll foi derrotado nas quartas de final é que pode confirmar sua vaga por mais um ano no WCT. Tem que melhorar muito sua competitividade se quiser permanecer na elite. Gosto do surf do Saca, mas performances como a que apresentou na Ilhas Canarias este ano estão cada vez mais raras.


GRINGOS

Comecemos pelos destaques negativos. Bruce Irons é ex profissional em atividade. Não estava a fim ou sem condições...de qualquer forma não é nem sombra do surfista que foi. Vejam vídeos de antes de 2000 para ver o real potencial do moleque e seu disperdicio.

Jamie O foi vencido por sua própria arrogância. Numa esquerda da série ao invés de fazer seu feijão com arroz, ou seja entubar fundo saindo lá no canal, ele resolveu mudar de base. Resultado, vaca e prancha quebrada. Perdeu tempo e a bateria. Mané!

JJ pode ser incluído nos destaques negativos. Não na Tríplice Coroa, mas no Pipemaster. Simplesmente não se achou no seu pico, e não foi por falta de tentativas, já que pegou vários tubos fechados. Não era para ser.




Destaques positivos - Yadin Nicoll, precisava chegar as semis para se garantir e quase fez. Estava torcendo para que fizesse. Foi quem mais se jogou para Backdoor.

Mick Fanning - Perdeu, mas de que forma?!? Sua derrapada controlada dentro do tubo de Pipe valeu o ingresso.

Shane Dorian - Infinito. Melhor water man do mundo. Se tivesse competido sua vida toda da forma que competiu neste Pipemaster já teria seu merecido título mundial. Perdeu para KS e juízes e só.

Josh Kerr - Acho que seu arsenal de aéreos em merrecas fazem a gente esquecer suas atuações em ondas grandes, como no Tahiti ano passado. O cara se joga! Seguindo a mesma linha de Kieran e Joel, que foram vices antes de vencerem em Pipe, se derem mole ano que vem ele vira Pipemaster.

KS e JOEL não poderiam deixar de ser destaques positivos. O primeiro mostrou sua majestade. Surfou bem para ambos os lados com sua quadriquilha mínima. Perdeu para Kerr porque o mar parou, senão o resultado poderia ter sido outro.

Já Joelito mostrou capacidade de superação mental jamais vista. Recebeu ajuda dos juízes, mas se impôs em praticamente todas as baterias e mereceu, como já disse, não só o título da etapa, como do mundo.




Em breve a dissecação dos novos Top 32/2013...


Resultados:


Campeão: Joel Parkinson (AUS) com 17,17 pontos (9,17+8,00) – US$ 75.000 e 10.000 pontos
Vice-campeão: Josh Kerr (AUS) com 14,83 (notas 7,83+7,00) – US$ 30.000 e 8.000 pontos

SEMIFINAIS

3.o lugar – US$ 17.500 e 6.500 pontos
:

1.a: Joel Parkinson (AUS) 14.63 x 17.30 Damien Hobgood (EUA)
2.a: Josh Kerr (AUS) 11.13 x 4.90 Kelly Slater (EUA)

QUARTAS DE FINAL
5.o lugar – US$ 13.750 e 5.200 pontos
:

1.a: Damien Hobgood (EUA) 9.83 x 9.17 Sebastien Zietz (HAV)
2.a: Joel Parkinson (AUS) 12.50 x 9.40 C. J. Hobgood (EUA)
3.a: Josh Kerr (AUS) 15.00 x 12.17 Yadin Nicol (AUS)
4.a: Kelly Slater (EUA) 18.73 x 18.20 Shane Dorian (HAV)

QUINTA FASE – REPESCAGEM

9.o lugar – US$ 11.000 e 4.000 pontos
:

1.a: Damien Hobgood (EUA) 8.23 x 3.26 Kieren Perrow (AUS)
2.a: C. J. Hobgood (EUA) 13.94 x 8.00 Dane Reynolds (EUA)
3.a: Yadin Nicol (AUS) 13.00 x 12.00 Gabriel Medina (BRA)
4.a: Kelly Slater (EUA) 19.27 x 10.66 Miguel Pupo (BRA)

QUARTA FASE
1.o=Quartas de Final / 2.o e 3.o=Repescagem
:

———-abriram a sexta-feira:

3.a: 14.57=Josh Kerr (AUS), 14.10=Gabriel Medina (BRA), 8.10=Kelly Slater (EUA)
4.a: 6.53=Shane Dorian (HAV), 5.83=Miguel Pupo (BRA), 4.23=Yadin Nicol (AUS)

———-baterias que fecharam o domingo:

1.a: 16.40=Sebastien Zietz (HAV), 14.17=Damien Hobgood (EUA), 9.96=Dane Reynolds (EUA)
2.a: 18.10=Joel Parkinson (AUS), 6.20=C. J. Hobgood (EUA), 5.83=Kieren Perrow (AUS)

LISTA DOS 32 CLASSIFICADOS PARA O ASP TOUR 2013:

TOP-22 DO ASP WORLD TOUR 2012 – 10 etapas:

1.o: Joel Parkinson (AUS) – 58.700 pontos
2.o: Kelly Slater (EUA) – 55.450
3.o: Mick Fanning (AUS) – 47.000
4.o: John John Florence (HAV) – 44.350
5.o: Adriano de Souza (BRA) – 42.350
6.o: Taj Burrow (AUS) – 41.900
7.o: Gabriel Medina (BRA) – 41.350
8.o: Josh Kerr (AUS) – 38.900
9.o: Julian Wilson (AUS) – 35.900
10: Owen Wright (AUS) – 33.600
10: Jeremy Flores (FRA) – 33.600
12: Jordy Smith (AFR) – 27.900
13: C. J. Hobgood (EUA) – 26.650
14: Adrian Buchan (AUS) – 25.400
15: Michel Bourez (TAH) – 24.250
16: Damien Hobgood (EUA) – 21.750
17: Miguel Pupo (BRA) – 19.450
18: Alejo Muniz (BRA) – 18.450
19: Kieren Perrow (AUS) – 18.200
20: Bede Durbidge (AUS) – 16.250
20: Travis Logie (AFR) – 16.250
22: Kai Otton (AUS) – 16.200

G-10 DO ASP WORLD RANKING – 45 etapas – 10 do WCT / 8 Prime / 27 Star:

01: Kolohe Andino (EUA) – 16.o lugar no ranking com 22.395 pontos
02: Matt Wilkinson (AUS) – 17.o com 22.350
03: Sebastien Zietz (HAV) – 19.o com 21.810
04: Glenn Hall (IRL) – 24.o lugar com 18.905
05: Brett Simpson (EUA) – 25.o com 17.310
06: Filipe Toledo (BRA) – 26.o com 16.700
07: Adam Melling (AUS) – 26.o com 16.690
08: Nat Young (EUA) – 29.o com 16.365
09: Fredrick Patacchia (HAV) – 30.o com 15.850
10: Tiago Pires (PRT) – 31.o com 15.820

———–primeiros alternates para 2013:

1.o: Patrick Gudauskas (EUA) – 32.o lugar com 15.030 pontos
2.o: Willian Cardoso (BRA) – 33.o com 14.820
3.o: Raoni Monteiro (BRA) – 34.o com 14.600
4.o: Jean da Silva (BRA) – 35.o com 14.470
5.o: Heitor Alves (BRA) – 36.o com 14.020

SAÍRAM DA ELITE DOS TOP-34 NO WCT 2012:

26.o no ranking: Yadin Nicol (AUS) – 14.950 pontos
27.o: Heitor Alves (BRA) – 14.750
28.o: Raoni Monteiro (BRA) – 13.500
31.o: Taylor Knox (EUA) – 9.000
32.o: Jadson André (BRA) – 7.750
32.o: Dusty Payne (HAV) – 7.750
32.o: Patrick Gudauskas (EUA) – 7.750

fonte Resultados: Ricosurf / Por João Carvalho

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

JOELITO X CARECA

A temporada 2012 esta chegando ao fim e apesar dos mesmos erros (tudo bem, não erraram as contas, mas os erros de julgamento foram inúmeros e o que falar do fiasco do dia grande de Fiji?), de diversas caras novas e bem menos ondas que em 2011 os mesmos personagens chegam ao final com chances de levar o caneco.

O atual campeão mundial e seu vice são os principais concorrentes ao caneco do ano da ASP. Mick Fanning, décimo primeiro ano passado, mas com dois cinturões do mundo na conta, ainda tem chances, embora as considere remotas.





Fazem exatamente 10 anos do primeiro vice campeonato mundial de Joel Parkinson. Naquela temporada Parko começou liderando, mas no decorrer do ano a brincadeira ficou mesmo entre Andy Irons e Luke Egan, acabou com o vice pelo tropeço deste segundo, não obstante sua segunda vitória no ano no penúltimo evento da temporada em Sunset.

Em 2004 novamente o ozzie ficou com o vice caneco, desta vez perdeu a chance no Brasil ao ser derrotado pelo wild card Tânio Barreto. Neste ano ele novamente venceu 2 etapas, Bells e Trestles.

2009, em minha opinião, era para ter sido o ano de Parko. Venceu as duas primeiras etapas do ano de forma incontestavel. Deu impressão que finalizaria a fatura após a 3ª vitória do ano, em J Bay, mas algo aconteceu e ao mesmo tempo em que diminuiu o ritmo, Fanning subiu de produção de forma impressionante. Perdeu a chance do título ao ser derrotado pelo wild card Gavin Gillete em Pipe.

E em 2011, ano do último vice do "azarado" australiano se deu mais pelo incrível final de temporada do que por uma disputa real do título, mas ao menos venceu 1 etapa no ano, Bells.

Chega liderando o mundial num ano atípico de sua carreira no tour, sem vitória alguma, mantendo-se na ponta do ranking pela regularidade. Chegou a declarar-se desconfortável nesta posição de liderança, a qual, aliás, não lhe dá grandes vantagens contra seu adversário direto. 

Esse pode ser o ano do Joelito, mas acho que ele vai pagar o preço no final pela ausência de uma vitória e por karmas passados...




O adversário direto do australiano rei dos vices é ninguém menos que o maior vencedor da história do esporte.

Como não podia ser diferente nesses vinte e poucos anos de mundial, o careca já passou por situações similares, ou seja, chegar ao Hawaii atrás no ranking e sair com o título

Em 95, KS chegou ao Hawaii em terceiro no ranking atrás de Garcia (1º) e Machado (2º), contou com o nervosismo do primeiro que perdeu prematuramente para o wild card (Occy, com forma física invejável, diga-se) e do segundo que liberou a prioridade na semi final decisiva com o mais famoso hang five da história do surf (veja video).

Liberar a prioridade para o sanguinolento nunca é bom, JJ ainda não tem seu caneco em seu próprio pico por um vacilo desses, embora não ache que aquela perda de prioridade de Machado tenha decidido aquela bateria...KS estava em dias de KS. Voltando a 95, KS ainda precisava ganhar o campeonato e o fez, numa final disputada contra Occy.




Em 98 novamente KS chegou ao Hawaii em terceiro, desta vez atrás dos surpreendentes Michael Campbell e Daniel Wills. Na real só o primeiro demonstrava algum brilho suficiente para um eventual título já que ficou evidente durante o ano que o gás de Daniel já não era o mesmo daquele apresentado durante a perna Japonesa do mundial, quando ele venceu 2 etapas seguidas.

Após a etapa brasileira (vencida por Peterson Rosa em cima de Campbell na final) a diferença entre KS e o líder era de pouco mais de 200 pontos e Slater fez sua parte chegando até as semis enquanto os então jovens ozzies pereceram perante a fúria de Banzai.




Em 2003 o careca chegou na frente do ranking e perdeu e só estou citando este ano porque a última bateria daquele ano decidiu o título, algo que pode se repetir este ano, caso Joel e KS cheguem a final e também porque naquela bateria final de 2003 Parko e Slater tiveram um "enrosco" que deve estar entalado até hoje na garganta do Sanguinolento.

Na época foi utilizada baterias de 4 atletas o que permitiu (infelizmente) a influencia de outros atletas na disputa final entre KS e Andy, e foi justamente Parko quem "atrapalhou" KS numa onda que poderia ser decisiva, e poderia ter mudado toda a história daquela final (veja mais: http://www.surfingmagazine.com/news/121903_pipe/ ).

Joel chegou a declarar que "Kelly não deverá me perdoar nunca...". Eu não contaria com isso, ao contrário, estaria até me preparando para uma vingança, saboreada com requintes de crueldade, especialidade do Sanguinolento. 






O destino é engraçado. Penso que essa derrota de 2003 era exatamente o que KS precisava pra se tornar o monstro que é hoje. 

Talvez para superar a terceira geração de competidores Slater precisava sentir o gosto da derrota, chorar as lágrimas que chorou e lamber suas feridas, como fez em 2004 para retornar em 2005 derrotando seu algoz de maneira definitiva. 

É fato que Andy nunca mais foi o mesmo pós 2005. Após a fatídica bateria de 2003, KS se levantou para ser campeão em 2005/2006/2008/2010/2011, considerando que no século passado ele ganhou 6 (92/94/95/96/97/98) só falta um para repetir o feito neste novo milênio.






Vendo o passado e também a forma como as coisas se encaixaram para KS em 2012, especialmente na questão dos descartes dele e de Joel, acho que podemos concluir com relativa segurança que o favorito neste ano é KS e não o líder do ranking, Parko. 

KS já perdeu em situação similar, como disse, em 2003, mas vejam bem, em 2012 o adversário é o Parko, não é o Andy...

 


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

BASTIDORES AGITADOS

O mundo do surf esta agitado neste fim de ano...uma bela batalha no campo esportivo a ser travada entre 3 dos melhores surfistas deste século (e do passado, no caso do interminável careca sanguinolento) e outras sendo travadas nos bastidores, algumas pela mídia e outra pela via judicial mesmo...

ABRASP NÃO FOGE À REGRA

Comecemos pela "briga" regional iniciada pela carta aberta do atleta Dunga Neto seguida do direito de resposta exercido pelo Diretor Executivo da Abrasp Marcelo Andrade, o primeiro falando da intransigência da entidade e do Conselho de Atletas, que mesmo num ano fraco de eventos teriam negado a entrada de 2 etapas no circuito por conta da regra que exige 30 dias de antecedência para sua confirmação. 

Marcelo Andrade por sua vez sustenta que a regra de 30 dias de antecedência foi uma solicitação dos próprios atletas que necessitavam de mais tempo para agendar suas viagens, e que apesar de entender a posição do atleta acredita que se há um livro de regras o mesmo deve ser respeitado.

Dunga Neto, profissional cearense expos com muita propriedade sua opinião. foto: www.revistasurfar.com.br


Ambos tem argumentos coerentes e corretos, mas pessoalmente concordo com a opinião do atleta. Mesmo nas regras mais rígidas há exceções e meios para criar exceções, especialmente diante de situações de necessidade, exatamente como no caso do circuito nacional de 2012.

Não vejo grandes problemas em se alterar regras, desde que oficiosamente e com o aval de todos os envolvidos, com a devida publicidade para que aqueles que não concordarem possam exercer seu direito de ampla defesa e contraditório.

Me parece que o problema real ocorreu com uma etapa de menor expressão que seria realizada em Quissamã - RJ e que teve sua solicitação negada devido ao prazo. Provavelmente este pedido não foi analisado com a devida atenção ou, quem sabe, com a real análise de suas consequencias, como por exemplo o surgimento de um patrocinador para bancar uma etapa maior com o mesmo problema de prazo.

E foi exatamente o que aconteceu no Ceará com os organizadores entrando em contato com a ABRASP no dia 31/10 para a inclusão de uma etapa que seria realizada no feriado de 15/11. Como já havia uma negativa, de fato, não poderia haver 2 pesos e 2 medidas, embora um erro não justifique o outro, são 2 erros e ponto.

No futuro a ABRASP terá que pensar em alternativas para questões como essa, não só flexibilizando a regra, mas também quem as decide. Deve-se atentar para evolução tecnológica e aproveitar que praticamente 100% dos atletas ter algum tipo de conexão (facebook, twitter, etc) e quem sabe, promover assembleias on line com o máximo de atletas possível para que decisões deste tipo possam ser debatidas e decididas com mais velocidade e precisão.

PRIVATIZAÇÃO DA ASP

Ainda não se tem muita informação sobre como se dará o negócio muito menos sobre a empresa adquirente (ZoSea), mas já se sabe que um dos seus sócios é o agente do careca (Terry Hardy) e outro sócio é um ex-funcionário (tem hífen isso?) da quiksilver (Paul Speaker) e que o acordo prevê  a completa cessão dos direitos da ASP.

Como bem lembrou mestre Adler em sua coluna na Hardcore de novembro/2012 (pág. 130), na década passada a ASP já chegou a anunciar acordos de 10 anos com IMG e TWI com cifras de 50 milhões de dinheiros americanos, e acabou não dando em nada. Segundo Renato Hickel os valores que a misteriosa ZoSea pretende aplicar gira em torno de 25 milhas mas não revela o prazo desta aplicação ou seja, pode ser muito como pode não ser porcaria nenhuma...

Enquanto não revelarem todo o negócio é difícil falar qualquer coisa sobre o assunto sem correr o risco de estar dizendo enormes besteiras mas historicamente negócios que começam de forma obscura terminam da mesma forma.

Particularmente acho arriscado a cessão total, ou a privatização total da ASP, creio que poderiam achar meios de manter o controle e apenas ceder parte do negócio, talvez até, a parte que interessa, como os direitos de imagens e cotas para realização de eventos. Deixar o tal do Hardy correr atrás de patrocínios, vender as etapas e promover os eventos enquanto a ASP fica com a organização do circuito, a criação das regras, treinamento e renovação de árbitros (urgente isso, hein?) e outras competências administrativas.

Espero sinceramente estar enganado, mas já imagino manchetes futuras como "Surfistas brigam para ter seu circuito de volta..." e passeatas com placas com dizeres "Devolvam o surf aos surfistas...". A ver.

CARECA SANGUINOLENTO NO PAU!

E esta rolando uma briga na justiça americaca sobre as marcas VSTR e Visitor. Uma bobagem a meu ver, mas conforme informação deste site/blog o jeito que o careca pronuncia VSTR parece Visitor e estaria infringindo o direito desta segunda marca.

O pior é que parece que já teve uma audiência e o sanguinolento andou pra ela, dizendo que esta se preparando full time para a disputa do título da ASP (o que é provavelmente verdade), mas aparentemente os representantes da marca ofendida querem dar um jeito de ele ter que comparecer perante a "corte" antes do fim do ano, o que pode coincidir com a data do Pipemasters.

O Careca pode tomar uma vaca pior que esta na justiça. Se liga Sangui! foto: www.aspworldtour.com




















KS não sai do Hawaii nem algemado antes do fim do Pipemasters. Sou capaz de apostar uma grana nisso...

NIKE SAI - HURLEY SE FORTALECE

Bom essa é para os gênios do marketing, da publicidade e da economia explicar. Porque uma marca gigante que já tem uma marca especificamente de surf desde 2002 ingressa agressivamente no mercado do esporte, concorrendo contra si mesma?

Será que o Scooby vai pra Hurley também? foto: pedroscoobysurfer.tumblr.com


Deve haver uma explicação, ver se dava para ganhar ainda mais dinheiro como Nike e sumir com a Hurley, ou testar novas marcas (lembram da 6.0?), reafirmar a própria marca, enfim...deve haver algum jeito de explicar porque disso, mas pouco me importa se querem saber...fato é que a Hurley sai extremamente fortalecida dessa, ainda mais com o gradual enfraquecimento das marcas tradicionais (leia-se Billabong e Rip Curl).

A marca do velho Bob deverá ter a maior (e melhor?) equipe do CT 2013 (todos que eram Nike migraram automaticamente para Hurley). Resta saber se vai continuar bancando todos eles (dizem que sim), bem como os eventos que bancou em 2012. A Nike já pulou fora do US Open... 


E isso tudo é apenas bastidores de um excelente final de Circuito Mundial que é papo para o próximo post.

domingo, 11 de novembro de 2012

WCT SANTA CRUZ - TAJ LEVA E KS SE ARREGA

Taj que me perdoe, mas sua vitória não passou nem perto dos fatos realmente interessantes e relevantes que rolaram na 9ª parada do mundial de surf 2012.

Batalhas de nervos aconteceram neste curto espaço de tempo que o circo passou em Santa Cruz, norte da Califórnia, antigas rixas ganharam contornos ainda mais dramáticos (KS X Mineiro), novas polemicas de julgamento deixaram ainda mais exposto o frágil sistema da ASP (KS X Dusty) com algumas amareladas inesperadas  (Mick x Jadson & Joel x Travis) e a pior qualidade de ondas do ano como cereja do bolo






Uma rápida olhada nos resultados da etapa podem enganar o leitor mais desatento. Joel chegou como líder, fez um resultado melhor que seu adversário direto (o Sanguinolento, lógico) e mesmo assim chegará sob pressão na última etapa. Já falo disso...

O pico pode não convencer a maioria como lugar pra realização de uma etapa do Dream Tour (ainda podemos falar isso?), mas o fato é que Steamer Lane deu trabalho aos melhores do mundo. Pode se dizer que é uma onda boa e ruim ao mesmo tempo, um point break de direitas que tem uma esquerda bem no meio do line up, presenteada com paredões de pedra logo em frente, a onda sofre o constante balanço do backwash tornando-a para lá de traiçoeira. Isso tudo sem falar na agua congelante, nas algas, focas, lobos marinhos e tubarões.

Para mim, é um lugar que merece figurar no tour, tanto pelo valor histórico (Salve Curren) quanto pela dificuldade e desafio que apresenta aos tops. Quem quer ser campeão mundial tem que surfar bem em qualquer lugar, não é? A obsessão que KS tem de vencer em todo e qualquer lugar que o tour se apresente passa por esse pensamento, não basta ser campeão, tem que ser o melhor. 





Em Steamer Lane o "melhor" não conseguiu ser o melhor...longe disso. KS não se entendeu hora alguma com o pico, trocou de prancha, trocou de quilhas, colocou botinha, tirou botinha e nada. Tirando aquela bela panca na junção e o aéreo de backside incompleto o careca não fez mais nada digno de nota, a exceção talvez, da tentativa de atropelo ao Mineiro após ter seu escalpo mais uma vez retirado sem cerimonias. Já faz tempo que a relação entre os dois é tensa. Aliás, quanto pior a relação entre os atletas, melhor é a bateria entre eles.

Voltando ao careca, como Taj falou, com a confiança renovada após derrotar Medina, que nunca viu o Sanguinolento tão exposto. Em outras palavras, irreconhecível. Seu resultado pode ser visto como uma vitória.






Seu adversário direto ao caneco ainda lhe prestou o favor de perder inesperadamente nas quartas de final. Mesmo com condições favoráveis, incluindo, onda e adversário, Joelito acabou sucumbindo, em minha opinião, devido a um péssimo julgamento de sua segunda onda boa. Seu 4,67 foi um atentado violento ao pudor do bom senso e da razão. Uma linda rabetada no final da onda foi aparentemente desconsiderada. Um rigor estranho para o julgamento de Parko, ainda mais numa bateria decisiva. Tudo bem que exageraram na primeira nota, oito e pouco, mas erraram a mão (de novo) na lei da compensação.






E para ajudar ainda mais ao careca, que secava do cliff,  o mar não colaborou na parte final da bateria e Travis fez uma bela bateria, não tanto quanto Gerlach descrevia, mas bem o suficiente para complicar a vida do adversário, marcando bem o ozzie nos segundos finais, garantindo a prioridade e a vitória.

Praticamente nada de relevante ocorreu após essa bateria. Taj, pela segunda vez no ano, venceu, mas não convenceu. Chegou a final de forma discreta. Não constava entre os nomes favoritos para o título.  Foi esperto e eficiente ao eliminar Medina nas quartas, passou por Travis numa bateria de julgamento esquisito na semi e venceu Wilko numa final apertada, onde a juizada podia ou não dar a vitória para o maluco beleza do tour.






Wilko parece ter provado para si mesmo do que é capaz, levou a parada a sério e fez sua primeira final numa etapa do CT e passou pelo cara que achei que ia vencer, Bourez. Parecia que o tahitiano, além de Parko era quem estava lidando melhor com a balançada onda californiana.

BRASILEIROS E AGREGADO

Heitor Alves e Tiago Pires ficaram pela segunda fase, com o primeiro perdendo para o ex-campeão mundial CJ (chorão, reclama de marcação contra todo mundo e perdeu sendo bloqueado pelo próprio irmão...mas isso é outra história) e o segundo perdendo para Owen. Perderam em baterias fracas de onda e brilharam na primeira fase, surfando bem e conseguindo bons scores sendo superados por adversários inspirados (Jordy e Gudauskas)

Miguel Pupo o campeão desta etapa no ano passado, quando ainda era Prime, também perdeu cedo, mas não se achou na primeira bateria  e acabou perdendo para Alejo na fase 2 por 0,04 pentelhésimos de ponto...o tour é cruel..






Jadson André virou uma bateria praticamente perdida para Fanning na base da porrada. Fez uma coisa raramente reconhecida pela juizada, transformou uma onda mediana numa onda boa. Uma sequência de 5 ou 6 batidas e rasgadas foram o suficiente para transformar uma onda 5 num 7 para o desespero de Mick, que ficou com cara de "quem roubou minha jujuba" no outside. Fez Taj suar a camisa para derrota-lo na fase 3. 

Raoni Monteiro quase não chegou a tempo de sua bateria na primeira fase. Sem patrocinador principal já faz tempo, o que só dificulta a vida na estrada do brasileiro. Falou numa das entrevistas que recebeu um apoio de uma marca de roupas de borracha e algum dinheiro pouco antes de embarcar para a etapa. Passou por Julian Wilson numa bateria apertada na repescagem, apostando no bom e velho surf de linha, o que voltou a funcionar contra Jordy na fase 3, perdeu para Parko na fase que não vale nada e para Travis numa bateria em que surfou melhor mas competiu pior, com mais algumas baterias em Pipe é capaz de nem precisar de convite para permanecer no mundial de 2013. Guerreiro.

Alejo Muniz apresentou um dos melhores surfes do evento. Estilo e força se combinaram com a fluidez do hermano catarina nas balançadas seções do pico. Surfou muito para eliminar Miguel na repescagem e mostrou autoridade para eliminar Bede da prova. Não se achou na fase que não vale nada, perdendo para Raoni e Joel, finalizando sua participação sendo eliminado por Medina na fase 5 numa bateria com poucas ondas surfadas. 






Gabriel Medina fez o que dele se esperava. Show, espetáculo. Perdeu apenas para o campeão. Único da terrinha que passou direto para a fase 3, com um Aéreo e duas Batidas, todas com letras maiúsculas, passou por Knox virando nos segundos finais com O Aéreo do campeonato, também com letras maiúsculas, perdeu para Taj na fase que não vale nada, se recuperou com naturalidade contra Alejo para perder para o campeão da etapa de novo nas quartas. Poderia dizer que arriscou muito na bateria em que perdeu, mas faz parte do surf do cara. Sua porcentagem de acertos permitem o risco. 

Adriano de Souza, deu adeus as chances de mundial nesta etapa. Mas sai com sua posição de concorrente a título de 2013 consolidada com mais um escalpo do careca na sua estante de troféus. Caiu para repescagem no primeiro dia, como quase todos os cabeças de chave. Passou por Melling na fase 2 e Gudauskas na fase 3, surfando e competindo muito bem, especialmente na bateria contra Pat. Se o campeão foi o carrasco de Medina o vice foi de Mineiro, que perdeu para Wilko na fase que não vale nada, por pouco mais de 1 ponto e depois nas quartas de final.

DISPUTA AO TÍTULO DA TEMPORADA

Após 3 anos, o Hawaii voltará a recepcionar a decisão de um título mundial em suas sagradas aguas.
Em 2009 o mesmo Joel Parkinson, protagonista e ainda líder do mundial de surf de 2012, perdeu o título mundial para seu amigo Mick Fanning. 

Com os resultados da nona etapa, em Santa Cruz, a disputa ao título mundial de 2012 ficou restrita a 3 nomes, o careca (evidentemente), Mick Fanning e o já mencionado Parko.

Mick precisa de um milagre. Fato. Vence ou vence e ainda assim depende de resultados ruins de seus concorrentes.





Já KS se colocou (ou colocaram ele? Perguntem ao Dusty.) numa posição para lá de favorável para abocanhar seu décimo segundo caneco. A ASP colocou em seu site as possibilidades de título, bem explicadinho até. 

A questão é que como em Pipe tem sempre aquela situação dos locais, esses 3 postulantes ao título já estreiam na fase 3, fazendo no mínimo 1750 pontos. Acontece que o campeão será aquele de posse da maior soma dos 8 melhores resultados, ou seja, no caso de Parko, Pipe só não sera descarte se ele fizer as semis, de modo que se ele e KS sobreviverem até as quartas, a vantagem é do careca! O careca já tem seus dois descartes. Desta fase em diante, Joel tem que terminar a frente de Kelly para levantar o caneco, perder na mesma fase que o careca, bye, bye título. Mesmo que faça a final contra o sanguinolento, terá que vence-lo para ganhar a temporada.

É MOLE?!?

E teve gente que falou que o Raoni tinha tirado o Sanguinolento do páreo com a vitória em Peniche.
Slater já não é aquele soberano em Pipe, disse Alex Guaraná via twitter, concordo, mas acho que dentro de uma normalidade ele chega até as quartas, confiança que já não deposito em Parko, não obstante ele ter sido vice campeão no pico em 2011.





A falta de uma vitória no ano esta cobrando caro sua fatura, ao ponto do líder chegar sob tanta pressão quanto seus adversários em Pipe. E dificilmente, o resultado negativo em Santa Cruz, mais precisamente o fraco surf apresentado, vai abalar a confiança do careca, pode até servir como incentivo para volta triunfal em seu palco preferido, Pipe. 


Resultado do O'Neill Coldwater Classic 2012

1 Taj Burrow (Aus)
2 Matt Wilkinson (Aus)
3 Travis Logie (Afr)
3 Michel Bourez (Tah)
5 Adriano de Souza (Bra)
5 Gabriel Medina (Bra)

5 Joel Parkinson (Aus)
5 Jeremy Flores (Fra)
9 Raoni Monteiro (Bra)
9 Alejo Muniz (Bra)

9 Kelly Slater (EUA)
9 Damien Hobgood (EUA)
13 Jadson André (Bra)
25 Heitor Alves (Bra)
25 Miguel Pupo (Bra)




Top 22 do ASP World Tour depois de 9 etapas

1 Joel Parkinson (Aus) - 53.900 pontos
2 Kelly Slater (EUA) - 50.700
3 Mick Fanning (Aus) - 47.000
4 John John Florence (Haw) - 44.350
5 Adriano de Souza (Bra) - 42.350
6 Taj Burrow (Aus) - 41.900
7 Gabriel Medina (Bra) - 37.850
8 Julian Wilson (Aus) - 34.650
9 Owen Wright (Aus) - 33.600
9 Jeremy Flores (Fra) - 33.600
11 Josh Kerr (Aus) - 31.400
12 Jordy Smith (Afr) - 26.650
13 Adrian Buchan (Aus) - 25.400
14 Michel Bourez (Tah) - 24.250
15 C. J. Hobgood (EUA) - 21.950
16 Alejo Muniz (Bra) - 18.450
17 Bede Durbidge (Aus) - 16.250
17 Travis Logie (Afr) - 16.250
19 Kai Otton (Aus) - 16.200
20 Miguel Pupo (Bra) - 15.950
21 Damien Hobgood (EUA) - 15.750
22 Matt Wilkinson (Aus) - 15.250
24 Heitor Alves (Bra) - 14.750 pontos
27 Raoni Monteiro (Bra) - 13.500
32 Jadson André (Bra) - 7.750
36 Willian Cardoso (Bra) - 1.500


G-10 do ASP World Ranking depois de 41 etapas

G-1 Kolohe Andino (EUA) em 18o lugar, confirmado na elite com 19.211 pontos
G-2 Glenn Hall (Irl) em 19o, confirmado com 18.525
G-3 Filipe Toledo (Bra) em 21o, confirmado com 16.700
G-4 Nat Young (EUA) em 22o, confirmado com 15.885
G-5 Tiago Pires (Por) em 26o, confirmado com 15.210
G-6 Patrick Gudauskas (EUA) em 27o, com 14.530
G-7 Jean da Silva (Bra) em 28o, com 14.180
G-8 Willian Cardoso (Bra) em 29o, com 14.170
G-9 Raoni Monteiro (Bra) em 30o, com 13.900
G-10 Heitor Alves (Bra) em 31o, com 13.700