Pelo segundo ano consecutivo o Brasil receberá o Circuito Mundial de Surf com um Brasileiro no topo do ranking. Neste ano receberemos a etapa com a liderança de ambos os rankings da Nova ASP.
Após 3 etapas, ao menos na minha visão, o novo formato de transmissão mais agradou do que desagradou. O fato de ter as mesmas caras e vozes transmitindo as etapas do mundial acredito que ajuda. Costumo ver as transmissões em inglês, portanto não sei como está a situação em Português (não parecia ok na primeira etapa, considerando o áudio vazado no você tubo da Nova ASP na primeira etapa...).
No caso da transmissão em inglês, só falta o Barton Lynch. Aliás, como modo de transmissão a ASP poderia copiar, literalmente, tudo que foi feito naquele Prime de Trestles que o Pupo ganhou, para mim a melhor transmissão da web jamais feita.
#2 ETAPA
A segunda etapa do mundial de surf 2014 aconteceu na região de Margareth River, oeste australiano. Lugar de agua gelada, grandes e poderosas ondulações e grandes tubarões brancos. Tirando a agua gelada, nada mais apareceu durante a etapa. Embora disputadas em boas condições, nem de longe o mar ficou clássico nos picos escolhidos para a etapa: Margareth River, The Box e North Point.
A vitória coube ao Taitiano Michel Bourez, cuja reconhecida força sobre a prancha encaixou perfeitamente nas paredes volumosas do pico principal (Margareth River). Venceu merecidamente, mesmo caindo repetidamente nas suas finalizações. Crescer em ondas rasas do Tahiti também o ajudou quando a etapa foi transferida para a onda conhecida como The Box.
Aliás, cabe aqui menção honrosa ao ex-Conspirador (atual Imperador), mais conhecido como Kieran Perrow, pela decisão de mudar o campeonato para The Box, mesmo que por apenas uma fase. Legal mesmo seria se mudassem para North Point, mas valeu pela iniciativa.
Considerando que TODOS sabiam que o evento poderia ser transferido para outros picos da região foi até certo ponto um vacilo dos brasileiros não terem dado uma queda sequer no pico antes das baterias daquela fase.
Como vimos, especialmente com Pupo, os caras aprendem rápido e após algumas vacas já estavam conseguindo entubar, mesmo que a questão do posicionamento ainda estava longe do ideal.
Os únicos que se posicionaram corretamente foram Kerr, Parko e Yadin...o resto fez os tubos mais na técnica do que no conhecimento...Josh Kerr, o segundo na prova, foi de longe o melhor atleta em The Box, se o restante do campeonato fosse ali, ele seria franco favorito, mas como a prova voltou para o pico principal, o australiano na final, embora surfando bem, ficou em desvantagem ao rabiscar as paredes enquanto seu seu adversário literalmente as desfigurava.
No fim, esta mudança para The Box serviu mesmo para limar os brasileiros da prova, já que todos estavam indo muito bem no Point de Margareth e foram "pegos de surpresa" com a mudança de ares, mas acho que serviu como lição a todos.
Medina, que escapou da guilhotina em The Box graças a uma belíssima atuação na fase 4, indo direto para as quartas de final, acabou por ali mesmo, quando fez sua pior apresentação do ano, ao não se achar contra Kerr. E o detalhe é que mesmo sem se achar muito, Medina poderia facilmente ter vencido a bateria, já que não precisava de tanto no final.
Outro ponto que chamou a atenção nesta etapa foi a repetição da bateria entre Taj "local" Burrow e Bede Durbidge. O motivo foi que Taj teria enroscado sua perna na cordinha de Bede numa boa onda que havia escolhido. Até aí tudo bem, mas o que fica realmente no ar é se isso teria acontecido se Bede fosse a vítima...
Outro ponto que chamou a atenção nesta etapa foi a repetição da bateria entre Taj "local" Burrow e Bede Durbidge. O motivo foi que Taj teria enroscado sua perna na cordinha de Bede numa boa onda que havia escolhido. Até aí tudo bem, mas o que fica realmente no ar é se isso teria acontecido se Bede fosse a vítima...
Kelly Slater, famoso carecones, para mim foi o grande destaque em Margareth River. É sabido de todos que KS tem como meta vencer ao menos uma vez em cada lugar que o Circuito Mundial passa. E desta vez parece que ele estava com a sorte do seu lado, mesmo não fazendo apresentações soberbas, foi passando as baterias elevando o nível em cada uma delas, chegando ao ápice ao abotoar mais uma vez Joel Parkinson nas quartas de final.
Acabou perdendo para o campeão na semi final, mas achei que KS fez uma apresentação decente, especialmente por não ter tido a oportunidade de surfar The Box (onde certamente se destacaria) e pelo tipo de onda que Margareth River é, volumosa e imprevisivel. KS fez um resultado mesmo estando fora de sua zona de conforto. Resultados como esse é que fizeram falta em sua campanha ao título de 2013. É bom Gabriel e Adriano, reais concorrentes ao título, ficarem de olho, pois mais uma quartas de final para o careca no Brasil pode abrir caminho para a fase tubular do circuito com o Floridiano em excelente posição no ranking.
KS deixou a Quik em 01/04, e a empresa teve um azar quase que imediato no WCT, já que nenhum de seus atletas foi adiante da terceira rodada da competição...karma carequiano...
Pelo que se fala o careca irá lançar uma marca própria. Bom para ele, mas acho que seria muito mais interessante para o esporte que ele descolasse um outro patrocínio, e desta vez de fora do esporte. Somente KS seria capaz de atrair uma ESSO da vida, ou qualquer outra grande empresa de fora do meio...
KS deixou a Quik em 01/04, e a empresa teve um azar quase que imediato no WCT, já que nenhum de seus atletas foi adiante da terceira rodada da competição...karma carequiano...
KS sem o logo da Quik. Foto: Cestari |
Pelo que se fala o careca irá lançar uma marca própria. Bom para ele, mas acho que seria muito mais interessante para o esporte que ele descolasse um outro patrocínio, e desta vez de fora do esporte. Somente KS seria capaz de atrair uma ESSO da vida, ou qualquer outra grande empresa de fora do meio...
#3 ETAPA
Em Bells o atual campeão mundial, Mick Fanning, mostrou sua força e levantou pela terceira vez o sino da etapa mais tradicional do mundo do surf derrotando na final Taj Burrow, que mais uma vez parecia que ia...mas morreu na praia, mesmo com a melhor onda da final no bolso.
O campeonato em si não foi dos melhores para os brasileiros, mas Bells esse ano demonstrou e confirmou várias coisas, entre as principais estão a boa fase de Pupo, a naturalidade de Medina na posição de nr. 1 e a excelência do surf de Mineiro numa das ondas mais tradicionais do Circuito Mundial.
Acho que o grande assunto do campeonato foi a nota não dada para Jordy Smith na bateria contra a Diva Julian Wilson. Jordy fez tudo que podia ser feito numa onda, com estilo, força e fluidez, com o agravante de que se tratava de uma onda tudo ou nada para o sul africano, nos momentos finais de uma bateria bem disputada. A nota foi 0,04 abaixo do esperado...
Essa situação é mais do mesmo, na realidade. Desde sempre reclamo aqui dos critérios de julgamento adotados. Se é para ser subjetivo, porque não deixar a juizada ver a onda de vários ângulos? Porque não isola-los para que não possam ser influenciados pelos sons da torcida e da locução oficial?
A onda em si, não valia 10, nem 8, nem nada disso...valia a virada. Bom para a Diva que iniciou seu ano competitivo nesta terceira etapa, caindo apenas na semi final. Dizem que faltou o claim para Jordy...
Em Bells vimos um raro erro não forçado de KS, pois perdeu para JJ por erros próprios, numa bateria que estava em sua mão, para sua sorte, Medina já tinha caído fora, Joel e Mineiro caíram na mesma fase e Fanning ainda não tinha resultado decente para somar.
BRASILEIROS
Raoni Monteiro - Raoni ainda não passou baterias no CT 14. Ainda há tempo, mas é preciso reagir. Em Margareth se esforçou ao ponto de fincar as quilhas e os pés nas pedras, mas perdeu para o surf alisabel do CJ, também conhecido como Claim Já Hobgood. Talvez tenha escolhido demais suas ondas, mas demonstrou que poderia ir mais longe. Já em Bells, após uma primeira fase com pouquíssimas ondas surfadas (inclusive por seus adversários) perdeu para Kai Otton na escolha de ondas e principalmente por ter caído numa onda crucial, faltando menos de 10 minutos para o fim. No Rio encara logo de cara Medina e Ace, dois dos destaques do ano passado. Como o mar não parece que vai reagir tanto assim, acredito que Raoni tenha mais chances na fase tubo do tour, no Tahiti e Fiji.
Alejo Muniz - O catarinense parece realmente sem sorte neste inicio de ano, após perder para Pupo precocemente na Gold Coast acabou se machucando nos treinos para Margareth River e não competiu nas etapas #2 e #3 do circuito. No Rio pega Nat Young e Miguel Pupo. Segundo vem divulgando nas redes sociais esta finalizando sua recuperação na Argentina. Dependendo de como chegar aqui é osso duro.
Filipe Toledo - Filipinho esta evoluindo de maneira assombrosa este ano. Pode não ter feito grandes resultados ainda, mas esta mostrando manobras de WCT, com força, estilo e fluidez, principalmente força. Sua bateria da fase 2 em Bells é para ficar assistindo várias vezes, bem como sua derrota em The Box. Perdeu para Mineiro de forma duvidosa em Bells, mas foi daquelas derrotas que fortalecem, não obstante a indignação de Ricardinho. Como já falei não é uma questão de como, mas de quando. No Rio Filipe pega Aritz e Julian. Toledo é forte candidato a levantar seu primeiro CT nesta semana. Olho nele.
O campeonato em si não foi dos melhores para os brasileiros, mas Bells esse ano demonstrou e confirmou várias coisas, entre as principais estão a boa fase de Pupo, a naturalidade de Medina na posição de nr. 1 e a excelência do surf de Mineiro numa das ondas mais tradicionais do Circuito Mundial.
Acho que o grande assunto do campeonato foi a nota não dada para Jordy Smith na bateria contra a Diva Julian Wilson. Jordy fez tudo que podia ser feito numa onda, com estilo, força e fluidez, com o agravante de que se tratava de uma onda tudo ou nada para o sul africano, nos momentos finais de uma bateria bem disputada. A nota foi 0,04 abaixo do esperado...
Essa situação é mais do mesmo, na realidade. Desde sempre reclamo aqui dos critérios de julgamento adotados. Se é para ser subjetivo, porque não deixar a juizada ver a onda de vários ângulos? Porque não isola-los para que não possam ser influenciados pelos sons da torcida e da locução oficial?
A onda em si, não valia 10, nem 8, nem nada disso...valia a virada. Bom para a Diva que iniciou seu ano competitivo nesta terceira etapa, caindo apenas na semi final. Dizem que faltou o claim para Jordy...
Em Bells vimos um raro erro não forçado de KS, pois perdeu para JJ por erros próprios, numa bateria que estava em sua mão, para sua sorte, Medina já tinha caído fora, Joel e Mineiro caíram na mesma fase e Fanning ainda não tinha resultado decente para somar.
BRASILEIROS
Raoni Monteiro - Raoni ainda não passou baterias no CT 14. Ainda há tempo, mas é preciso reagir. Em Margareth se esforçou ao ponto de fincar as quilhas e os pés nas pedras, mas perdeu para o surf alisabel do CJ, também conhecido como Claim Já Hobgood. Talvez tenha escolhido demais suas ondas, mas demonstrou que poderia ir mais longe. Já em Bells, após uma primeira fase com pouquíssimas ondas surfadas (inclusive por seus adversários) perdeu para Kai Otton na escolha de ondas e principalmente por ter caído numa onda crucial, faltando menos de 10 minutos para o fim. No Rio encara logo de cara Medina e Ace, dois dos destaques do ano passado. Como o mar não parece que vai reagir tanto assim, acredito que Raoni tenha mais chances na fase tubo do tour, no Tahiti e Fiji.
Alejo Muniz - O catarinense parece realmente sem sorte neste inicio de ano, após perder para Pupo precocemente na Gold Coast acabou se machucando nos treinos para Margareth River e não competiu nas etapas #2 e #3 do circuito. No Rio pega Nat Young e Miguel Pupo. Segundo vem divulgando nas redes sociais esta finalizando sua recuperação na Argentina. Dependendo de como chegar aqui é osso duro.
Filipe Toledo - Filipinho esta evoluindo de maneira assombrosa este ano. Pode não ter feito grandes resultados ainda, mas esta mostrando manobras de WCT, com força, estilo e fluidez, principalmente força. Sua bateria da fase 2 em Bells é para ficar assistindo várias vezes, bem como sua derrota em The Box. Perdeu para Mineiro de forma duvidosa em Bells, mas foi daquelas derrotas que fortalecem, não obstante a indignação de Ricardinho. Como já falei não é uma questão de como, mas de quando. No Rio Filipe pega Aritz e Julian. Toledo é forte candidato a levantar seu primeiro CT nesta semana. Olho nele.
Jadson André - Não foi tão bem em Margareth como eu esperava, mas perdeu sendo mal julgado em Bells. Ainda precisa melhorar suas rasgadas de back side, mas é visível sua evolução na fluidez e ao linkar uma manobra a outra. No Rio pega Owen e Michael. Será uma bateria dura, mas considerando as previsões do mar, sou mais Jadson. Esta na hora de revermos o potiguar voar!
Miguel Pupo - Em grande fase, competindo como poucos e mantendo seu estilo irretocável, Miguelito rema a braços largos para um confortável lugar entre os Top 10 do mundo. Perdeu de forma digna em The Box, mostrando como aprende rápido e se tivesse mais uma bateria ali daria muito mais trabalho. Em Bells mostrou força contra o rookie Atkinson, mas sucumbiu perante uma Diva em forma e querendo mostrar serviço. No Rio cai com Alejo e Nat Young. Miguel esta em momento melhor que ambos, e acho que é favorito na primeira fase.
Adriano desenhando o que poucos sabem em Bells. foto: Cestari |
Adriano de Souza - Após a sequência irretocável de pódiuns até o evento da Gold Coast, Adriano obteve mais um resultado interessante, 5 em Bells. O 9 em Margareth River deve ser descarte. De Souza tem sólida liderança no WQS (o que pouco lhe importa) e consta como sexto do mundo no ranking principal. Surfou bem na costa Oeste Australiana mas foi um daqueles que foi caiu pela inexperiência em The Box. Se jogou como de costume, mas pelo visto, naquele lugar o que conta é quilometragem na onda e não só atitude. Em Bells apresentou a classe que vem o caracterizando naquela onda e aumentou sua contagem de escalpos nacionais, coisa que já o vitimou no passado. Em 2011 quando liderou a bagaça pela primeira vez sofreu na mão dos conterrâneos. Desta vez barrou um inspirado Filipe Toledo e depois impôs seu jogo sobre o atual número 1 do mundo, também conhecido como Gabriel Medina. No Rio cai logo na primeira bateria do campeonato contra Sebass e seu amigo Tiago Pires. Eu diria que dentre os brasileiros é o que tem missão mais difícil, pois ambos seus adversários já conquistaram bons resultados no postinho e são exímios tube riders, mesmo nas fechadeiras da Barra. Como finalista do ano passado é justo pensar num grande resultado do Mineiro em aguas nacionais, quiçá a volta a liderança do tour.
Gabriel Medina - Após a histórica vitória na Gold Coast Medina teve a postura e o sangue frio para garimpar mais dois resultados significativos na manutenção de sua liderança do circuito mundial, já a mais longa da história dos atletas da terrinha. Ao meu ver seu ponto alto como líder do ranking foi justamente a primeira bateria que disputou em tal posição, contra JJ e Andino, oportunidade em que podemos observar que seu arsenal de aéreos continua em dia. Em Bells deixou-se levar numa disputa de remada com Mineiro que lhe custou tempo e principalmente energia. No Rio encara Ace e Raoni. O primeiro tem contas a acertar com Medal pela questão da interferencia mal sinalizada ano passado e o segundo simplesmente não tem nada a perder, o que pode o tornar ainda mais letal. É a situação que Gabriel sempre sonhou, ser o líder do mundial, mas como consequencia é a posição mais assediada, é o escalpo mais valioso. Até aqui parece que o jovem paulista tem lidado bem com a situação. Me parece que ele quer vencer esta etapa em casa mais do que qualquer outra e é bem possível que esse desejo se realize.
#MEDINALÍDER. Foto: Cestari |
RESULTADOS #2 ETAPA:
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1 - MICHEL BOUREZ2 - JOSH KERR
3 - BEDE DURBIDGE
3 - KELLY SLATER
5 - GABRIEL MEDINA
9 - MIGUEL PUPO
9 - FILIPE TOLEDO
9 - ADRIANO DE SOUZA
13 - JADSON ANDRÉ
24 - RAONI MONTEIRO
RESULTADOS #3 ETAPA:
1 - MICK FANNING
2 - TAJ BURROW
3 - JULIAN WILSON
3 - JJ FLORENCE
5 - ADRIANO DE SOUZA
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