2012 foi o ano de Parko?
Não.
2009 é que foi o ano de Parko, mas ele não conseguiu vencer naquele ano.
Venceu em 2012 com méritos, mas também com alguns empurrõeszinhos aqui e
ali. Sua participação no Pipemasters, por exemplo, foi histórica,
especialmente na semi, mas convenhamos que deu uma sorte danada da mudança de
direção da ondulação beneficiando backdoor.
Quanto a ASP, pode-se dizer que os caras não deixaram a bola cair desde o
inicio, não é?
- Mineiro foi garfado na final da primeira etapa.
- Medina foi prejudicado pela direção de prova no Brasil.
- Cancelaram o melhor dia da história do surf competição em Fiji
(possivelmente).
- J Bay fora do calendário (tá bom, não foi culpa da ASP, mas e
daí?).
- Garfaram Jordy contra Joel em Trestles.
- Garfaram Parko na França.
- Envergonharam o mundo do surf na final de Peniche, dando a vitória
de Gabriel para Wilson.
- Cortaram as asinhas de Payne contra KS em Sta Cruz.
Acho que todos concordamos que há espaço para
melhoras...
Melhoras como aquelas sugeridas pelo Bocão na
Fluir. Ou ainda, ouvir as criticas de Shaun Tomson no waves.
Basta ver a planilha de resultados para perceber que há algo de errado no
sistema adotado. Um camarada faz um quinto lugar e um par de nonos e esta entre
os top 16 do mundo...já foi mais difícil ficar entre os 16, não foi?
Quem sabe algumas derrotas precoces (abolindo a repescagem como o ex campeão do
mundo de 77 sugeriu) dariam aquela sacudida que todos esperam no ranking.
2013 segue tudo igual...quem sabe para 2014.
Sem mais delongas, segue abaixo a análise/pitacos dos top 34 da temporada
2012/2013. Tentei escrever menos este ano. Boa leitura!
34 - RAONI MONTEIRO: Herói. Escreveu o nome na história do
circuito em 2012. Fez o que ninguém fez. Num mar gigante foi o primeiro e único
que realmente se jogou nas ondas do dia grande em Fiji durante a competição.
Acabou se machucando no mesmo ato, o que acabou lhe custando a participação em
4 etapas do ano. Merecidamente é um dos agraciados com o convite para 2013.
Infelizmente continua sem apoio e o ano promete ser difícil. Tenho esperanças
de um bom circuito, tirando pelas recentes atuações em Peniche e Santa Cruz.
Raoni Monteiro from Homero Villa Jr on Vimeo.
33 - DUSTY PAYNE: Pouco a
falar, já que pouco pode fazer em 2012 devido a lesão que o tirou das 4
primeiras etapas do ano, não conseguindo nada além de um décimo terceiro nas
que disputou. De qualquer forma, numa comparação com seu conterrâneo JJ, esta
devendo. Florence fez mais em um ano de tour do que Dusty em toda a carreira.
Venceu KS em Sta. Cruz mas não levou.
2012 foi o ano de Parko?
Não.
2009 é que foi o ano de Parko, mas ele não conseguiu vencer naquele ano.
Venceu em 2012 com méritos, mas também com alguns empurrõeszinhos aqui e ali. Sua participação no Pipemasters, por exemplo, foi histórica, especialmente na semi, mas convenhamos que deu uma sorte danada da mudança de direção da ondulação beneficiando backdoor.
Quanto a ASP, pode-se dizer que os caras não deixaram a bola cair desde o inicio, não é?
- Mineiro foi garfado na final da primeira etapa.
- Medina foi prejudicado pela direção de prova no Brasil.
- Cancelaram o melhor dia da história do surf competição em Fiji
(possivelmente).
- J Bay fora do calendário (tá bom, não foi culpa da ASP, mas e
daí?).
- Garfaram Jordy contra Joel em Trestles.
- Garfaram Parko na França.
- Envergonharam o mundo do surf na final de Peniche, dando a vitória
de Gabriel para Wilson.
- Cortaram as asinhas de Payne contra KS em Sta Cruz.
Acho que todos concordamos que há espaço para
melhoras...
Melhoras como aquelas sugeridas pelo Bocão na
Fluir. Ou ainda, ouvir as criticas de Shaun Tomson no waves.
Basta ver a planilha de resultados para perceber que há algo de errado no sistema adotado. Um camarada faz um quinto lugar e um par de nonos e esta entre os top 16 do mundo...já foi mais difícil ficar entre os 16, não foi?
Quem sabe algumas derrotas precoces (abolindo a repescagem como o ex campeão do mundo de 77 sugeriu) dariam aquela sacudida que todos esperam no ranking.
2013 segue tudo igual...quem sabe para 2014.
Sem mais delongas, segue abaixo a análise/pitacos dos top 34 da temporada 2012/2013. Tentei escrever menos este ano. Boa leitura!
33 - DUSTY PAYNE: Pouco a
falar, já que pouco pode fazer em 2012 devido a lesão que o tirou das 4
primeiras etapas do ano, não conseguindo nada além de um décimo terceiro nas
que disputou. De qualquer forma, numa comparação com seu conterrâneo JJ, esta
devendo. Florence fez mais em um ano de tour do que Dusty em toda a carreira.
Venceu KS em Sta. Cruz mas não levou.
32 - TIAGO PIRES: Nosso amigo portuga só se criou no ano aqui no Brasil, com um
quinto lugar, no mais foi uma triste sucessão de 25º. Se manteve por
muito pouco graças a uma vitória no WQS e a derrota de Yadin Nicoll nas quartas
em Pipe. Muito pouco para quem já foi comparado a Curren em ondas de verdade.
Bem patrocinado e ídolo em seu país, tem tudo para voltar a ser o bom e velho
Saca e não mais um dos sacos de pancada dos top 10 do tour.
31 - FREDRICK PATACCHIA: O havaiano usou muito
bem a sua condição de primeiro alternate do circuito (só não participou de 2
etapas) e se criou no ranking unificado com os pontos do WCT e WQS garantindo
sua permanência na elite em 2013. Tem um surf forte mas ultrapassado, terá que
fazer mais do que 13ºs se quiser se manter pelo ranking do CT. Poucas chances
eu diria.
30 - NAT YOUNG: Jovem promessa yankee
tem um dos melhores ataques de backside dessa nova geração. Versátil, sabe
fazer todas as firulas e o bom e velho base/lip, não importando o tamanho das
ondas. Base forte. Já entra meio calejado no tour, mas pagará o preço de todo
rookie em seu ano de estreia. É bom se esquematizar nos 6 estrelas e Primes de
2013.
29 - ADAM MELLING: Não é que o cara é bom de Hawaii mesmo? Isso quer dizer muito, não
se engane. Pelo segundo ano consecutivo o cara deixa para se garantir no
Hawaii. Mesmo cometendo o risco de cometer um sacrilégio, Adam me lembrou Nick
Wood. Ao contrário do concentrado Melling, Wood fazia o Tour de festas o ano
todo e conseguia se garantir com uma vitória no fim do ano. Fez escola.
28 - FILIPE TOLEDO: Cresceu num ambiente
quase tão competitivo quanto o que encontrará no tour. O pai é bi campeão
brasileiro o irmão campeão paulista e a cidade de Ubatuba tem uma cena
competitiva intensa, contando com circuito municipal de alto nível. O garoto
está na estrada há tempos e conhece praticamente todas as ondas do circuito, em
muito graças a preparação recebida na época que era patrocinado pela Billabong
e tutelado por Zé Paulo (vice campeão nacional, num dos anos em que Ricardinho
levou o título - 91). Seus problemas, acredito, não estão nas ondas, mas nas
arenas criadas durante uma etapa do CT. Pegar muitos tubos num freesurf em
Teahupoo não tem nada a ver com precisar de um 9 para sair da combinação
durante uma bateria. Vai surpreender muita gente logo na estreia, por enquanto
os aéreos vão chamar mais a atenção que suas rasgadas e batidas, mas com o
passar do tempo, ganhando corpo, esse menino deve se tornar um dos surfistas
mais completos da história do Brasil. Não, não estou exagerando.
27 - BRETT SIMPSON: Ano fraco no tour. É um operário! De relevante
apenas a dura que deu no jovem Medina em Trestles durante o Prime. De qualquer
sorte, daqueles que considero coadjuvantes é um dos únicos que sabe se sobrepor
contra grandes nomes (vide Teahupoo 2011), tem estilo, velocidade e se joga nas
maiores, mas geralmente não passa de um saco de pancadas dos figurões do tour.
26 - GLENN HALL: Irlandês na bandeira,
mas australiano de nascimento, o pequeno gringo vinha tentando a tempos sua
vaga no CT. Competitivo ao extremo, lembra Victor Ribas nas merrecas, mas tem
um surf ultrapassado e deve entrar para apanhar, literalmente, dos grandes
nomes. Pode até ir bem numa etapa ou outra do circuito, mas fatalmente terá que
correr atrás dos pontos do QS se quiser mais uma temporada na elite.
25 - MATT WILKINSON: O Maluco Beleza do
circuito, honrando as tradições de Rod Kerr e Richard "Dog" March na
ala noturna do tour, vinha fazendo fama de não estar nem aí e parecia estar
curtindo a vida adoidado no CT. Alguém deve te-lo avisado que sua batata estava
assando e o cara tratou de se coçar. Durante as transmissões, já víamos que
algo tinha mudado. A cara do festeiro australiano demonstrava concentração e
preocupação em doses cavalares. Fez baterias dignas de filme, como na derrota
para Pupo no Tahiti e nas bombas descidas no Postinho da Barra, mas o resultado
teimava em não vir. No fim as lágrimas derramadas após a derrota em Peniche
acabaram na etapa seguinte, em Santa Cruz, quando fez sua primeira final e nos
fez lembrar daquele brilhante amador que destruiu tudo que via pela frente no
ISA Games de 2006, disputado em Maresias (SP) e vencido por J. Wilson. A final
na California e sua vitória no Prime de Saquarema garantiram o ozzie de
Copacabana em 2013.
24 - KOLOHE ANDINO: O filho do Dino sobreviveu ao primeiro ano na elite. Me
surpreendeu, já que não levo muita fé no Kolohe. Muito holofote para pouco
surf. Para mim só fez bonito na bateria contra JJ e Medina em Portugal, mesmo
perdendo. Se manteve pelo QS. Deve ter que fazer o mesmo em 2013. Pelo menos
não amarelou em Pipe...
23 - SEBASTIEN ZIETZ: Por essa ninguém esperava. Zietz entrar para o CT até era bem
possível, mas a forma como ele entrou foi majestosa! Venceu a Tríplice Coroa
Hawaiana, fazendo 2 finais, vencendo uma e indo longe em Pipe! Parabéns, bom
para ele, etc, etc. Agora esqueça tudo isso, pois 2013 ele será apenas mais um
novato do CT e como tal, vai apanhar bastante.
C-BASS SEEN & UNSEEN from LACHLAN MCKINNON on Vimeo.
22 - KAI OTTON: Casca Grossa. Como
sempre fez belíssimas apresentações quando o mar crescia. Pelo visto gostou da
poderosa canhota de Itaúna, fazendo sua segunda final consecutiva no Prime de
Saquarema, mas no CT, que é o que interessa nestas apressadas linhas, não fez
nada demais, mesmo se mantendo pelo ranking do próprio championship tour,
estilo mineirinho comequieto, saca? Essa vida mole não costuma durar no
circuito. Ali vale o bom e velho, ou dá ou desce...e acho que Kai desce.
Kai Otton | Whale Beach from Tyler Bell on Vimeo.
21 - TRAVIS LOGIE: Se eu fosse um
apostador, eu perderia dinheiro por causa desse cara. Apostava que ele sequer
estaria nesta lista, apostava que Parko ganhava dele em Santa Cruz e apostava
que se ele se mantivesse no CT seria pelo QS...tsc, tsc. Ainda bem que não
apostei com ninguém...O operário padrão vai bater ponto no CT/13! Acho o surf
do cara ultrapassado para caramba...mas ele continua ai. Prova de que batidas
ainda valem pontos.
20 - BEDE DURBIDGE: Esse tem surf para
estar bem mais a frente no ranking, mas algo aconteceu com Bede de uns tempos
para cá. A fase 3, antes facilmente ultrapassada, hoje é uma barreira e tanto
para o polaco. Um nono lugar como melhor resultado do ano é muito pouco para um
cara que frequentava os top 5 poucos anos atrás.
BEDE DURBIDGE....Home Breaks from surfonmars on Vimeo.
19 - KIEREN PERROW: Malaquias. Kieren é
foda! Tenho que admitir. Não sou nem um pouco fã do surf do australiano.
Falta-lhe velocidade, estilo e força. Suas rasgadas em merrecas me fazem rir! Mas
o que falta no seu surf, Kieren compensa, com sobras, com atitude e tubos.
Politico nato, já escrevi isso várias vezes, seria mais útil e melhor colocado
articulando e melhorando o circuito de ondas grandes. Largue o osso Kieren!
18 - ALEJO MUNIZ: Sofreu
no inicio do ano recuperando-se de lesão, quando recuperou a confiança seu surf
se elevou com ele, mas os resultados ainda foram escassos. É um dos brasileiros
mais admirados pelos gringos pelo estilo e pressão nas manobras. Como um jovem
Hoy usa com inteligencia a borda da prancha no seu ataque. Sua Tríplice Coroa
foi inspiradora, especialmente em Sunset, onde, inclusive, merecia ter ido mais
longe.
17 - MIGUEL PUPO: Rob Machado brasileiro, segundo Medina. Tem
tudo para se tornar um dos ossos duros do tour. Mostrou neste ano em diversas
oportunidades que para vence-lo tem que surfar muito. Na hora em que pegar a
mão de competir no CT da forma como compete nos Primes então...será um perigo,
especialmente se considerarmos que 2012 tratou-se de seu ano de estréia do
circuito completo. Chamou a atenção. Minha aposta para Top 10 em 2013.
16 - DAMIEN HOBGOOD: Fez o que dele se esperava. Seus melhores
resultados foram passando por dentro de canudos, ou seja, em Pipe, Fiji e
Teahupoo. Quase estraga a festa do Joelito, na sua melhor apresentação do ano,
na semi de Pipe. Como o irmão, sempre dará trabalho se a competição se
desenrolar em tubos.
15 - MICHEL BOUREZ: Tenho que
concordar com KS que fala que o problema de Michel é que ele dá 100% em toda e
qualquer manobra que tente fazer. As vezes um pouco de sutileza e fluidez de
movimentos é suficiente. Mesmo assim, é o tipo do cara que se acerta 3 ou 4
manobras "na veia" é difícil segurar nota. Power surf em estado
bruto.
14 - ADRIAN BUCHAN: Ano discreto
do estiloso ozzie. 2 quintos e 2 nonos foram seus melhores resultados em 2012,
o que mostra que há algo de errado no sistema da ASP. Sou do tempo em que ser
top 16 era coisa pra caralho, hoje em dia, camarada com duas quartas de final
já se garante? Shaun Townson é que esta certo. Voltando ao Ace, é extremamente
perigoso de costas para a onda, sendo um dos que melhor mistura estilo com
power.
L'ETE INDIEN - FRANCE PART I from dontfearmegypsy on Vimeo.
13 - C.J. HOBGOOD: Para quem
estava de malas prontas para deixar o circuito, terminar o ano seguinte entre
os Top 16 é um feito e tanto. Reclamou da agressiva competitividade da nova geração
(leia-se Mineiro) mas sem razão. Um terceiro nas Ilhas Fiji foi seu melhor
resultado, mas arrancou tubos o ano todo e suas apresentações em Peniche e Pipe
ainda estão na memória. Difícil prever o fim de carreira de um cara em forma e
surfando muito como CJ, mas quando acontecer, fará falta.
Hope Goes Surfing: CJ Hobgood in Costa Rica. from To Write Love on Her Arms. on Vimeo.
12 - JORDY SMITH: De contrato
renovado por mais 5 anos. Fora dos top 10. Algo aconteceu com Jordy após 2010.
Parece que o magrelo sul africano só se entrega à competição quando cai no mar
com Parko. Aliás, nem sei qual é a pinimba entre os dois, mesmo porque Jordy
idolatrava Parko, basta ver o surf de Smith para concluir isso. De qualquer
forma, se voltar a velha forma, e surfar contra todos da forma como encara o
novo campeão do mundo é candidato sério ao caneco.
js- from steven michelsen on Vimeo.
11 - JEREMY FLORES: Praticamente
um cidadão brasileiro. Destemido ao extremo e excelente tube rider, mexe o
corpo demais nas manobras para o meu gosto, mas é veloz e compete e se joga
como poucos. Quase morreu afogado em "casa", numa dura lição do
oceano, mas mostrou sangue no olho ao passar a bateria em que quase morreu,
marcando o adversário. Tem no preparo físico uma boa arma para se manter entre
os top em 2013.
2 days in Supertubes Peniche in winter ! from Jeremy Flores on Vimeo.
10 - OWEN WRIGHT: Num ano abaixo
da média ele ainda termina entre os Top 10. Ainda acho Owen o mais perigoso
ozzie de sua geração, incluindo Wilson neste caldo. Seu lugar de direito e de
surf é ao menos 5 posições à frente. Deve voltar para lá em 2013. Pouquíssimos
pontos fracos e uma cabeça no lugar me dão esta certeza.
OWEN WRIGHT | FRAME OF MIND | LIFE IN THE FAST LANE from DRAGON ALLIANCE on Vimeo.
9 - JULIAN WILSON: Não teve culpa nenhuma do episódio de Peniche, embora tenha sido quem
saiu mais envergonhado da treta toda. Venceu o US Open, em cima de um
brasileiro (Pupo) em situação similar, talvez não tão escancarada, mas bem
similar. Vencerá muitos e muitos eventos sem a indesejável interferencia
arbitral, e me parece, que poderia ter iniciado suas vitórias no WCT de maneira
mais digna. Surfa muito, é outro que ocupará as posições de cima na troca de
guarda que se anuncia.
INDONESIA from Julian Wilson on Vimeo.
8 - JOSH KERR: Para quem, há pouquíssimos anos atrás, tinha chutado o balde do
circuito mundial obter cadeira cativa entre os Top 10 do mundo não é nada mal,
não é mesmo? Kerr é tão bom quanto parece ser em seus vídeos, talvez até
melhor, porque vem competindo também muito bem. Falta, talvez, aquela
consistencia para angariar resultados durante toda a temporada. Em 2012, Kerr,
começou bem (com dois terceiros lugares) e finalizou bem, com a final em Pipe.
Se realmente quiser algo mais do circuito terá que aprender a vencer.
7 - GABRIEL MEDINA: Numa belíssima
reportagem da The Surfers Journal Brasil, acho que de lavra de Guilherme
Keller, o padastro do garoto falava que até tentou mostrar vídeos do Tom Curren
para ver se pegava o estilo, a linha, contava as histórias, mas nada...ora,
nada mais natural, quem faz história, pouco quer saber de história. É um pouco
daquilo que mestre Adler falou, Medal, ao melhor estilo Garrincha, chegou
chamando todo mundo de João e enfileirou geral, como de costume, pouco
importando o tamanho da onda, o fundo, se tinha praia ou se era o meio do
oceano. Esta se impondo...mesmo para mostrar sua insatisfação, no evento de seu
patrocinador, abandonou o pódium com a razão dos injustiçados, com moral...com
estilo. 2013 será o ano da chegada aos top 5, quem sabe até o ano em que o
record de Ribas vai cair. O Surf Profissional agradece a Medina. Ouso apostar
que se tudo der errado, Medina só ganha um título mundial em sua carreira.
6 - TAJ BURROW: Venceu mais que o campeão do mundo de 2012 e sequer entrou na
disputa do título. Suas vitórias foram para lá de contestáveis. Na Australia,
venceu Mineiro num garfo vergonhoso só superado pelo de Peniche e em Sta Cruz
venceu porque Wilko não teve paciência. Em ambos os campeonatos achei que o
polaco ozzie foi supervalorizado. Continua voando e entubando muito e pode ser
campeão dia desses, do jeito que a ASP trata seus juízes, por que não? A
questão é que o "olho do Tigre" de Taj (se é que já teve um) esta
mais para olho do gato de botas pidão...não vejo a competitividade necessária
em Burrow, ainda mais comparando com caras como Mineiro, Medal, KS, etc.
arvo thresh from Taj Burrow on Vimeo.
5 - ADRIANO DE SOUZA: Pela terceira vez na carreira, Mineiro termina entre os 5 melhores
do mundo, mas acho que seu maior mérito foi a consistencia que adquiriu no
decorrer dos anos. Em 2012 foram apenas 3 tropeços e como resultado, disputou o
caneco até a penúltima etapa. Outro mérito de Adriano em relação a seus
concorrentes é o coeficiente de vitórias sobre o careca. Dito isso, o que falta
então para Adriano se sagrar campeão do mundo? Hawaii, meus caros, Hawaii.
Adriano precisa surfar mais nas Ilhas, e vencer lá. Coisa que Medina já tem
feito com mais naturalidade. A hora que De Souza for tão temível nas Ilhas
quanto é no resto do mundo, ele será campeão mundial. Ponto alto do ano foi em
J Bay. Venceria qualquer um.
4 - JJ FLORENCE: Brilhante. É o que se deve falar do ano de estreia da revelação
havaiana no mundial de surf. Venceu no Brasil de forma, quase, tranquila. Foi
naturalmente que vimos o branquelo chegar a final e abotoar Parko logo nos
primeiros 15 minutos da bateria. O diferencial de JJ é que se trata de um
waterman. Coisa rara hoje no tour. Chega no patrocinador novo para desbancar as
estrelas da marca (pobre Wilson) e se transformar sua expertise em fundos de
coral em resultados, talvez somente Medina poderá segura-lo. Será?
3 - MICK FANNING: Era o
cara para ganhar neste ano, ou ao menos para disputar o caneco com o carecones, mas repetiu por outras 3 vezes o tropeço da etapa
de estreia do ano, quando perdeu para Pupo. Fatal para um concorrente ao
título. Mais respeitado e em forma do que nunca, será concorrente sério a coroa
de Parko em 2013.
2 - KELLY SLATER: KS reconhece que errou. Sua única defesa é que é homem e que os
homens estão sujeitos a isso, principalmente depois dos 40. Nenhum homem com
mais de 40 anos esta livre de ver aparecer uma Regininha em sua vida. Aquela
que pega pelo perfume na nuca. É sabido que homens com mais de 40 ficam
indefesos diante de perfume na nuca... O genial Veríssimo sabe explicar melhor
que ninguém os pequenos deslizes que o careca deu em 2012! O lance é
identificar quem foi a Regininha do careca neste ano. Seria deixar de vir ao
Brasa? Pode ser, Brasileiros? Mineirinho e Raoni brecaram o careca sem
cerimonias este ano, e bem quando KS demonstrava interesse total no título. Ou
seria Kerr com sua onda nota 9 e tal logo no inicio da semi final da última
etapa? Não! A Regininha foi mesmo Pipe...estava tudo armado do jeito que o
careca gosta. Com requintes de crueldade ele ia afiando as quilhas para
atropelar Parko na final (já tinha praticado contra Mineiro em Sta. Cruz e
Medina ali mesmo em Pipe. Malditas pranchas adestradas!), mas Pipe, sua amada
Pipeline, simplesmente parou de mandar ondas. Resultado, título a menos na
estante carequiana. Brincadeiras a parte e não obstante a deselegância do
careca ao passar o trofeu, tenho que concordar com ele, para mim foi o KS quem
perdeu, não Parko que venceu. Se o Careca não tivesse feito coisas que não
costuma fazer, teria garantido o décimo segundo título. Dentro de uma
normalidade KS abotoa Parko sem maiores cerimonias. Dizem que foi bom para o
surf mudar o dono do caneco mundial. Pode até ser, mas acho que KS faz mais bem
ao surf disputando o mundial do que fora dele.
o.K. from Guerrilla Film Werks on Vimeo.
1 - JOEL PARKINSON: Finalmente! É o coro da maioria ao passar os olhos no ranking
final da ASP 2012. Joel de fato, tem o surf que todos gostariam de ter, e bateu
na trave várias vezes. Não é falta de merecimento (que não tem nada a ver com
isso), mas Joelito, a meu ver deu um rabo danado para levantar seu caneco.
Poderá levantar outros, evidente, mas ouso discordar de Adler que acha que ele
pode até engatar em mais 2 ou 3, a exemplo do melhor amigo do campeão, Andy, e
usando uma analogia diferente, comparo o estilista australiano desta geração a
um Rubinho Barrichello que chegou lá! Explico. Somente no Brasil e entre os
torcedores leigos é que Rubens tem a uma "má" fama, no mundo todo do
automobilismo o brasileiro é respeitadissimo, um dos grandes do esporte eu
diria, de uma habilidade sinistra na pista e uma afinidade com o acerto da
máquina fora dela pouquíssimas vezes vista e com um estigma de vice que
mal ou bem lhe cabia, como cabia bem ao Parko. Perceba, caro leitor, que aqui vos escreve um fã de Parko. Joel não só venceu nos 3
lugares em que se disputa a tríplice coroa havaiana, mas venceu mais vezes em
sunset que a maioria, o que pra mim vale muito, mas mesmo assim não levo fé que
Parko leve seu segundo consecutivo.
Gold Coast Event - Parko and Marley Cruisin from Shaggadelic's Home Movies on Vimeo.
32 - TIAGO PIRES: Nosso amigo portuga só se criou no ano aqui no Brasil, com um
quinto lugar, no mais foi uma triste sucessão de 25º. Se manteve por
muito pouco graças a uma vitória no WQS e a derrota de Yadin Nicoll nas quartas
em Pipe. Muito pouco para quem já foi comparado a Curren em ondas de verdade.
Bem patrocinado e ídolo em seu país, tem tudo para voltar a ser o bom e velho
Saca e não mais um dos sacos de pancada dos top 10 do tour.
31 - FREDRICK PATACCHIA: O havaiano usou muito bem a sua condição de primeiro alternate do circuito (só não participou de 2 etapas) e se criou no ranking unificado com os pontos do WCT e WQS garantindo sua permanência na elite em 2013. Tem um surf forte mas ultrapassado, terá que fazer mais do que 13ºs se quiser se manter pelo ranking do CT. Poucas chances eu diria.
30 - NAT YOUNG: Jovem promessa yankee tem um dos melhores ataques de backside dessa nova geração. Versátil, sabe fazer todas as firulas e o bom e velho base/lip, não importando o tamanho das ondas. Base forte. Já entra meio calejado no tour, mas pagará o preço de todo rookie em seu ano de estreia. É bom se esquematizar nos 6 estrelas e Primes de 2013.
29 - ADAM MELLING: Não é que o cara é bom de Hawaii mesmo? Isso quer dizer muito, não
se engane. Pelo segundo ano consecutivo o cara deixa para se garantir no
Hawaii. Mesmo cometendo o risco de cometer um sacrilégio, Adam me lembrou Nick
Wood. Ao contrário do concentrado Melling, Wood fazia o Tour de festas o ano
todo e conseguia se garantir com uma vitória no fim do ano. Fez escola.
28 - FILIPE TOLEDO: Cresceu num ambiente quase tão competitivo quanto o que encontrará no tour. O pai é bi campeão brasileiro o irmão campeão paulista e a cidade de Ubatuba tem uma cena competitiva intensa, contando com circuito municipal de alto nível. O garoto está na estrada há tempos e conhece praticamente todas as ondas do circuito, em muito graças a preparação recebida na época que era patrocinado pela Billabong e tutelado por Zé Paulo (vice campeão nacional, num dos anos em que Ricardinho levou o título - 91). Seus problemas, acredito, não estão nas ondas, mas nas arenas criadas durante uma etapa do CT. Pegar muitos tubos num freesurf em Teahupoo não tem nada a ver com precisar de um 9 para sair da combinação durante uma bateria. Vai surpreender muita gente logo na estreia, por enquanto os aéreos vão chamar mais a atenção que suas rasgadas e batidas, mas com o passar do tempo, ganhando corpo, esse menino deve se tornar um dos surfistas mais completos da história do Brasil. Não, não estou exagerando.
27 - BRETT SIMPSON: Ano fraco no tour. É um operário! De relevante apenas a dura que deu no jovem Medina em Trestles durante o Prime. De qualquer sorte, daqueles que considero coadjuvantes é um dos únicos que sabe se sobrepor contra grandes nomes (vide Teahupoo 2011), tem estilo, velocidade e se joga nas maiores, mas geralmente não passa de um saco de pancadas dos figurões do tour.
26 - GLENN HALL: Irlandês na bandeira, mas australiano de nascimento, o pequeno gringo vinha tentando a tempos sua vaga no CT. Competitivo ao extremo, lembra Victor Ribas nas merrecas, mas tem um surf ultrapassado e deve entrar para apanhar, literalmente, dos grandes nomes. Pode até ir bem numa etapa ou outra do circuito, mas fatalmente terá que correr atrás dos pontos do QS se quiser mais uma temporada na elite.
25 - MATT WILKINSON: O Maluco Beleza do circuito, honrando as tradições de Rod Kerr e Richard "Dog" March na ala noturna do tour, vinha fazendo fama de não estar nem aí e parecia estar curtindo a vida adoidado no CT. Alguém deve te-lo avisado que sua batata estava assando e o cara tratou de se coçar. Durante as transmissões, já víamos que algo tinha mudado. A cara do festeiro australiano demonstrava concentração e preocupação em doses cavalares. Fez baterias dignas de filme, como na derrota para Pupo no Tahiti e nas bombas descidas no Postinho da Barra, mas o resultado teimava em não vir. No fim as lágrimas derramadas após a derrota em Peniche acabaram na etapa seguinte, em Santa Cruz, quando fez sua primeira final e nos fez lembrar daquele brilhante amador que destruiu tudo que via pela frente no ISA Games de 2006, disputado em Maresias (SP) e vencido por J. Wilson. A final na California e sua vitória no Prime de Saquarema garantiram o ozzie de Copacabana em 2013.
24 - KOLOHE ANDINO: O filho do Dino sobreviveu ao primeiro ano na elite. Me
surpreendeu, já que não levo muita fé no Kolohe. Muito holofote para pouco
surf. Para mim só fez bonito na bateria contra JJ e Medina em Portugal, mesmo
perdendo. Se manteve pelo QS. Deve ter que fazer o mesmo em 2013. Pelo menos
não amarelou em Pipe...
23 - SEBASTIEN ZIETZ: Por essa ninguém esperava. Zietz entrar para o CT até era bem
possível, mas a forma como ele entrou foi majestosa! Venceu a Tríplice Coroa
Hawaiana, fazendo 2 finais, vencendo uma e indo longe em Pipe! Parabéns, bom
para ele, etc, etc. Agora esqueça tudo isso, pois 2013 ele será apenas mais um
novato do CT e como tal, vai apanhar bastante.
C-BASS SEEN & UNSEEN from LACHLAN MCKINNON on Vimeo.
Kai Otton | Whale Beach from Tyler Bell on Vimeo.
20 - BEDE DURBIDGE: Esse tem surf para estar bem mais a frente no ranking, mas algo aconteceu com Bede de uns tempos para cá. A fase 3, antes facilmente ultrapassada, hoje é uma barreira e tanto para o polaco. Um nono lugar como melhor resultado do ano é muito pouco para um cara que frequentava os top 5 poucos anos atrás.
BEDE DURBIDGE....Home Breaks from surfonmars on Vimeo.
18 - ALEJO MUNIZ: Sofreu
no inicio do ano recuperando-se de lesão, quando recuperou a confiança seu surf
se elevou com ele, mas os resultados ainda foram escassos. É um dos brasileiros
mais admirados pelos gringos pelo estilo e pressão nas manobras. Como um jovem
Hoy usa com inteligencia a borda da prancha no seu ataque. Sua Tríplice Coroa
foi inspiradora, especialmente em Sunset, onde, inclusive, merecia ter ido mais
longe.
17 - MIGUEL PUPO: Rob Machado brasileiro, segundo Medina. Tem
tudo para se tornar um dos ossos duros do tour. Mostrou neste ano em diversas
oportunidades que para vence-lo tem que surfar muito. Na hora em que pegar a
mão de competir no CT da forma como compete nos Primes então...será um perigo,
especialmente se considerarmos que 2012 tratou-se de seu ano de estréia do
circuito completo. Chamou a atenção. Minha aposta para Top 10 em 2013.
16 - DAMIEN HOBGOOD: Fez o que dele se esperava. Seus melhores resultados foram passando por dentro de canudos, ou seja, em Pipe, Fiji e Teahupoo. Quase estraga a festa do Joelito, na sua melhor apresentação do ano, na semi de Pipe. Como o irmão, sempre dará trabalho se a competição se desenrolar em tubos.
15 - MICHEL BOUREZ: Tenho que
concordar com KS que fala que o problema de Michel é que ele dá 100% em toda e
qualquer manobra que tente fazer. As vezes um pouco de sutileza e fluidez de
movimentos é suficiente. Mesmo assim, é o tipo do cara que se acerta 3 ou 4
manobras "na veia" é difícil segurar nota. Power surf em estado
bruto.
14 - ADRIAN BUCHAN: Ano discreto
do estiloso ozzie. 2 quintos e 2 nonos foram seus melhores resultados em 2012,
o que mostra que há algo de errado no sistema da ASP. Sou do tempo em que ser
top 16 era coisa pra caralho, hoje em dia, camarada com duas quartas de final
já se garante? Shaun Townson é que esta certo. Voltando ao Ace, é extremamente
perigoso de costas para a onda, sendo um dos que melhor mistura estilo com
power.
L'ETE INDIEN - FRANCE PART I from dontfearmegypsy on Vimeo.
13 - C.J. HOBGOOD: Para quem
estava de malas prontas para deixar o circuito, terminar o ano seguinte entre
os Top 16 é um feito e tanto. Reclamou da agressiva competitividade da nova geração
(leia-se Mineiro) mas sem razão. Um terceiro nas Ilhas Fiji foi seu melhor
resultado, mas arrancou tubos o ano todo e suas apresentações em Peniche e Pipe
ainda estão na memória. Difícil prever o fim de carreira de um cara em forma e
surfando muito como CJ, mas quando acontecer, fará falta.
Hope Goes Surfing: CJ Hobgood in Costa Rica. from To Write Love on Her Arms. on Vimeo.
12 - JORDY SMITH: De contrato
renovado por mais 5 anos. Fora dos top 10. Algo aconteceu com Jordy após 2010.
Parece que o magrelo sul africano só se entrega à competição quando cai no mar
com Parko. Aliás, nem sei qual é a pinimba entre os dois, mesmo porque Jordy
idolatrava Parko, basta ver o surf de Smith para concluir isso. De qualquer
forma, se voltar a velha forma, e surfar contra todos da forma como encara o
novo campeão do mundo é candidato sério ao caneco.
js- from steven michelsen on Vimeo.
11 - JEREMY FLORES: Praticamente
um cidadão brasileiro. Destemido ao extremo e excelente tube rider, mexe o
corpo demais nas manobras para o meu gosto, mas é veloz e compete e se joga
como poucos. Quase morreu afogado em "casa", numa dura lição do
oceano, mas mostrou sangue no olho ao passar a bateria em que quase morreu,
marcando o adversário. Tem no preparo físico uma boa arma para se manter entre
os top em 2013.
2 days in Supertubes Peniche in winter ! from Jeremy Flores on Vimeo.
10 - OWEN WRIGHT: Num ano abaixo
da média ele ainda termina entre os Top 10. Ainda acho Owen o mais perigoso
ozzie de sua geração, incluindo Wilson neste caldo. Seu lugar de direito e de
surf é ao menos 5 posições à frente. Deve voltar para lá em 2013. Pouquíssimos
pontos fracos e uma cabeça no lugar me dão esta certeza.
OWEN WRIGHT | FRAME OF MIND | LIFE IN THE FAST LANE from DRAGON ALLIANCE on Vimeo.
9 - JULIAN WILSON: Não teve culpa nenhuma do episódio de Peniche, embora tenha sido quem
saiu mais envergonhado da treta toda. Venceu o US Open, em cima de um
brasileiro (Pupo) em situação similar, talvez não tão escancarada, mas bem
similar. Vencerá muitos e muitos eventos sem a indesejável interferencia
arbitral, e me parece, que poderia ter iniciado suas vitórias no WCT de maneira
mais digna. Surfa muito, é outro que ocupará as posições de cima na troca de
guarda que se anuncia.
INDONESIA from Julian Wilson on Vimeo.
8 - JOSH KERR: Para quem, há pouquíssimos anos atrás, tinha chutado o balde do
circuito mundial obter cadeira cativa entre os Top 10 do mundo não é nada mal,
não é mesmo? Kerr é tão bom quanto parece ser em seus vídeos, talvez até
melhor, porque vem competindo também muito bem. Falta, talvez, aquela
consistencia para angariar resultados durante toda a temporada. Em 2012, Kerr,
começou bem (com dois terceiros lugares) e finalizou bem, com a final em Pipe.
Se realmente quiser algo mais do circuito terá que aprender a vencer.
7 - GABRIEL MEDINA: Numa belíssima
reportagem da The Surfers Journal Brasil, acho que de lavra de Guilherme
Keller, o padastro do garoto falava que até tentou mostrar vídeos do Tom Curren
para ver se pegava o estilo, a linha, contava as histórias, mas nada...ora,
nada mais natural, quem faz história, pouco quer saber de história. É um pouco
daquilo que mestre Adler falou, Medal, ao melhor estilo Garrincha, chegou
chamando todo mundo de João e enfileirou geral, como de costume, pouco
importando o tamanho da onda, o fundo, se tinha praia ou se era o meio do
oceano. Esta se impondo...mesmo para mostrar sua insatisfação, no evento de seu
patrocinador, abandonou o pódium com a razão dos injustiçados, com moral...com
estilo. 2013 será o ano da chegada aos top 5, quem sabe até o ano em que o
record de Ribas vai cair. O Surf Profissional agradece a Medina. Ouso apostar
que se tudo der errado, Medina só ganha um título mundial em sua carreira.
6 - TAJ BURROW: Venceu mais que o campeão do mundo de 2012 e sequer entrou na
disputa do título. Suas vitórias foram para lá de contestáveis. Na Australia,
venceu Mineiro num garfo vergonhoso só superado pelo de Peniche e em Sta Cruz
venceu porque Wilko não teve paciência. Em ambos os campeonatos achei que o
polaco ozzie foi supervalorizado. Continua voando e entubando muito e pode ser
campeão dia desses, do jeito que a ASP trata seus juízes, por que não? A
questão é que o "olho do Tigre" de Taj (se é que já teve um) esta
mais para olho do gato de botas pidão...não vejo a competitividade necessária
em Burrow, ainda mais comparando com caras como Mineiro, Medal, KS, etc.
arvo thresh from Taj Burrow on Vimeo.
5 - ADRIANO DE SOUZA: Pela terceira vez na carreira, Mineiro termina entre os 5 melhores
do mundo, mas acho que seu maior mérito foi a consistencia que adquiriu no
decorrer dos anos. Em 2012 foram apenas 3 tropeços e como resultado, disputou o
caneco até a penúltima etapa. Outro mérito de Adriano em relação a seus
concorrentes é o coeficiente de vitórias sobre o careca. Dito isso, o que falta
então para Adriano se sagrar campeão do mundo? Hawaii, meus caros, Hawaii.
Adriano precisa surfar mais nas Ilhas, e vencer lá. Coisa que Medina já tem
feito com mais naturalidade. A hora que De Souza for tão temível nas Ilhas
quanto é no resto do mundo, ele será campeão mundial. Ponto alto do ano foi em
J Bay. Venceria qualquer um.
4 - JJ FLORENCE: Brilhante. É o que se deve falar do ano de estreia da revelação
havaiana no mundial de surf. Venceu no Brasil de forma, quase, tranquila. Foi
naturalmente que vimos o branquelo chegar a final e abotoar Parko logo nos
primeiros 15 minutos da bateria. O diferencial de JJ é que se trata de um
waterman. Coisa rara hoje no tour. Chega no patrocinador novo para desbancar as
estrelas da marca (pobre Wilson) e se transformar sua expertise em fundos de
coral em resultados, talvez somente Medina poderá segura-lo. Será?
3 - MICK FANNING: Era o
cara para ganhar neste ano, ou ao menos para disputar o caneco com o carecones, mas repetiu por outras 3 vezes o tropeço da etapa
de estreia do ano, quando perdeu para Pupo. Fatal para um concorrente ao
título. Mais respeitado e em forma do que nunca, será concorrente sério a coroa
de Parko em 2013.
2 - KELLY SLATER: KS reconhece que errou. Sua única defesa é que é homem e que os
homens estão sujeitos a isso, principalmente depois dos 40. Nenhum homem com
mais de 40 anos esta livre de ver aparecer uma Regininha em sua vida. Aquela
que pega pelo perfume na nuca. É sabido que homens com mais de 40 ficam
indefesos diante de perfume na nuca... O genial Veríssimo sabe explicar melhor
que ninguém os pequenos deslizes que o careca deu em 2012! O lance é
identificar quem foi a Regininha do careca neste ano. Seria deixar de vir ao
Brasa? Pode ser, Brasileiros? Mineirinho e Raoni brecaram o careca sem
cerimonias este ano, e bem quando KS demonstrava interesse total no título. Ou
seria Kerr com sua onda nota 9 e tal logo no inicio da semi final da última
etapa? Não! A Regininha foi mesmo Pipe...estava tudo armado do jeito que o
careca gosta. Com requintes de crueldade ele ia afiando as quilhas para
atropelar Parko na final (já tinha praticado contra Mineiro em Sta. Cruz e
Medina ali mesmo em Pipe. Malditas pranchas adestradas!), mas Pipe, sua amada
Pipeline, simplesmente parou de mandar ondas. Resultado, título a menos na
estante carequiana. Brincadeiras a parte e não obstante a deselegância do
careca ao passar o trofeu, tenho que concordar com ele, para mim foi o KS quem
perdeu, não Parko que venceu. Se o Careca não tivesse feito coisas que não
costuma fazer, teria garantido o décimo segundo título. Dentro de uma
normalidade KS abotoa Parko sem maiores cerimonias. Dizem que foi bom para o
surf mudar o dono do caneco mundial. Pode até ser, mas acho que KS faz mais bem
ao surf disputando o mundial do que fora dele.
o.K. from Guerrilla Film Werks on Vimeo.
1 - JOEL PARKINSON: Finalmente! É o coro da maioria ao passar os olhos no ranking
final da ASP 2012. Joel de fato, tem o surf que todos gostariam de ter, e bateu
na trave várias vezes. Não é falta de merecimento (que não tem nada a ver com
isso), mas Joelito, a meu ver deu um rabo danado para levantar seu caneco.
Poderá levantar outros, evidente, mas ouso discordar de Adler que acha que ele
pode até engatar em mais 2 ou 3, a exemplo do melhor amigo do campeão, Andy, e
usando uma analogia diferente, comparo o estilista australiano desta geração a
um Rubinho Barrichello que chegou lá! Explico. Somente no Brasil e entre os
torcedores leigos é que Rubens tem a uma "má" fama, no mundo todo do
automobilismo o brasileiro é respeitadissimo, um dos grandes do esporte eu
diria, de uma habilidade sinistra na pista e uma afinidade com o acerto da
máquina fora dela pouquíssimas vezes vista e com um estigma de vice que
mal ou bem lhe cabia, como cabia bem ao Parko. Perceba, caro leitor, que aqui vos escreve um fã de Parko. Joel não só venceu nos 3
lugares em que se disputa a tríplice coroa havaiana, mas venceu mais vezes em
sunset que a maioria, o que pra mim vale muito, mas mesmo assim não levo fé que
Parko leve seu segundo consecutivo.
Gold Coast Event - Parko and Marley Cruisin from Shaggadelic's Home Movies on Vimeo.
Ótima análise, concordei em diversos pontos.
ResponderExcluirvaleu!
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