domingo, 20 de novembro de 2011

O SURF NACIONAL PRECISA DOS CIRCUITOS ESTADUAIS

Ao contrário do futebol, que há anos pensa na extinção dos Campeonatos Estaduais, o Surf precisa deles como nunca.
O Super Surf se transformar em etapas do Mundial pode ter sido bom para a Ed. Abril, mas para o surf nacional não sei se foi uma boa. Com a criação do BSP e a manutenção do Super Surf na area, acabou dividindo a atenção do público e diminuindo a visibilidade de ambos. Ano passado o campeão nacional Jean da Silva teve que dividir as atenções com o campeão do Super Surf, Caetano Vargas.
Este ano o SuperSurf não deu premio (era um carro até o ano passado) e meio que deixou de lado o carater de circuito para ser apenas patrocinador de algumas etapas do Circuito Mundial.
Ajuda, mas não resolve já que o BSP não consegue atingir o mesmo nível de promoção e visibilidade que o Super Surf atingia e mesmo sendo o circuito nacional mais forte do mundo, dizem que anda mal das pernas e 2012 é uma incógnita.

Santuário Ecológico - Prainha RJ sediou a etapa final do Carioca Pro 2011. foto: surfecult.com

Sempre gostei da idéia de uma etapa/campeonato de surf valer pontos para mais de um circuito. Lembram quando as etapas do brasileiro faziam parte do Mundial? Eu achava muito mais interessante decidir o título nacional com a "interferencia" de atletas estrangeiros ou brasileiros que só seguem o mundial, que estão ali alheios a disputa do Título do Circuito, atrás apenas dos pontos e $. Me parece a idéia mais eficiente aplicada até agora.

As etapas dos estaduais este ano, em tese, valem pontos para o Brasil Tour, que classifica atletas para o BSP, tipo WQS e WT. Eu acho isso excelente, já que atrai atletas de todo o Brasil para uma etapa que se não fosse assim só interessaria para os locais. O problema, a meu ver, é que não há uma promoção muito boa do Brasil Tour, muito menos dos classificados para o BSP, o que acaba diminuindo a importancia dos dois circuitos.

Leandro Bastos, vice, outro grande atleta sem o devido apoio. foto: http://emfocosurf.com.br/01/index.php?option=com_content&view=article&id=6777:carioca-pro-surf-2011&catid=13:outros&Itemid=135

Acho que o surf nacional, a fim de otimizar seus já não tão vastos recursos e patrocínios, devia ir contra a correnteza do tempo e voltar a aplicar o que o circuito mundial aplicava antes do WT/WQS. Acho que deviam aproveitar TODAS as etapas dos Estaduais e eleva-las para etapas do Brasileiro Profissional de Surf, ou seja, fazer com que os pontos de TODAS as etapas contem para o ranking nacional único, determinando a quantidade de pontos conforme a quantidade de grana distribuida no evento. E aqueles profissionais residentes no estado onde esta rolando o campeonato, também contam pontos para o Estadual.

E as etapas do BSP naturalmente seriam os PRIMES nacionais, distribuindo mais pontos e definindo o título, contando apenas com a presença dos 100 primeiros rankeados do ano anterior.

Acredito que desta forma, podemos valorizar mais os campeões nacionais e estaduais assim como os respectivos top 16 de cada localidade.

ÚLTIMA ETAPA - PRAINHA

Fui a Prainha hoje saudoso dos Circuitos Limão Brahma, dos Mate Leão Sul Brasileiros e afins que faziam os Estaduais antigamente. Tinha altas ondas e foi show de surf para todos que compareceram a um lindo domingo de sol na praia mais bonita da Cidade Maravilhosa.

Simão leva mais uma. Tomara que este final de ano cheio de resultados empolgue os empresários do surf. Patrocinar este camarada é retorno garantido. foto: http://emfocosurf.com.br/01/index.php?option=com_content&view=article&id=6777:carioca-pro-surf-2011&catid=13:outros&Itemid=135


Simão Romão levou mais um campeonato, mostrando a raça e eficiencia de sempre, especialmente de backside (ninguém vai patrocinar o cara? falta de visão, viu?). Leandro Bastos ficou em segundo com David do Carmo e Yan Guimarães em terceiro e quarto respectivamente.

Se tivesse um lugar a mais na final este certamente seria de Erik de Souza, filho da lenda viva Rico, que surfou muito (mas muito mesmo!) nas baterias anteriores à semi final, quando não se achou. Outro, com história parecida a de Erik no evento foi Halley Batista, melhor na primeira das quartas e último na primeira das semis, merecia melhor sorte.

Jano Belo Campeão Carioca Profissional 2011. foto: emfocosurf.com.br

Jano Belo, paraibano residente no RJ acabou se sagrando campeão do Circuito Carioca de Surf Profissional 2011, mesmo sem participar da última etapa. Com dois vices e um terceiro nas etapas anteriores, para não ter que transformar esta etapa de Prainha em descarte tinha que no mínimo repetir mais um vice campeonato, então deixou o problema com os adversários e se mandou para o Hawaii para disputar as etapas do Mundial. Acabou garantindo o caneco após a derrota de Igor Morais no sábado. É apenas a segunda vez na história do Carioca Pro que um "estrangeiro" vence. Parabéns ao Campeão.

2011 Jano Belo (PB)
2010 Igor Morais
2009 Simão Romão
2008 Gustavo Fernandes
2007 Gustavo Fernandes
2006 Leonardo Neves
2005 não houve
2004 Alexandre Almeida
2003 Heitor Alves (CE)
2001 Alexandre Almeida
2000 Leonardo Neves
1999 Leonardo Neves
1998 Yuri Sodré
1997 Yuri Sodré
1996 Guilherme Gross
1995 Pedro Muller
1994 Victor Ribas
1993 Guilherme Gross
1992 Victor Ribas
1991 Guilherme Gross
1990 Júlio Adler
1989 Dadá Figueiredo
1988 Ricardo Tatuí
1987 Cesar Baltazar
1986 Marcos Brasa
1985 Cauli Rodrigues

2 comentários:

  1. mais um bom texto Doto,

    alem de dividir, também confunde a galera. E é dificil o publico virar fa de algo que nao entende direito.

    Acompanho o tour da ASP bastante, mas o surf nacional estou começando a me interar agora. E apesar de toda zuaçao que faço com a ASP, nao fecho meus olhos para seus meritos. A ASP usa formato igual ao que tu sugere para definir os campeoes sul americanos, norte americano; europeu, etc. Ou seja, os campeoes por regiao do mundo ganham surfando eventos do WQS em sua regiao, e essa formula funciona bem.

    valeu
    abraço

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  2. Valeu brother.
    Pois é meu irmão. Nós só temos o Medina, o Pupo, o Mendes, Ibeli e muitos outros, graças as estruturas amadoras, pois esses caras mal competiram nos estaduais pro e nos brasileiros. Temos que agradecer o pessoal da base amadora que não tem a estrutura ideal, mas já produziu o que produziu.
    O surf pro nacional tinha que ser uma escola melhor pra galera que vai tentar a sorte no WT/WQS, chegariam lá mais escolados, mais calejados e ao mesmo tempo ao menos garantir uma vida digna para aquele profissional que só compete aqui.
    Tinha que haver meios de linkar os eventos amadores com os BSP da vida e fomentar futuros freaks...
    abç

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