No automobilismo existem algumas corridas, ou grandes prêmios, especiais. São corridas tradicionais e vencer uma dessas significa muito mais do que o Premio em dinheiro, o troféu ou o momento de glória, vencer ali é entrar para a história do esporte.
As principais são GP de Mônaco, GP de Indianápolis e 24 Horas de Le Mans (G. Hill é o único a conseguir vencer as três), mas as 24 Horas de Daytona, 12 Horas de Spa, Suzuka e Nurburgring também tem seu prestigio em alta.
No surf, temos as mesmas tradições e certos eventos são realmente especiais. Particularmente acho que o Pipemasters, o World Cup em Sunset e o Bells Easter Classic são a Tríplice Coroa sagrada do surf.
Vencer um evento desses é entrar para a história do Surf.
Deixar Sunset fora do circuito principal da ASP é uma coisa que nunca entendi direito. O Hawaii é o templo sagrado do esporte e merecia sediar mais que uma etapa do WT por ano.
O World Cup deste ano foi presenteado com dois swells com tamanho e proporcionou um show incrível para as centenas de pessoas que acompanhavam tudo ao vivo e para os milhares de internautas espalhados pelo globo.
No primeiro texto desta cobertura sobre o campeonato em Sunset, mencionei um video do site do evento, com imagens do passado e atuais, que mostravam que a abordagem dos atletas na onda de Sunset mudou pouco nos últimos 30 anos, que o volume da onda exigia um surf sem firulas, com o base lip imperando sobre o above de lip.
Realmente 90% das ondas surfadas foram assim, batidas e rasgadas ao invés de aéreos e suas variações. Nos 10% restantes vemos o que efetivamente foi mudando no decorrer dos anos nas competições em Sunset. As pranchas.
Lembro de uma coluna do Bocão, acho que foi em 92/93, em que ele descreve a experiência que teve como caddie de Teco Padaratz na bateria em que o catarinense garantiu o primeiro título mundial do WQS da história (seria bi em 99), e como pode surfar com ela depois da bateria. Não lembro o tamanho, mas era menor que o "normal" da época, mas tinha reações de uma merrequeira, com trocas de bordas rápidas e muito drive.
As pranchas hoje em dia estão menores ainda. O modelo mais usado no dia final deste World Cup foi a 6´10. Como resultado direto disso os caras de hoje estão fazendo tubos melhores do que antigamente. É um evolução e tanto numa onda tão dificil quanto Sunset. A mais dificil eu diria. A ponto do careca sanguinolento jamais ter conseguido uma vitória no lugar. Os tubos de Dusty, Ola e John mostram do que estou falando.
BRASILEIROS
O Brasil foi representado por Jessé Mendes e Raoni Monteiro no último dia do World Cup 2011.
Jessé caiu na primeira do dia, com o mar ainda acordando, o famoso morning sickness, o jovem paulista foi eliminado por Evan Valiere e Jordy Smith, deixando Jamie O para trás. Este último, inclusive, descolou o troféu vaca do campeonato neste heat ao praticar salto ornamental numa besta de 10 pés em cima da bancada do inside ball. O´Brien tinha uma boa onda no bolso, mas após esta vaca, ainda tomou uma série inteira na cabeça.
Raoni Monteiro defendia o título do campeonato e estava adorando as condições. Não é por acaso que em todas as vezes que Raoni apareceu na mídia em 2011 foi por ter se destacado em condições de mar em que poucos gostaria de surfar.
No campeonato mais assustador já realizado no Tahiti foi dele a primeira nota 10 do evento.
No campeonato mais assustador já realizado em Saquarema ele estava na final.
e quando o mar realmente subiu no Hawaii, novamente, Monteiro estava lá.
Começou fazendo uma dobradinha da O´Neill (que deixou de patrocinar este evento) com John Florence nas oitavas, eliminando Coleborn (quase se levanta no final) e Reynolds (voltou a competir como Dane).
Depois dominou amplamente as ações da terceira quarta de final, contra CJ, Gaskell e Centeio. Nesta bateria Raoni soube ler as mudanças do oceano. Na bateria anterior a dupla de Maui Ola Eleogram e Dusty Payne tinha dado um show de tubos, sempre na bancada do inside. Na bateria seguinte, os tubos já não abriam tanto e eram menos frequentes. Raoni buscou as maiores e na ausência de canudos procurou manobrar sempre no critico e com força. Já na primeira arrancou um 7,5 e ficou tranquilo para procurar outra boa, fechando a fatura com uma da série destruída com duas manobras fortes.
Na semi final, contra J. Florence, Gaskell e Ace, algo aconteceu já na primeira onda, quando um pequeno desiquilibrio custou toda uma sessão no inside e logo após, em sua melhor onda, o mesmo aconteceu na finalização. Erros como esses numa bateria deste nível são fatais.
De qualquer sorte esta sólida atuação de Raoni prova que a vitória do ano passado nada teve a ver com o tamanho das ondas, mas com a qualidade do atleta.
GRINGOS
John Florence é um fenômeno, compete nos eventos da Tríplice Coroa desde 13 anos, entuba como pouquíssimos e encara as ondas com um estilo que beira o descaso, mas sempre com objetividade e power.
Entrou por acaso no WT após a primeira rotação, graças a lesão de Yadin Nicoll, e desde que entrou tem arrancado boas notas e feito excelentes baterias.
Ter entrado ainda este ano pode ter ajudado John a não se tornar um Jamie O da vida. Que logo se cansou das merrecas wqesseanas e desistiu da busca a vaga no WT. Florence entrará em 2012 já sabendo uma coisa ou duas sobre o tour e se o pessoal da ASP continuar com a sorte de ondas durante eventos que teve em 2011, a chance de se coroar o quarto campeão mundial havaiano é grande. (terá que derrubar o careca sanguinolento, os queridinhos estabelecidos, Taj, Joel e Mick, além da Brazilian Storm, é claro).
Adam Melling tem que ser destacado. Não sou muito fã do surf dele. Parece um remendo de vários estilos e me parece um Bourez piorado, faz força demais para um surf de menos. Mas nesta tríplice coroa ele tem sido o cara. Duas finais consecutivas e sua vaga no WT 2012 garantida. Acho que ele sempre será um daqueles coadjuvantes. Que aproveite seus 15 minutos de fama.
Kekoa Bacalso e Olamana Oleogram foram dois dos caras mais atirados do evento. Ola chegou a semi, mas gastou tudo que tinha nas quartas, com um 10 unanime merecido. Kekoa nem estava no dia da final, mas perdeu no espirito go for it.
Por fim, vale destacar as atuações de backside de Nat Young, Ace Buchan, CJ Hobgood, Matt Wilko e Jessé Mendes.
Até o Pipemasters.
WORLD CUP 2011
1 - John Florence
2 - Michel Bourez
3 - Adam Melling
4 - Hank Gaskell
5 - Adrian Buchan
5 - Olamana Eleogram
7 - Raoni Monteiro
7 - Dusty Payne
As principais são GP de Mônaco, GP de Indianápolis e 24 Horas de Le Mans (G. Hill é o único a conseguir vencer as três), mas as 24 Horas de Daytona, 12 Horas de Spa, Suzuka e Nurburgring também tem seu prestigio em alta.
Florence vence em casa. foto: asp/cestari |
No surf, temos as mesmas tradições e certos eventos são realmente especiais. Particularmente acho que o Pipemasters, o World Cup em Sunset e o Bells Easter Classic são a Tríplice Coroa sagrada do surf.
Vencer um evento desses é entrar para a história do Surf.
Deixar Sunset fora do circuito principal da ASP é uma coisa que nunca entendi direito. O Hawaii é o templo sagrado do esporte e merecia sediar mais que uma etapa do WT por ano.
O World Cup deste ano foi presenteado com dois swells com tamanho e proporcionou um show incrível para as centenas de pessoas que acompanhavam tudo ao vivo e para os milhares de internautas espalhados pelo globo.
No primeiro texto desta cobertura sobre o campeonato em Sunset, mencionei um video do site do evento, com imagens do passado e atuais, que mostravam que a abordagem dos atletas na onda de Sunset mudou pouco nos últimos 30 anos, que o volume da onda exigia um surf sem firulas, com o base lip imperando sobre o above de lip.
Realmente 90% das ondas surfadas foram assim, batidas e rasgadas ao invés de aéreos e suas variações. Nos 10% restantes vemos o que efetivamente foi mudando no decorrer dos anos nas competições em Sunset. As pranchas.
Lembro de uma coluna do Bocão, acho que foi em 92/93, em que ele descreve a experiência que teve como caddie de Teco Padaratz na bateria em que o catarinense garantiu o primeiro título mundial do WQS da história (seria bi em 99), e como pode surfar com ela depois da bateria. Não lembro o tamanho, mas era menor que o "normal" da época, mas tinha reações de uma merrequeira, com trocas de bordas rápidas e muito drive.
As pranchas hoje em dia estão menores ainda. O modelo mais usado no dia final deste World Cup foi a 6´10. Como resultado direto disso os caras de hoje estão fazendo tubos melhores do que antigamente. É um evolução e tanto numa onda tão dificil quanto Sunset. A mais dificil eu diria. A ponto do careca sanguinolento jamais ter conseguido uma vitória no lugar. Os tubos de Dusty, Ola e John mostram do que estou falando.
BRASILEIROS
O Brasil foi representado por Jessé Mendes e Raoni Monteiro no último dia do World Cup 2011.
Jessé caiu na primeira do dia, com o mar ainda acordando, o famoso morning sickness, o jovem paulista foi eliminado por Evan Valiere e Jordy Smith, deixando Jamie O para trás. Este último, inclusive, descolou o troféu vaca do campeonato neste heat ao praticar salto ornamental numa besta de 10 pés em cima da bancada do inside ball. O´Brien tinha uma boa onda no bolso, mas após esta vaca, ainda tomou uma série inteira na cabeça.
Raoni Monteiro defendia o título do campeonato e estava adorando as condições. Não é por acaso que em todas as vezes que Raoni apareceu na mídia em 2011 foi por ter se destacado em condições de mar em que poucos gostaria de surfar.
No campeonato mais assustador já realizado no Tahiti foi dele a primeira nota 10 do evento.
No campeonato mais assustador já realizado em Saquarema ele estava na final.
e quando o mar realmente subiu no Hawaii, novamente, Monteiro estava lá.
Começou fazendo uma dobradinha da O´Neill (que deixou de patrocinar este evento) com John Florence nas oitavas, eliminando Coleborn (quase se levanta no final) e Reynolds (voltou a competir como Dane).
Depois dominou amplamente as ações da terceira quarta de final, contra CJ, Gaskell e Centeio. Nesta bateria Raoni soube ler as mudanças do oceano. Na bateria anterior a dupla de Maui Ola Eleogram e Dusty Payne tinha dado um show de tubos, sempre na bancada do inside. Na bateria seguinte, os tubos já não abriam tanto e eram menos frequentes. Raoni buscou as maiores e na ausência de canudos procurou manobrar sempre no critico e com força. Já na primeira arrancou um 7,5 e ficou tranquilo para procurar outra boa, fechando a fatura com uma da série destruída com duas manobras fortes.
Na semi final, contra J. Florence, Gaskell e Ace, algo aconteceu já na primeira onda, quando um pequeno desiquilibrio custou toda uma sessão no inside e logo após, em sua melhor onda, o mesmo aconteceu na finalização. Erros como esses numa bateria deste nível são fatais.
De qualquer sorte esta sólida atuação de Raoni prova que a vitória do ano passado nada teve a ver com o tamanho das ondas, mas com a qualidade do atleta.
GRINGOS
John Florence é um fenômeno, compete nos eventos da Tríplice Coroa desde 13 anos, entuba como pouquíssimos e encara as ondas com um estilo que beira o descaso, mas sempre com objetividade e power.
Entrou por acaso no WT após a primeira rotação, graças a lesão de Yadin Nicoll, e desde que entrou tem arrancado boas notas e feito excelentes baterias.
Ter entrado ainda este ano pode ter ajudado John a não se tornar um Jamie O da vida. Que logo se cansou das merrecas wqesseanas e desistiu da busca a vaga no WT. Florence entrará em 2012 já sabendo uma coisa ou duas sobre o tour e se o pessoal da ASP continuar com a sorte de ondas durante eventos que teve em 2011, a chance de se coroar o quarto campeão mundial havaiano é grande. (terá que derrubar o careca sanguinolento, os queridinhos estabelecidos, Taj, Joel e Mick, além da Brazilian Storm, é claro).
Adam Melling tem que ser destacado. Não sou muito fã do surf dele. Parece um remendo de vários estilos e me parece um Bourez piorado, faz força demais para um surf de menos. Mas nesta tríplice coroa ele tem sido o cara. Duas finais consecutivas e sua vaga no WT 2012 garantida. Acho que ele sempre será um daqueles coadjuvantes. Que aproveite seus 15 minutos de fama.
Kekoa Bacalso e Olamana Oleogram foram dois dos caras mais atirados do evento. Ola chegou a semi, mas gastou tudo que tinha nas quartas, com um 10 unanime merecido. Kekoa nem estava no dia da final, mas perdeu no espirito go for it.
Por fim, vale destacar as atuações de backside de Nat Young, Ace Buchan, CJ Hobgood, Matt Wilko e Jessé Mendes.
Até o Pipemasters.
WORLD CUP 2011
1 - John Florence
2 - Michel Bourez
3 - Adam Melling
4 - Hank Gaskell
5 - Adrian Buchan
5 - Olamana Eleogram
7 - Raoni Monteiro
7 - Dusty Payne
e oque que foi aquele salto do Olograma heim? Imagina se nao pula e da com as quilha naquela parada do jetsky, ia voar longe, provavelmente quebrar as quilhas...um bafafa e tanto!?
ResponderExcluirpensei nisso também.
ResponderExcluirO Jadson foi atrapalhado pela marola do Jet na bateria dele...
adoramos as imagens e tudo mais, mas acho que o surf tem que ser sempre prioridade.
Acho que daria um merda danada se ele batesse no jet.
acho que um dos hobgood já trombou feio com um no tahiti...
nem gosto mto de jet pra falar a real...
abç
pois é, os caras da Vans tiveram uma baita sorte com esse malabarismo do Olograma
ResponderExcluire a previsao pra Pipe heim!! vai fuma!!