quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

SURFOCRATA NA HARDCORE


Pois é rapaziada...saiu na Revista Hardcore de novembro/12 (http://hardcore.uol.com.br/18529-hc_de_novembro) uma nota deste humilde escriba na matéria de autoria de Matias Lovro - "Tour Delirante".
A idéia era fazer um texto sobre o que seria o campeonato ideal de surf...
Viajei na idéia...rsrs
Segue texto que enviei para a revista:





O campeonato de surf ideal vai rolar daqui uns 200 anos.
Após a massificação e a popularização do esporte e a evolução das piscinas de onda, deixando para trás as primitivas piscinas redondas desenvolvidas pela lenda do esporte Robert Kelly Slater, 40 vezes campeão do mundo e alien confesso, agora temos grandes arenas aquáticas capazes de simular ondas famosas ao redor do globo, como G-Land, Pipe, J-Bay, Itaúna, etc, com perfeição e com o diferencial de que a onde surge quando o atleta acena para o arbitro indicando que esta pronto, como no secular circuito mundial de skate half pipe.

Aliás, este foi um dos motivos da popularização do esporte, com todos os atletas tendo às mesmas chances do adversário a competição tornou-se mais justa e concentrada no surf. As ondas, embora muito semelhantes não são exatamente iguais, como no oceano, e a quantidade de abordagens é infinita, o que fez com que o esporte caísse rapidamente no gosto popular.

Os lugares paradisíacos, continuam paradisíacos e bem cuidados, aproveitados pelos free surfers como desde sempre, a moda verde/ecológica pegou no mundo todo bem a tempo e crimes ambientais embora aconteçam, são raros. A competição raramente vai a lugares onde a camaradagem deve imperar.

Imaginando um circuito mundial com as citadas arenas em grandes cidades, viajo em uma das várias instaladas aqui no Brasil, como a Arena Silvana Lima, instalada no centro de Fortaleza, logo ao lado da Praça Tita Tavares, ou Tita´s Square como os gringos a chamam. Essas grandes casas de espetáculo não poluem e são de uso público nos dias sem campeonato. As vezes ficam meio crowd (filas), mas sempre temos as piscinas do Careca (redondas), instaladas em todos os bairros para passar o tempo, sem falar no marzão, mais limpo e belo do que nunca.

Temos vários atletas entre os melhores do mundo e o espetáculo, como é de se imaginar, deixa todos boquiabertos. O circuito mundial é muito bem pago por todos os espectadores, os presentes e aqueles na internet e TV mundo afora, direitos de imagens e publicidades. Os fãs ajudam a bancar o surf, marcas e mais marcas lutam por espaço nas pranchas dos prós e nas disputadas placas de publicidade da Arena e dos intervalos da transmissão ao vivo.

O julgamento ainda é feito como antigamente. Por mais que tenha se tentado outras formulas, como o julgamento do público, nada deu certo e ainda temos que discordar da decisão dos árbitros eventualmente, mas como diria o inesquecível Nelson Rodrigues, se escrevesse sobre surf, “A arbitragem normal e honesta confere às baterias um tédio profundo, uma mediocridade irremediável. Só o juiz gatuno, o juiz larápio dá ao surf uma dimensão nova e, se me permitem shakesperiana. O espetáculo deixa de se resolver em termos chatamente técnicos, táticos e esportivos.”



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