quarta-feira, 25 de maio de 2011

POLÊMICAS DO ESPORTE

Um dos grandes obstáculos que o surf tem para cair no gosto popular e principalmente no gosto das grandes emissoras de TV aberta é o seu julgamento subjetivo. O subjetivismo no esporte quase sempre gera situações polêmicas, onde, dependendo do ponto de vista alguém pode achar o resultado justo ou injusto.
No WT do Rio houve uma grande polêmica e várias outras menores, todas envolvendo questões de julgamento.
A grande polêmica ocorreu nas quartas de final, na bateria entre Adriano de Souza e Owen Wright. Já escrevi aqui antes e ratifico o que disse. Owen foi, de fato, garfado. Podem me xingar, dizer que sou anti patriota e o que for. A questão é que prefiro sempre falar qdo acho que um resultado foi garfo ou não, como aconteceu com o próprio Mineiro na primeira etapa do WT de 2011, qdo ganhou do Taj, mas não levou.
Na bateria contra o Owen, a dúvida ficou em relação a uma onda nota 8,5 que o Adriano recebeu após completar um floater monstruoso e a última onda do Owen, onde ele aplicou 3 manobras, precisava de 6 e mto e recebeu 6 a pouco. Até ae tudo bem, não é a primeira, nem a última vez que isso ocorre numa competição de surf.
O que houve de diferente nesta questão é que, aparentemente, a ASP como um todo foi bastante pressionada sobre o caso, a ponto da entidade tomar uma atitude inédita até então.


O FLOATER DA DISCÓRDIA

A ASP emitiu uma nota oficial esclarecendo os critérios utilizados no julgamento do WT RJ e esclarecendo que o Floater do Mineiro foi executado numa onda da série (de fato uma das maiores do dia) e por isso teria merecido a nota 8,5, mesmo aplicando uma manobra apenas na onda, enquanto que a onda do Owen não era uma da série (de fato, era uma merreca) e a manobra de impacto, o aereo na junção, foi aplicado num momento não tão crítico da onda.
Este tipo de nota nunca aconteceu e abre um precedente. A ASP corre o risco de ter que se justificar várias e várias vezes.
Eu acho que a onda do Owen valia mais que 6 e pouco, porque ele surfou com variedade de manobras, foram uma batida, uma rasgadinha e um aereo até que bem alto pra onda que era, e pelo fato dele já ter conseguido, em baterias anteriores 7 e pouco em ondas até piores. Mas isso é apenas a minha opinião e eu me valho da subjetividade para afirmar isso.
Acho que a questão toda foi pelo fato de ser uma manobra só. Lembro de na França uma vez, o Peterson Rosa sair puto de uma bateria porque o Shane Beschen ganhou um 8 e tal num aereo, sendo essa sua única manobra na onda. Lembro que nesse episódio a imprensa deu razão ao brazuca. Aliás isso é uma tendencia, não é?
Os australianos estão putos com essa bateria, como nós ficamos naquela que o Taj ganhou no garfo do Mineiro. Segue os melhores momentos da bateria:



Engraçado é que há situações similares, que ninguém fala nada. Nessa polemica, neguinho ta puto porque parece que o floater ganhou do aereo, mas dois anos atras qdo o KS ganhou do Mineiro dando floater a torto e a direito no WT da Vila, ninguém falou nada, como bem lembrou Rosaldo Cavalcanti em sua coluna no site Ricosurf.com.
A real é que julgamento de surf é foda. Os caras tem é que ganhar bem mesmo porque os critérios mudam de acordo com a condição do mar.
Num mar de tubos, o cara que fizer um surf power e de linha vai tirar 6 e pouco e o cara que vier por dentro lá de fora vai fazer 9. O mesmo rola em mar performace, tipo Trestles, neguinho que vier fazendo linha, alisando vai levar nota mediana, neguinho que vier voando, mixando power com a nova escola leva nota alta.
E isso são coisas que os competidores de hoje em dia tem que saber lidar e mudar se for preciso.
Lembro do WT Trestles ano passado, o KS perdeu naquele no losers round. Ficou puto, saiu da água e foi falar com os juízes. Não sei o teor do papo, mas na bateria de repescagem o KS parecia tomado, mas por incrivel que pareça, o surf dele mudou no sentido contrário do imaginado, ele começou a fazer menos aereos e variações do tipo e começou a surfar com mais linha e power e....ganhou o evento!
Sou advogado e posso afirmar, cabeça de juiz e bunda de neném...ninguém sabe o que pode sair.
abç

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