É bom escrever enquanto está tudo ainda recente na mente.
Vamos as baterias finais do round 1 do WQS Prime Saqua.
Começamos com uma grande surpresa. O novo líder do ranking mundial, diga-se, ranking do WT, pelo título mundial de 2011, Adriano Mineirinho ficou em último na bateria vencida por Junior Faria, com o espanhol (basco?) Hodei Collazo em segundo. Desclassificado junto com o Adriano, seu companheiro de equipe Gilmar Silva. Foi uma bateria bem disputada, Mineiro bem que tentou no final, mas acabou caindo nas últimas tentativas.
Em seguida, na 13 bateria Hizonume dominou as ações, com o australiano ex WT Shaun Cansdell em segundo. O local Yan Guimaraes deve ter lamentado mto as condições. Havia ondas, mas com a maré errada e previsão de declínio durante o dia fica dificil realmente. Se tivesse grande a historia poderia ser diferente para este jovem local. Nessa bateria, salvo engano, teriamos Jeremy Flores. Mas ele foi diagnosticado com Dengue e esta em observação. Mto azar. To aqui há 10 anos e nunca peguei essa parada, graças a Deus.
Na 14 numa bateria com mais disputas, com séries um pouco mais constantes, levou a melhor o frances ex WT Tim Boal. Tim tem um surf vistoso, mas sempre parece que está copiando alguém. Em segundo passou o experiente Tom Whitaker, com seu surf de linha nas esquerdinhas de Itaúna. Acabou ficando de fora o portoriquenho Dylan Graves, que havia começado a bateria a 200 p/ hora. Se ele acerta um aereo gigante que tentou tudo mudaria. Em último acabou ficando o carioca Yuri Sodré. Acho que o mar estava pequeno demais para o pesado Yuri. Ao exemplo de Yan Guimarães, acho que se o mar estivesse maior, a historia poderia ser diferente.
Na 15 Miguel Pupo, vencedor do último prime, dominou amplamente as ações. Esta competindo cada vez melhor, e após fazer dois scores seguros, começou a arriscar para trocar as notas. A grande batalha acabou ficando entre o catarinense Neco Padaratz e o japones Masatoshi Ohno, com o último levando a melhor por 0,23. Em mares como hoje situações como essa chegam a ser normais. Em último ficou outro catarinense Tomas Hermes, que não se achou no mar. Estava torcendo pro Neco, visto que a previsão é o mar subir bastante e seu surf forte se encaixa bem com Itaúna, local onde já venceu há dois anos. Fica pra Vila.
Na 16 Alejo Muniz ficou em terceiro num momento bem devagar do mar. Poucas séries entraram e o australiano local de Bells Adam Robertson levou, com o WT Kai Otton em segundo. Alejo, pelo que soube, se machucou treinando no Rio. Espero que melhore logo e apresente seu surf na praia da Vila semana que vem. Com certeza contará com o apoio da galera, competir em casa é sempre melhor. De qualquer forma esta bem no ranking WT e já conta com uma vitória em WQS Prime esse ano. Alejo é minha aposta para top 5 nos próximo anos.
Na 17 Kiron Jabour, Havaiano/brasileiro, filho do big rider João Maurício, substituindo o contundido CJ Hobgood (outro que se lesionou nas poderosas ondas cariocas) passou em segundo, atras de Kai Barger, outro havaiano, ex campeão mundial jr. Kai é um exemplo do puro power surf, não lembro de grandes resultados dele no WQS, acho que já venceu em trestles, mas em geral surfa mto e compete pouco, mas levou dessa vez. O paulista Robson Santos foi eliminado em terceiro com Heath Joske em quarto. Esse último tem um surf mto maneiro, mas o mar tava bem loteria e leva quem escolhe as certas.
Na 18 houve uma verdadeira batalha entre o brasileiro Jeronimo Vargas, filho da lenda Valdir, e o californiano Tanner Gudauskas. Foi uma bateria bem movimentada, com várias séries entrando. Com todo o respeito ao Jeronimo e ao Tanner, quem perdeu foi o Jeronimo, não foi o Tanner quem ganhou, explico. No meio pro final da bateria, Jeronimo ficou sozinho no outside qdo a melhor série entrou, ele soube esperar, deixou passar algumas e escolheu a melhor direita que vi hoje (são 15 hrs e ainda não vi outra igual aquela), ele tinha um 5 alto e um 2 e pouco. Ou seja, bastava surfar bem pra descartar o 2 e deixar o gringo em maus lençois. Mas Jeronimo arriscou tudo na primeira manobra da direita, um aereo bem grande, mas com vento ficou mto complicado de voltar. Vargas ainda pegou uma esquerdinha, mas no final Tanner precisa de 4 e pouco pra virar, pegou uma esquerdinha safada e fez nela o que o Jeronimo devia ter feito na direita, surf pra se garantir. Resultado, dois gringos passaram. Glenn Hall em primeiro. Em último ficou o ex campeão nacional Messias Felix. Surf competição é cabeça tbém.
Na 19, o atual campeão do evento, local de camburiu Willian Cardoso, escolheu com calma suas ondas e passou com certa facilidade por Sebastian Zietz, Richard Christie e o portuga alemão Marlon Lipke. O power do surf de Willian chama mto a atenção. E o cara ainda sabe voar! Esse é outra aposta que faço pro WT no futuro. Dará gosto de ve-lo em ondas boas. Azar dos gringos.
Na 20, outra bateria com mtas séries, Davo passou em primeiro com o paulista Jesse Mendes em segundo. Davo se levantou mesmo do meio pro final da bateria. Jesse esta competindo mto bem, no prime da califa ficou em terceiro. Ele é bem novo e deve estar fazendo esse ano de WQS para fazer ranking e seeding para o proximo. Mas do jeito que esta surfando, pode surpreender e entrar no WT mais cedo. Em terceiro ficou o catarinense, vice campeão desse evento no ano passado, Marco Polo. Em último, ficou Blake Thornton, outro que pode ingressar aquela lista de pregos que chegaram ao WT. Um surf nada demais literalmente.
Na 21, super disputada, levou o WT Adam Melling, com o cearense Charlie Brown em segundo, despachando pra casa o bi campeão mundial jr Paplo Paulino, conterraneo de Charlie, com o ubatubense Wigolly Dantas em último. Essa foi uma daquelas baterias que o último, facilmente, poderia ser o primeiro. Adam deu uma esticada no score, mas todos estavam surfando bem, faltou séries para tantos bons surfistas. Estava torcendo pelo Wiggolly, tem um dos surfes mais bonitos do tour, incluindo WT, e sabe todos os truques. Já ganhou etapa do WQS, mas precisa ser mais constante se quiser entrar na elite. Pablo é um caso a parte. Talento bruto. Falta a ele um pouco de sorte nas baterias.
Na 22 Nathaniel Curran, ex WT, irmão de outro ex WT que virou músico, Tim, levou, com o atual WT Josh Kerr em segundo. Kerr soltou alguns aereos aqui, mas acho que ele alisa demais as ondas. Em terceiro ficou o frances com nome de mulher Joan Duru, com o ex campeão nacional Guga Fernandes em último.
Guga lembra o Pablo. Tem mto talento, surfa mto, mas leva azar nas competições. Lembro mto do Guga na praia da Macumba RJ grande. Tem um dos back side mais matadores do surf nacional. Mas competição é maldosa mesmo.
Na 23, 3 gringos contra o paraibando Jano Belo. Numa bateria com poucas ondas, levou a melhor o vice de noronha 2011 Dion Atkinson, que deve entrar no WT esse ano, com Royden Bryson em segundo.
Royden teve algumas notas atachadas na minha opinião. Jano não conseguiu achar quase nada na bateria. Em terceiro ficou Gabe Kling, que esta se despedindo do WT neste ano e não deve voltar pro ano que vem. (ainda bem, vai ser prego assim lá na Flórida).
E na última o experiente Damien Hobgood levou a melhor sobre Mason Ho, despachando o capixada Krystian Kymerson e o havaiano John Florence. Krystian é um garoto com futuro brilhante. Aposto nele no futuro, basta manter a cabeça no lugar e o surf no pé. John, bom, com certeza teriamos visto mais dele se o mar estivesse melhor.
É isso ae. Volto já com o round 2.
Abç
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