sábado, 28 de maio de 2011

SAQUA

Saquarema amanheceu chovendo, ventando e com mar subindo rapidamente, o volume de agua de Itaúna é grandioso. A medida em que o mar vai subindo, dá pra perceber que as ondas vão ficando mais "grossas", com mais volume, e começando a exigir mais linha dos atletas, mais projeção, com alguns balanços, e com o pessoal usando pranchas do dia a dia, hoje foi um dia de várias vacas, e várias manobras incriveis completadas com sucesso, power e estilo.
Vamos lá. Confesso que perdi as últimas baterias do round dos 48. Iniciei o dia com o final do décimo primeiro confronto. Mason Ho, sobrinho do campeão do mundo de 93, havaiano, estava arriscando mto, acabou caindo junto com Nathaniel Curran.
Vi mesmo a décima segunda. Charlie Brown começou super bem, mas demorou pra trocar sua nota menor e acabou deixando a porta aberta para Josh Kerr, que no finalzinho pegou uma direita em que acertou uma bela manobra na junça.
Sem perder tempo, o campeonato seguiu para o round dos 24, com baterias homemxhomem. Na primeira, uma certa surpresa, Michel Bourez, WT, perdeu para Lincoln Taylor, jovem Australiano, com um ranking bem mais baixo do que o tahitiano. Estava particularmente preocupado com essa bateria. Bourez tem fama de ser um competidor intimidador, daqueles que fazem caras feias numa bateria, a la Pottz, Garcia, entre vários outros. E esse Lincoln não tem medo de disputar remada, prova as duas interferencias que foram anotadas contra ele nos dois últimos primes. No surf, Lincoln achou uma esquerdona no final em que desferiu boas e fortes manobras, incluindo uma junção nada fácil e levou.

Simão bem que tentou, mas Yadin está num rip impressionante e mesmo sem conhecer mto o pico se adaptou rapidamente e já de cara fez uma nota 6 numa hora bem dificil do mar.

Nessa hora o mar estava em ebulição, as vezes vinham séries que pareciam que abririam, mas morriam e outras que pareciam que iam fechar e abriam, e ficando mais pesado a cada hora.
Ouvi dizer que o Jadson estava com mtas e mtas pranchas em Saqua, derepente tava trocando quiver, testando, sei lá, acho certo isso, inclusive, fica o ano todo viajando pra cima e pra baixo, qdo tem a oportunidade de ficar na mesma cidade que o shaper, tem que aproveitar mesmo. Jadson merecia mais, está com um surf mto bom, mas surf competição as vezes é sorte tbém. O mar estava dificil, mas altamente surfável, desde que achasse as ondas.
Cory não achou nada demais, o problema foi que Jadson não achou nada, e ainda quebrou duas pranchas em sequencia. Fica pra vila.

Raoni caiu em seguida contra o perigoso Nat Yeomans, num mar de esquerdas pesadas e mexidas, estar de frente para a onda é uma grande vantagem. Nat estava surfando bem, mas a primeira onda do Raoni meio que matou a bateria. Surfada com precisão e radicalidade pelo local foi analisada como no nível excelente, um 8,5, deu a calma que o brasileiro precisava para achar outra mediana e passar. Essa calma foi essencial, pois como o próprio Raoni falou, a correnteza era grande e achar o local do pico estava foda.

Junior Faria, profissional do surf e das letras, usando uma prancha minuscula pro mar, fez a maior nota do dia, nove e vinte, numa onda surfada no crítico, base lip sem frescura numa onda como Saqua não é pra qualuqer um. Julian Wilson ta parecendo o Raoni pré WT RJ. Esta perdendo várias baterias críticas surfando bem, perdendo por pouco. Coisas do surf. Vai pra Vila falando bem daqui. Acho que até já conhece Imbituba, mas não deve ter dado a sorte que vai dar nesta vez. É um cara que sobe de produção em onda boa.

Depois foi a vez do Mini Carroll, residente de Saqua, ex campeão do mundo pro jr, Pedro Henrique encarar o golden boy de Maresias, Gabriel Medina. Pedrinho foi mal julgado na minha opinião. Acho que o Gabriel levava de qualquer jeito, mas aquela manobra na junção do Pedro não pode ser julgada com apenas 5 e pouco. Qual é seu juiz, vai lá naquela craca e faz melhor brother. Aquilo ali é manobra pra, no mínimo, um 6,5. Gabriel é bem atirado, capaz de se dar bem aqui, mas precisa achar uma pranchinha maior pra amanhã, como a maioria, diga-se.

O local de Bells arriscou a manobra mais insana da manhã nesta sétima bateria. Foi um 4 e pouco, mas se voltasse tinha que ser 11. Completamente de cabeça pra baixo num buraco de dois metros de altura, sem noção total, australiano maluco. Pior que nem entrou pro somatório essa onda, hehehe, os caras são circenses realmente. O japones, a exemplo de Pedro Henrique, teve uma nota achatada. Acertou uma panca na junça com velocidade, controle e estilo, mas o australiano merecia só pelo go for it.

Nessa hora comecei a ouvir a narração on line em portugues, vou escrever depois mas ouvir quem manja narrando e comentando é outra história, apesar dos problemas de imagem, congelamento e tal, a transmissão fica melhor pela qualidade do interlocutor. Pedro Muller comentou em como é impressionante o poder de adaptação desses caras, Kai Otton não pode nem cair pra aquecer hoje, caiu nesse mar já cabuloso e logo de cara se achou no meio de um caldeirão mutante com milhões e milhões de litros de água em movimento, e achou esquerdas bem em pé e manobrou com bastante pressão para passar por Shaun Cansdell.

Em seguida veio a bateria mais legal de assistir até então, Kai não se deu tão bem qto eu achava que se daria. Acho que faltou prancha. Esses caras estão caindo com pranchinha do dia a dia, 5.9, 6.0 nesse mar, são loucos. Aqui não é caso de sunset board, mas uma mediana com remada precisa, com certeza.
Willan foi comparado pelo Bocão ao Kobe Abberton, australiano meio malaco, atirado, levou o primeiro WQS em Teahupoo bem grande, quem ganhou mas não levou essa foi o Conan Hayes (não sei se é assim que escreve), enfim, eu comparo o Willian com o Occy, arrisco chutar que ele é o cara mais power do surf brasileiro atualmente. O cara é um monstro, e em ondas como as de hoje é show garantido, e foi mesmo.

Na sequencia, uma pequena vingança. Jesse, junto com Gabriel,, Miguel, Jadson, entre vários outros são os frutos de um bom trabalho de base. Cansaram de se encontrar em finais de estadual amador, brasileiro amador, seletiva pro jr, seletiva pro isa games e estão sendo bem acessorados por pais ex surfistas, empresários e com a cabeça no lugar, aprenderam bem o jogo do surf competição e terão sucesso e grande sucesso mto em breve por conta disso.
Um mes atras Jesse ganhou mas não levou a semi final do prime de trestles contra o mesmo Tanner Gudauskas, que era local e fez um surf conservador para o critério que estava sendo usado em trestles, com propaganda, inclusive, a cada 5 min da transmissão explicando que o critério era above de lip e o caramba. Hoje surfou mais, e levou, apesar de o Tanner ter pego uma boa no final, mas o resultado foi justo.

Adam Meling passou por Kerr numa bateria bem calma, com poucas ondas surfadas. Mesmo tendo dois WT na agua foi a uma bateria mais ou menos, Kerr até acertou uma junção, mas Adam surfou as melhores com mais pressão.

Na última do round, Damien Hobgood sofreu para passar por Royden Bryson, o mar já bem grosso, Damien, que no round anterior surfou bem pra caramba, foi, na minha opinião o cara que estava "lendo" Itaúna melhor, procurando a parte crítica da onda com estilo e velocidade, por este tipo de atitude, acabou caindo em algumas e o score ficou baixo, mas amanhã deve ser um dos destaques com o mar maior.

Daqui a pouco volto com o no losers round
abç

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