domingo, 14 de agosto de 2011

NECO ETERNO

Nunca alguém pisou numa prancha com tanta emoção.
Nunca alguém manobrou tanto com a força do coração.
Nunca alguém será como Neco.

Inspiradora a entrevista que Neco Padaratz concedeu ao pessoal da ESPN.

CLIQUE AQUI PARA VER AS DUAS PARTES DA ENTREVISTA

Neco Teahupoo. Foto: não lembro, juro...

Neco é um ícone de surf nacional. Em termos de resultado e longevidade tem lugar cativo na história do surf mundial.
Conquistou admiradores onde passou, tinha um fã declarado em Andy Irons.
Talvez tenha sido o primeiro brasileiro a chegar no circuito para ser campeão mundial.
Foi sem dúvida alguma, o primeiro brasileiro a chegar no circuito mundial para ser campeão, sob a ótica dos gringos.
Neco acerta na mosca ao falar de arrependimentos na entrevista. "Perdia para o meu corpo".
Lembro do ano em que Neco teve que abandonar o WCT por problemas de saúde pela primeira vez, 1998. Um dos que mais lamentavam a ausência do brasileiro nas etapas era o renomado jornalista australiano e ex top mundial Derek Hynd.
Derek, em sua análise do circuito mundial publicada aqui no Brasil pela Inside/InsideNow sempre elogiava o Neco e o colocava no mesmo patamar de disputa do caneco que Occy, Machado, Garcia, Beschen, Powell e lógico, KS.
Derek via no surf de Neco exatamente o que os juízes queriam na ocasião, e tinha se encantado com o ano de estréia do brasileiro, quando fez algumas semi finais e se infiltrou no restrito clube dos top 16 da ASP, ficando em 13 naquele ano de 1997.
E após a saída de Neco do circuito de 98, durante algumas coberturas, Hynd ainda lamentava por Neco, que tinha disputado 6 etapas e feito resultado na metade delas, ou seja, com algum bom resultado e os descartes, Neco chegaria ao Brasil provavelmente disputando o título.
Seria a primeira vez que um brasileiro chegaria em casa com chances de título, coisa que o Vitinho fez pela primeira vez para a nação no ano seguinte e ninguém deu bola nenhuma pra isso, como ele mesmo mencionou no seriesfecham.
Vendo a entrevista e relembrando esses fatos, realmente Neco tinha uma boa chance de título nas temporadas 98 e 99, bastando lembrar que durante o ano de 99, Neco estava disputando o WQS e nas duas etapas que disputou do WCT, como convidado, fez um 5 e um primeiro, na histórica final com Fabio Gouveia no pier de HB, Califórnia.
Outro fã do surf de Neco é Julio Adler, que apostava alto no catarinense em suas análises dos top 44, sendo ele também quem melhor descreveu o boicote dos juízes a Neco nas duas primeiras etapas do WT 2010, quando o brasileiro surfava uma onda nota 8 para receber uma nota 5. Não queremos vc no tour!
Neco no mundial amador de 94. foto: cutebequi Atualizando: Mea culpa. Pensei e nao falei. Quando mencionei a admiração de AI à Neco me referia ao inico. Aqui em 94 quando, num quebra coco maldido, Neco passava todas as baterias em primeiro, enquanto o jovem AI não se adaptava as pesadas e fechadas ondas cariocas.
Se a final fosse no dia grande... 
Kalani que me desculpe, mas o freak de verdade é e sempre foi o Neco.


Nesta entrevista Neco lembra uma fato importante e pouco explorado pelas marcas nacionais e gringas aqui no Brasil que é a utilização de ex estrelas e ex atletas  na condução de times e/ou atletas.
Exemplos temos aos montes, Potter viaja para quase todas as etapas do WT para dar suporte aos atletas da Quicksilver, Patterson vai junto. Carroll tbém da uma força.
Luke Egan é técnico de Joel Parkinson e trabalha para a Billabong até hoje, o mesmo com Occy.
Pat O´Connell é da Hurley, Heath Walker é da Reef. Shane Beschen é da Red Bull. E por ai vai...
Aqui no Brasil sei de alguns ex atletas que desenvolvem trabalhos similares, mas não acho que tenham apoio das grandes marcas, a exceção de Zé Paulo que até onde eu saiba é da Billabong e sempre levou os moleques da marca para os melhores picos da Indo, Peru, etc.
Paulo Kid e Leandro Breda fazem esse trabalho, mas não sei se possuem apoio.
Olhem o que o Neco passou, Peter, Herdy, Rocha, Daltro, Tinga e Jojó também e imaginem a oportunidade que marcas nacionais e gringas perdem ao não utilizar esses caras em suas equipes.
Acho que as marcas tem que aprender logo que patrocinar não é só dar uma grana para o atleta se virar.
Tem que dar suporte, profissionais de diversas áreas para ajudar a melhorar a performance.
Imaginem esses caras conduzindo os novos valores do surf nacional para o Mundial, tudo que podiam transmitir, evitando roubadas, passando experiências, trabalhando a marca, enfim, um trabalho que acho que nenhum outro profissional do mundo, por mais que tenha feito todos os cursos preparatórios, possa fazer sem ter vivido o que esses caras viveram.




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