Ubatuba, tradicional palco de campeonatos do surf nacional, foi mais uma vez sede de uma etapa do Circuito Mundial de Surf. Desta vez o Super Surf 6 Estrelas.
O estágio do surf brasileiro evolui também em seus eventos. Antigamente o Circuito Mundial passava por aqui uma vez por ano e a olhe lá...,neste ano tem gringo que esta vindo pela terceira ou quarta vez para a terrinha. Após uma forte primeira perna do Circuito Mundial no Brasil, com dois eventos Prime e uma etapa do WT, agora temos dois 6 estrelas seguidos (isso sem falar no primeiro Prime do ano em Noronha).
Todos estes eventos se enquadram bem no cenário do ano que pode ser considerado o marco de inicio da nova era do surf brasileiro no circuito mundial. Esta segunda perna pode garantir que o time tupiniquim siga crescendo em quantidade e qualidade a cada rotação do ranking unificado da ASP. Tomara que rolem ainda por muitos anos, essas e muitas outras etapas na terra brasilis.
Vi quase todos os dias a transmissão, que foi... correta. Nada demais, mas também nada de menos, Consegui acompanhar o evento todo, sem maiores problemas. Mas é impossível não reconhecer que a qualidade de transmissão é infinitamente inferior àquelas de etapas maiores do circuito. Acho que pode-se melhorar em alguns pontos, como as questões da transmissão: compartilhada com a transmissão da praia, locutor que ficou sozinho 99,9% do tempo e aquela musiquinha de fundo (chato demais).
Tirando isso (tudo) senti uma grande evolução comparada com a transmissão do primeiro super surf do ano.
Tenho que mencionar também que o Supersurf tem uma das melhores galerias de imagens do Circuito Mundial, neste ano, na minha opinião só ficam atras do Prime de Portugal e de Ballito, ficando devendo e muito, contudo, no quesito videos.
Falando do campeonato, nas fases de qualificação percebe-se que tem muita gente boa sem patrocinio aqui no Brasil. Da mesma forma percebe-se facilmente que o nível dos caras que estão seguindo o mundial WS e Prime é ligeiramente superior aos demais, podem ser detalhes, mas o rip dos caras que estão correndo o mundo é outro.
Neste campeonato ao contrário do normal, suprimiu-se a fase de repescagem após as baterias de 3 atletas (fase dos 12 melhores atletas), desta forma, os dois primeiros desta fase estavam classificados para as quartas de final.
Na primeira bateria de 3 atletas, Halley Batista e Kolohe Andino desclassificaram Junior Faria. Para o americano era praticamente um confronto direto com um sério concorrente a uma vaga no WT na próxima rotação (Faria).
Na segunda, Rodrigo Dornelles foi desclassificado por Thiago Camarão e o perigoso aussie Mitch Crews. Bela batalha pelo segundo lugar, Thiago estava sobrando.
Na terceira foi a vez de Wiggolly Dantas sobrar, deixando a briga pelo segundo lugar entre Alex Ribeiro e Franklin Serpa, com a classificação indo para o paulista.
Na última o paraibano Jano Belo não encontrou ondas boas em hora alguma do confronto, mesmo acertando alguns voos, faltava uma onda que permitisse a reação, deixando as coisas mais tranquilas para Thomas Hermes e Tanner Gudauskas.
Jano ficou em 9º, mas troca 400 por 920 pontos no ranking. Foto: http://supersurf.abril.com.br/blogs/super-fotos/2011/10/15/supersurf-internacional-em-itamambuca-%E2%80%93-15102011/#fotos |
Quartas
Na primeira das quartas um show do pernambucano Halley Batista sobre Mitch Crews. Halley mostrou segurança ao voltar de vários aéreos e malandragem de surfar a onda imediatamente atrás a do adversário em algumas oportunidades, dificultando o julgamento dos juízes. Já esta na hora de alguém patrocinar a serio (bancar o circuito todo dele por ao menos um ano e meio) este atleta nordestino. Potencial enorme!
Na segunda um duelo de nível WT. Camarão x Andino. O americano começou melhor, estabelecendo notas altas em suas segunda e terceira ondas. Camarão foi melhorando no decorrer da bateria, mas ainda precisava de um 8 alto para virada. Ficou mais seletivo enquanto o jovem gringo foi pegando várias e arriscando aéreos cada vez mais altos. Errou alguns até acertar e aumentar as dificuldades do brasileiro, que faltando 5 min para o fim da bateria, procurava uma nota 9,27 para virar, e sem prioridade... missão indigesta
Na terceira, um embate de poucas ondas boas entre Wiggolly Dantas e o líder do BSP 2011, Tomas Hermes. Dantas levou abusando da competitividade de seu backside.
Na última, T. Gudauskas x Alex Ribeiro...dois goofies que tem pontos fortes distintos, enquanto o americano tem um backside matador, Alex tem em seus aéreos sua principal arma. O americano não errou quase nada, acho que só caiu da prancha na primeira onda, o resto foram ondas de no mínimo nota 5. Semi para ele...
SEMIS E FINAL
As semis foram um tanto quanto decepcionantes, pelo mar que estava pior a cada minuto e para os brasileiros em particular, já que proporcionou uma final entre dois concorrentes diretos por uma vaga na próxima rotação.
Primeira semi, Halley x Kolohe...merrecas gordas de meio metro...e mesmo assim os caras conseguem voar a torto e a direito. Kolohe leva com autoridade.
Na segunda, Dantas x Gudauskas, novamente apostando na precisão do surf e criteriosa escolha de ondas o californiado levou sobre o local. Achei que Dantas venceria este campeonato, mas Tanner estava iluminado. Só ele achou as boas. Parecia que ele era o local e o Guigui o gringo.
Final entre o 41º e o 42º do Ranking Unificado. Melhor para o jovem Kolohe Andino que junto com Wigolly Dantas e Halley Batista, foram os melhores atletas do campeonato. Kolohe é aposta quase certa para o WT em Snapper 2012.
Infelizmente não houve brasileiros na final, mas vários atletas locais trocaram pontuações neste evento e deveremos ter algumas modificações no ranking.
Nesta madrugada deve iniciar o WT de Peniche e na terça feira já inicia o WS no Arpex, tomara que o mar colabore.
SUPERSURF UBATUBA
1 - KOLOHE ANDINO
2 - TANNER GUDAUSKAS
3 - HALLEY BATISTA
3 - WIGGOLLY DANTAS
Na foto do Jano Belo, nao seria "troca 400 por 920"?
ResponderExcluirhehe
vou terminar de ler e ja volto pra comentar a materia
Po, valeu a retrospectiva parceiro. Assisti muito pouco desse campeonato. Realmente a musiquinha no fundo é um saco, se estou afim de curtir um som ligo uma jango, winamp, chamo o vizinho pra tocar um violao, etc..
ResponderExcluirE po, nao tem grana pra pagar mais 1 comentarista? Nao tem problema, chamem surfista, chamem alguem da praia mesmo pra ir na cabine bater um papo. Essas mancada de musiquinha e monologo nao pode rolar mais. Meu saco nao guenta!
Que pena o Guigui nao ter levado heim, mas blz, pelo menos os gringos levaram essa surfando!
valeu
hehehe...valeu...é isso mesmo, já troquei. Pensa uma coisa, escreve outra...escrever de ressaca da nisso...
ResponderExcluirPo, o Supersurf é um evento maneiro, fui para Imbituba ajudar o Rabuja na cobertura e tem estrutura, tem uma empresa grande por tras $, pessoas capazes, falta é aplicar a grana em boas idéias e investir mais nisso e menos naquilo até achar a formula certa. O evento na praia é top. Mas a transmissão é fraca toda vida. Um dia os caras acertam, espero.
Cara levaram no surf mesmo. O Guigui tava surfando mais que o Tanner, mas na hora da semi não veio nenhuma onda pra ele e várias pro gringo. E o Kolohe tava merecendo um resultado desses já, né? Como não tinha Medina, nem Pupo para barra-lo ele levou...brincadeira, porque tinha uns caras bons para ganhar do Kolohe ali.
Pelo que vi da entrevista do Guigui rola meio que um intercambio, o Guigui fica na casa dos Andino quando tá na Califa e os gringos ficam na casa dos Dantas aqui no Brasil.
Essa semana é aqui na cidade, Arpex, contra mão pra burro, mas vou tentar dar umas escapadas com a camera e fazer umas imagens...preciso aprender a editar...
com certeza, po, pega um premiere da vida ae e manda bala!
ResponderExcluirCom certeza nosso camarada do surfocracia, detalhista e perfeccionista como parece ser, logo estará dominando a arte de edição de vídeos. Força Bro!
ResponderExcluirQuanto ao super-surf, destaco a atuação desse Tanner "batalhador" Gudauskas; esse americano tem um dos power surf mais estiloso entre todos que correm o circuito. Surfa muito e tem mais gana que o irmão... não vai demorar pra formar no WT.
Concordo em 100% com o editorial quando lembra que Halley Batista precisa de um patrocínio real pra correr o QS. Realmente o nordestino tem um surf bonito e de potencial... se nenhuma empresa tiver a visão necessária pra perceber isso, esse excelente surfista passará em branco no cenário internacional. Seria uma pena....