Num dos dias em que o Campeonato foi paralisado, rolou um churrasco para as pessoas da organização do evento, sem imprensa.
Rabugento foi convidado pelo Presidente da Associação de Surf local (salvo engano) e entramos de penetra.
Logo de cara, conversamos com David Husadel, grande surfista catarinense das décadas de 80 e 90, integrante dos Top 16 da Abrasp por vários anos e envolvido até hoje com o esporte. Aproveitamos e fizemos uma flash para a rádio 89 Imbituba de lá mesmo.
David Husadel, autoretrato e se jogando nas morrancas Havaianas |
Após o trabalho, ficamos conversando e bebericando uma cervejinha.
Minha curiosidade não tem fim e tinha vontade de perguntar milhões de coisas, mas um assunto chamou a atenção e fixei mais nele.
Comentei o que havia escrito, que nesta perna brasileira estávamos tendo uma grande constância de swells mas até agora nenhum dos eventos tinha dado sorte de juntar ondulação com tamanho, na direção certa e com vento certo, para termos campeonatos clássicos como OP Pró em Imbituba de 94, Mormaii na Silveira em 87 (?), Hang Loose Pro em 86 na Joaca, Coca Cola Saqua em 2010, WCT Barra 97 e aquele WCT Imbituba de 2003.
Quando citei esse último o olho do cara brilhou, na hora ele chamou um amigo de Imbituba e sentamos todos para ouvir a história.
Aquele ano a FECASURF e a ASP aceitaram o desafio de fazer um campeonato móvel entre Floripa e Imbituba, a logística era gigante, mas o objetivo valia a pena. Esta região é repleta de boas ondas.
David lembrou que o campeonato começou na Joaca, depois passou para a região sul da Ilha de Santa Catarina, logo depois do Morro das Pedras, antes da Armação, denominado Caldeirão, e teve um dia tbém na Silveira, mas em nenhum dia estava Clássico.
Ficou faltando um dia de evento para a finalização. O swell estava ali, faltava descobrir onde iria quebrar melhor.
O pessoal da organização estava espalhado pelo estado. David estava na região de Garopaba/Imbituba.
O local de Imbituba (vou ficar devendo o nome) ligou logo cedo para o David, cerca de 5 da matina, e este qdo chegou constatou que havia ondas, estava maral mas tinha ondas e com previsão de melhora.
Na hora ligou para o Teco e o Xandi e todos apostaram as fichas na Vila.
Conversei neste mesmo dia com o Secretário de Esporte e Turismo da época (2003), tbém vou ficar devendo o nome, que me confirmou toda a história. Informou que ele mesmo foi de escola em escola pedir para aos professores a liberação dos alunos. Disse que hoje em dia esta liberação é mto mais fácil graças ao trabalho realizado naquela oportunidade.
Em menos de 4 horas (das 5 as 9) as ruas foram fechadas, os equipamentos trazidos e instalados, as escolas notificadas para o cancelamento das aulas do dia e a divulgação feita para que todos pudessem assistir ao show.
Foi, de fato, uma demonstração de organização, união e amor pelo surf, dos organizadores (Teco, Xandi, David) e dos moradores da cidade de Imbituba.
O resultado, um dia clássico de surf, onde os próprios surfistas falavam que a direita lembrava mto Haleiwa (lembro do Kalani Robb falando isso).
Achei alguns videos no Voce Tubo:
Neste primeiro as direitas que mencionei aparecem a partir do 40º segundo.
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