A região sul de Santa Catarina recebeu a visita de um ciclone que despeja na região ventos fortes, temperaturas baixas e ondas.
O mar está storm, mas o fundo da praia já forma pistas de 2,5 metros abrindo por grandes distancias, especialmente as esquerdas. Mar com séries constantes dificulta mto o posicionamento dos atletas e o trabalho dos jets é imprescindível. Poderia até rolar o campeonato sem os jets, mas seriam baterias com uma ou duas ondas surfadas no máximo, não acho que daria tempo para voltar correndo e entrar mtas vezes em 30 min.
Os trabalhos começaram cedo e a organização, que precisava de um dia e meio para fechar o evento, tratou de adiantar seu cronograma.
Na primeira bateria, um confronto de cariocas, os dois surfando com o pé esquerdo a frente, back para as esquerdas e ambos experientes em condições nervosas. Nesta Raoni se deu melhor, escolhendo bem suas ondas, Yuri bem que tentou, pegou 7 ondas num mar bem sinistro, mas não deu.
Em seguida o Havaiano Mason Ho, sobrinho do campeão mundial de 93, Derek, passou por Jesse Mendes. Foi meio loteria. Jesse não conseguiu virar. Acho que essa perna de primes fez mto bem para o posicionamento de Jesse no ranking. Fez um bom trabalho ao marcar Jadson na fase anterior, e com certeza garantiu uns pontinhos. Mason é um daqueles caras que completa tudo que tenta nos videos, mas não ve tentos resultados em competições. Tem tentado o wqs há alguns anos, será interessante ver como o havaiano se dará em condições mais alinhadas amanhã.
Tom Whitaker eliminou Bernardo Pigmeu em seguida. Saiu da agua com cara de assustado. Depois soube que disse na entrevista que esta foi uma das condições mais desafiadoras que já enfrentou. Mar grande e storm, mas conseguiu um somatório de 14 pontos e passou por Pig. Pig merecia melhor sorte, tem uma linha super bonita e as ondas aqui permitem que ele demonstre esse estilo.
Hizunome reergueu a bandeira verde e amarela após duas derrotas seguidas, em cima do australiano Ben Dunn. Hizu soube escolher suas ondas e tirar vantagem de estar de frontside nas esquerdas conseguindo quase o dobro de pontos de seu oponente.
Na quinta uma surpresa. Wigolly perdeu para Gabe Kling. Tremenda injustiça dos mares. Os juízes não tiveram nada com isso, mto menos Gabe, que mesmo não surfando um décimo do que Dantas, consegue passar baterias com aquele surfezinho safado, 6,5, 7, 7,5 e um malandro desses eventualmente leva um evento. Não é culpa do sistema, nem dos juízes, o cara acha as ondas, o outro não, ele completa suas manobras, leva nota, dificilmente fez um 8 ou 9, mas na sua média, as vezes, arranca um resultado. Wigolly para mim não tem outro destino que não seja o WT. Ele já tem rondado o ranking de cima e já, já explode. Será tipo Willian, Miguel ou Gabriel. Abriu a bateria super bem, com um 7 alto, mas faltou a segunda boa.
Em seguida Ricardinho dos Santos surpreendeu o havaiano Granger Larsen. Este resultado de bateria foi tão bom pro Ricardinho como para vários outros surfistas que estão colocados logo a frente do havaiano no ranking do WQS. Larsen já tem alguns resultados esse ano e será uma das novidades havaiana nas proximas temporadas do WT, embora não veja nada demais no surf do cara. Ele compete bem, tem um estilo razoável, mas não é nada demais. Ricardinho amanhã pode surpreender, esquerdas com tamanho e abrindo mto, pistas melhor dizendo. Lembro de um evento que o Ricardinho ganhou no Chile que a descrição do dia da final era exatamente este. Olho no moleque!
Na sequencia o sul africano Royden Bryson, de East London (agua fria pra burro!) eliminou o americano Austin Ware. Royden é um cara que sempre solta uns manobrões, voa mto e vai de frente pras esquerdas, já fez parte do WT e pode fazer bonito.
Na oitava Damien enfrentou seu amigo Yadin e fez a melhor apresentação do dia. Com soma acima dos 16 pontos eliminou outro concorrente dos brasileiros a vagas no WT. Yadin foi arrastado pela correnteza e estava quase sendo jogado para trás da ilha. Rapidamente foi resgatado. Perdeu por pouco, sua soma garantiria a vitória na maioria das baterias. Yadin pode finalmente ingressar o WT este ano. É outro que já ronda os ranking do WQS ha algum tempo. Damien é um cara para se pensar para apostar aqui na vila. Afirmou que pode ter tido alguma vantagem sobre Yadin por já ter vindo aqui algumas vezes. Já venceu aqui e qdo não venceu, se apresentou muitíssimo bem.
Em seguida Gabriel Medina eliminou Thomas Hermes. Gabriel surfou com mta força as grandes esquerdas da praia da Vila. Thomas até tentou reagir com uma direita bem surfada, mas Gabriel logo fechou o caixão com duas notas acima dos 7 pontos. E ainda agraciou o público com um aereo mto alto, quase completando um giro de 540 graus. Com esse vento foi com certeza a manobra do dia. E o moleque ainda manda "se estivesse ventando um pouquinho menos era melhor". Mta confiança mesmo. Tivemos rajadas superiores a 50 km/h hoje. Filmei uma esquerda do Gabriel nessa bateria, vamos ver se consigo coloca-la aqui nos proximos posts.
Na décima, o porto riquenho Dylan Graves e o carioca Leonardo Neves, fizeram uma bateria apertada. Os dois surfaram bem, com Leo apostando mais nas direitas. Ficou faltando pouco para Leo que desferiu suas pancadas de front nas direitas da Vila. Dylan chamou a atenção ano passado quando ganhou mas não levou do KS no WT de Porto Rico.
Na décima primeira a melhor bateria do dia, empatada em emoção e bom surf com aquela do Damien com o Yadin. Neco começou esculachando uma direita de bom tamanho. Pegando outra onda razoável na sequencia. Miguel esperou um pouco mais e achou uma esquerda longa e bem manobrada. Nota 8 e pouco. A correnteza essa hora era mto grande o trabalho dos jets foi exemplar. Neco vinha surfando várias ondas e aos poucos foi trocando suas notas. Miguel tinha um 8 e pouco e um 6 e pouco. Neco tinha um 6,5 e precisava de um 8 e pouco. O catarinense teve duas boas oportunidades, surfou bem, mas não o suficiente. Achei até umas notas do Neco podiam ser um pouco melhores, mas vendo a soma de notas, pouco mudaria na situação. Por isso achei o resultado justo. Ah, enquanto o Neco surfava essas duas oportunidades Miguel era lançado pra trás da ilha. Foi resgatado e saiu do mar dizendo que sequer viu seu oponente durante a bateria.
Depois da disputa dos brasileiros, pareceu que houve uma disperção. A maioria saiu para ver os preparativos do show da banda Dazaranha entre outras atrações que o evento está oferecendo. Quem ficou viu uma das melhores disputas do dia. Os caras da Nova Zelandia pareciam realmente confortáveis com a situação. Com Jay Quinn retornando no braço lá pra fora em algumas ocasiões. Jay vinha descendo as maiores e quebrando, mas seu conterraneo, Richard Cristie não se deu por vencido e correu atras virando a bateria a seu favor.
Volto com o bolão.
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